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Auto-imagem e Psicanálise na Era Moderna.

Atualizado: 14 de jan.

O Impacto dos Influenciadores Digitais na Construção da Imagem.

"Cada uma dessas revoluções científicas nos forçou a avaliarmos nossas crenças sobre nós mesmos e nosso lugar no universo." - Dan Mena.
"A abrangência do trabalho de Freud nos oferece uma iluminação para analisar como a influência digital desafia e redefine nossas relações com a autoimagem." - Dan Mena.

Desdobramento das relações com a Autoimagem.


Gostaria de compartilhar com vocês algumas reflexões importantes sobre Freud, um dos mais importantes cientistas, médico, psicanalista e influente pensador da nossa era. Seu trabalho revolucionou nossa compreensão de nós mesmos, proporcionando entendimentos que permanecem vivos e atuais até hoje. A agudeza, inteligência, sagacidade e abrangência do seu trabalho culminam com suas teorias, descobertas e revoluções da ciência que são verdadeiramente notáveis.


"A abrangência do trabalho de Freud nos oferece uma iluminação para analisar como a influência digital desafia e redefine nossas relações com a autoimagem." - Dan Mena. As Três Grandes Revoluções Científicas. Quando falamos de viradas, devemos lembrar das contribuições de Copérnico no século XVI. Antes dele, se acreditava que a Terra era o centro fixo do universo, sustentando a ideia de uma suposta e falsa supremacia do ser. Ao demonstrar que o globo terrestre orbita o Sol, (ou seja, não é o centro de nada) ele deslocou a humanidade do ponto central do cosmos para uma posição ínfima e insignificante, (a nossa real posição universal) desafiando essa visão narcicista. Posteriormente, no século XIX, Charles Darwin trouxe a segunda grande subversão, ao mostrar que o homo sapiens não é essencialmente distinto dos animais, mas parte de um contínuo evolutivo. Também, não tenho interesse em debater quanto a isso, já que sou cristão, e Deus é o grande criador do universo é de tudo que nele há, inclusive para Darwin é suas possibilidades científicas. A terceira foi liderada por ele mesmo, Sigmund Freud no início do século XX, pode ser descrita como uma reforma psicológica. Desafiando a crença da época de que nossa vida psíquica é totalmente consciente, assim, introduz a ideia de que grande parte da nossa psique opera no inconsciente. Ele revelou que o ego consciente, é apenas a ponta do iceberg, com vastas áreas do psiquismo fora do nosso controle e da percepção direta.


"Cada uma dessas revoluções científicas nos forçou a avaliarmos nossas crenças sobre nós mesmos e nosso lugar no universo." - Dan Mena.

"Pacientes demonstram em seus atendimentos como uma autoimagem construída de forma inadequada impacta negativamente suas relações interpessoais." - Dan Mena.
"Curtidas e seguidores se tornaram as novas moedas da autoestima, alimentando o narcisismo secundário nas redes sociais." - Dan Mena.

O Narcisismo e a Psicanálise. Então, vamos adentrar naquilo que realmente interessa, ele concluiu, que grande parte da vida mental não está sob o domínio do ego e que superestimamos o poder que temos sobre nossa própria psique. Ele postula a existência de um narcisismo individual. Em 1914, publica "Introdução ao Narcisismo", descrevendo que todos passamos por uma fase de narcisismo primário nos primeiros anos de vida. Durante esse estágio, como bebês, não distinguimos entre si e o mundo ao redor, logo concentramos todas as necessidades e desejos em nosso próprio corpo. A Importância do Narcisismo Primário. Ele figura como uma etapa capital para o desenvolvimento do eu e da autoimagem. Esse estágio inicial, marcado pelo autoerotismo e pelo amor-próprio, fornece a base para a construção de uma identidade coesa. Compreender esse narcisismo é peremptório para entender várias formas de patologia psíquica e emocional na vida adulta, incluindo transtornos de personalidade e dificuldades de relacionamento.


Portanto, Freud, Copérnico e Darwin abrem novos caminhos para o tratamento e a compreensão das heterogeneidades do comportamento e das emoções, transformando nossa interpretação do lugar que ocupamos no universo. A ideia central do narcisismo remete ao estágio inicial da evolução psíquica e sua influência na elaboração da nossa auto-imagem.


"Entender o narcisismo primário nos ajuda a perceber como nossas primeiras experiências moldam nossa autoimagem e relacionamentos futuros." - Dan Mena. A Construção da Autoimagem na Sociedade Moderna. Na nossa época, o impacto das redes sociais na construção da autoimagem e estima é imenso. As plataformas digitais, como Instagram, TikTok e Facebook, promovem um modelo de ilustração que muitas vezes se alinha ao conceito do narcisismo secundário, onde o valor pessoal é constantemente medido pela validação externa através de curtidas, seguidores e comentários. A presença de influenciadores digitais amplia a comparação social, levando a um aumento nos níveis de ansiedade, depressão e transtornos alimentares. As redes sociais incentivam a elaboração de uma autoimagem distorcida, baseada em padrões inatingíveis de perfeição e falso sucesso.


"Curtidas e seguidores se tornaram as novas moedas da autoestima, alimentando o narcisismo secundário nas redes sociais." - Dan Mena. Impactos Psicológicos e Psicanalíticos do Narcisismo Digital. A busca incessante pela autovalidação nas redes contribui para a crise de saúde mental. A ansiedade relacionada a elas, conhecida como FOMO (Fear Of Missing Out), e a constante necessidade de aprovação podem gerar crises emocionais significativas. Byung-Chul Han, em sua obra "A Sociedade do Cansaço", sugere que essa fadiga resulta da constante conexão e do esforço para manter uma presença virtual idealizada em arquétipos. A Relação entre Narcisismo e Saúde Mental. O narcisismo primário, como conceito de promoção psicológica, tem implicações no campo da saúde mental. A forma como a autoimagem é construída na infância pode influenciar condições como o transtorno de personalidade limítrofe (TPB) e outros desconfortos similares. Em atendimentos clínicos, muitos pacientes me revelam como a falta de uma autoimagem saudável, originada em fases anteriores do amadurecimento psíquico, se refletem nas dificuldades de relacionamento e na perpetuação de ciclos de insegurança atuais. Explorar essas questões, têm contribuído com meus clientes a se reconectar com suas próprias fontes de autoestima.


"Pacientes demonstram em seus atendimentos como uma autoimagem construída de forma inadequada impacta negativamente suas relações interpessoais." - Dan Mena. Associações e Encadeamentos.


Os vínculos amorosos da primeira infância, especialmente com os pais, são substanciais para a progressão afetiva e relacional das crianças. Esses laços, formam a base sobre a qual os relacionamentos futuros serão construídos. Um exemplo desse fenômeno ocorre quando nos apaixonamos: o amado(a) passa a ocupar um lugar de grande privilégio, preenchendo quase completamente os pensamentos da pessoa apaixonada; ela(e) parece se esquecer de si por causa do outro(a), enquanto tudo o mais passa a ficar em segundo plano. Esse estado temporário, nos permite transbordar para que a outra(o) nos conheça de uma forma mais real e aproximada. Destarte, nem todas as situações seguem essa dinâmica, muitos se retraem, se encapsulam e perdem o interesse em interagir com o mundo exterior. Isso acontece porque, quando alguém está doente: a pessoa não sente vontade de sair, quer ficar em casa e deseja ser cuidada(o). Situações semelhantes ocorrem quando se perde um amor ou quando um ente querido se vai. Dita imediação com as pessoas e as atividades que costumavam nos proporcionar prazer e satisfação deixam de ser importantes. Nesse instante, o mundo se torna desinteressante e sombrio. Contudo, após esse afastamento narcisista, o indivíduo geralmente retorna à sua vida comum e individualizada, restabelecendo suas conexões sociais.


"Os laços da primeira infância influenciam nossa capacidade de amar e se relacionar na vida adulta." - Dan Mena.

"A capacidade de estar só ou em solitude, é essencial para processar afetos e nos preparar para conexões verdadeiras." - Dan Mena.
"A vida de cada pessoa é uma balança constante entre o amor próprio e o amor pelos outros." - Dan Mena.

O Equilíbrio entre Amor Próprio e Amor pelos Outros. A vida de cada pessoa é uma balança constante entre o amor próprio (narcisismo) e o amor pelos outros (amor objetal). Encontrar um equilíbrio dinâmico entre esses dois aspectos é elementar, no entanto, não é uma tarefa simples. Esse aprumo, permite que a pessoa cuide de si e busque sua progressão pessoal, enquanto mantém e fortalece os relacionamentos significativos. Esse narcisismo ao que me refiro, acaba direcionando a energia vital para o próprio indivíduo, formando a base da sua autoestima. À medida que crescemos, essa potência se dirige para outros objetos, estabelecendo os alicerces para o necessário amor objetal.


"A vida de cada pessoa é uma balança constante entre o amor próprio e o amor pelos outros." - Dan Mena.


A teoria do apego de John Bowlby. A importância dos vínculos seguros formados na infância permitem que a criança investigue o mundo com confiança, sabendo que tem uma base segura. A oscilação entre esses amores também foi pesquisada pela psicanalista Melanie Klein, que sugeriu que a vida emocional é uma constante tensão entre amor e agressão. Durante momentos de estresse ou perda, podemos nos retrair para o narcisismo, buscando consolo. Em momentos de bem-estar, a energia emocional se expande para os outros. Winnicott acrescentou, que a capacidade de estar só é essencial para o lado emotivo, nos permitindo processar afetos, preparando esse campo antes de surgirem as conexões verdadeiras. Esse equilíbrio saudável, promove a resiliência, agregando um senso de propósito e realização, ao mesmo tempo que facilita a construção de relações duradouras.


"A capacidade de estar só ou em solitude, é essencial para processar afetos e nos preparar para conexões verdadeiras." - Dan Mena. Vínculos Amorosos e Desenvolvimento Infantil. Os vínculos formados na primeira infância com os pais são decisivos para o desenvolvimento emocional das crianças. John Bowlby, em sua teoria do apego, destacou que a segurança fornecida pelos genitores ou cuidadores é substancial para eles. Ele sugeriu que a capacidade de formar vínculos resolutos na infância está diretamente relacionada à habilidade de estabelecer relacionamentos positivos na vida adulta. A Formação do Eu em Resposta ao Outro e à Imagem. O conceito de Estádio do Espelho, introduzido por Lacan em 1949, é uma peça mestre para a psicanálise lacaniana. Esse sentido descreve um momento categórico no avanço psicológico infantil, geralmente entre os 6 e 18 meses de idade, quando a criança começa a reconhecer sua própria imagem no espelho. Essa identificação não é apenas visual, mas também psicológica e simbólica, marcando o início da formação do Eu em resposta ao Outro e à imagem.


"A identificação no espelho é um marco psicológico e simbólico, essencial para a formação da identidade infantil." - Dan Mena. No Estádio do Espelho, a criança vivencia uma sensação de totalidade e unidade ao se ver refletido, contrastando com a experiência fragmentada e descoordenada que tem de seu próprio corpo. Esse momento de identificação é primário, pois ela começa a se ver e reconhecer como um "Outro" em seu próprio reflexo, criando uma referência para a construção de sua identidade e do Eu. A relação com a imagem retratada é percebida como algo exterior e diferente, mas, ao mesmo tempo, é uma parte integral da criança. Esse processo de identificação com a imagem especular será suprema para a formação do Eu, pois ela começa nesse ponto a entender a si mesma como um sujeito no mundo simbólico, mediado pelo Outro. A imagem projetada vai proporcionar sua imagem idealizada de completude e controle, algo que ela vai internalizar e consequentemente influenciará seu desenvolvimento psicológico. Esse processo de formação do Eu em resposta ao Outro e à imagem, não só estabelece a base da identidade, mas também define as futuras interações sociais e afetivas do infante. Tal ponto de referência que a criança utiliza para entender e navegar pelo seu entorno, vai impactar agudamente sua autoestima.Verificamos portanto, que o desejo, é, em grande parte, formado em relação ao desejo do Outro. Ao reconhecer sua imagem e se identificar com ela, a criança começa a perceber que é um objeto de desejo para os outros, o que molda seus próprios quereres e impulsos. A idealização do Eu que surge a partir desse revérbero pode levar a um descompasso entre a autoimagem idealizada e a realidade vivida. Essa desordem pode gerar frustrações e conflitos internos, que são trabalhados sistematicamente na terapia psicanalítica.


"A capacidade de estabelecer relacionamentos positivos na vida adulta está diretamente relacionada aos vínculos formados na infância." - Dan Mena. A Internalização de Imagens e a Transformação do Supereu.


São processos interligados que desempenham um fato determinante na formação da identidade e na dinâmica psíquica. Essas representações visuais, quando incorporadas na mente, moldam a percepção que o indivíduo tem de si mesmo e do mundo em sua volta. Quando falamos em internalização de imagens, me refiro ao mecanismo através do qual representações panorâmicas se tornam parte integrante da mente. Esta engrenagem vai ser vital para a construção da identidade. As produções figurativas que uma pessoa internaliza ao longo da vida vão influenciar sua percepção de si e de suas interações com o meio ambiente. Tanto podem ser de pessoas significativas, símbolos culturais, ou até mesmo de ideais que a sociedade promove. O supereu, uma das três estruturas psicológicas, têm a tarefa de integrar normas, valores e regras sociais. Atuam como um mediador entre os desejos instintivos do id e as exigências realistas do ego, regulando o comportamento e influenciando as decisões que tomamos. A conversão do supereu é um processo dinâmico que se dá através da interiorização das experiências.


"A conversão do supereu ocorre através da interiorização de experiências, adaptando-se às novas realidades." - Dan Mena.


A influência delas pode ser amplamente significativa. Tanto podem reforçar quanto desafiar as normas e valores que o supereu carrega, alterando a maneira como exercem sua função reguladora. Quando incorporamos imagens que conflitam com as normas, ocorrem conflitos internos que exigem um reajuste na estrutura psíquica. Isso demonstra a capacidade do supereu de se transformar e se adaptar às novas realidades que nos atravessam. A forma como elas são interpretadas e integradas podem modificar o comportamento e as atitudes. Por exemplo, ao internalizar a representação de um herói ou de um modelo de proceder admirado, ajustamos a própria atuação para se alinhar com essa produção idealizada. Este processo de transição é contínuo, e retrata a intrincada forma interativa que utilizamos para a formação da identidade.


"Produções figurativas internalizadas, sejam de pessoas significativas ou símbolos culturais, moldam nossa autoimagem e comportamentos." - Dan Mena. No contexto atual, onde as mídias desempenham um rol cada vez mais importante e presente, a anexação se torna ainda mais significativa. As representações que vemos nas redes, no celular, na televisão e na publicidade, influenciam constantemente a nossa autoimagem e os nossos valores, moldando o nosso supereu de maneiras sutis, mas a um nível muito fluido.

"A conversão do supereu ocorre através da interiorização de experiências, adaptando-se às novas realidades." - Dan Mena.
"A capacidade de estabelecer relacionamentos positivos na vida adulta está diretamente relacionada aos vínculos formados na infância." - Dan Mena.

A Criação de Padrões Inatingíveis.


Influenciadores digitais exercem uma ingerência poderosa na formação da imagem de milhões de seguidores, promovendo frequentemente padrões de beleza e sucesso que são quase irrealizáveis pela maioria. Esse fenômeno contribui para a perpetuação de perspectivas distorcidas, com impactos significativos na saúde mental da população.


"Alguns influenciadores digitais promovem padrões de beleza fantasiosos, impactando negativamente a saúde psíquica de seus seguidores." - Dan Mena. A importância do ego tem uma participação ativa na forma como nos vemos e como pensamos que os outros nos veem. Essa composição inicial é extremamente vulnerável à interferência de imagens idealizadas geralmente marcadas pela comparação constante e o desejo de atingir esses padrões fantasiosos. O conceito de "falso self" surge quando as pessoas se moldam às expectativas externas em vez de desenvolverem um "self verdadeiro", o que pode acarretar sérios problemas de dignidade. Pesquisas, como as de Jean Twenge, sugerem que a exposição constante a essas imagens inventadas pode reduzir a autoconfiança. Essas emoções negativas estão certamente vinculadas ao surgimento de transtornos de ansiedade e depressão.


"O 'falso self' surge quando esculpimos nossas vidas para atender expectativas externas, em detrimento do verdadeiro eu." - Dan Mena. A dismorfia corporal, caracterizada pela obsessão com imperfeições percebidas na própria aparência, tem sido amplamente associadas ao uso excessivo das redes sociais. Richard Perloff, em suas pesquisas, destaca que este transtorno está se tornando cada vez mais prevalente entre jovens que passam longas horas online, expostos a sugestão de padrões de beleza irreais. "Combater a dismorfia corporal exige promover a aceitação e a valorização da diversidade corporal, além de criar um ambiente digital mais saudável." - Dan Mena.


Integrar todas as partes do self para alcançar um equilíbrio saudável é desafiador diante das pressões para se conformar a essas edições pré fabricadas. Esses fatores contribuem para uma desconexão entre o self verdadeiro e o self idealizado, resultando em sensações de vazio e alienação.Em um mundo dominado por aparências, se faz necessário criar um ambiente digital que celebre a autenticidade e a diversidade. Iniciativas como o movimento #bodypositivity são fundamentais, pois promovem uma visão mais inclusiva e pragmática da graciosidade. Ao abraçar esses valores, podemos colaborar para construir uma comunidade online mais saudável, onde todos se sintam verdadeiramente valorizados e aceitos. O Capitalismo de Vigilância. Como descrito por Shoshana Zuboff, cita o sistema econômico em que os dados pessoais são minuciosamente coletados, analisados e utilizados para prever e modificar nossos comportamentos. As plataformas digitais operam dentro desse modelo, intervindo diretamente nas interações e percepções individuais, abalando dessa forma nosso ego. Como parte da psique que medeia nossas demandas internas e gerencia a realidade externa, ele enfrenta reptos quando exposto à vigilância constante e à colação em ambientes digitais. A pressão incessante para nos inserirmos em standards, intensifica os problemas relacionados ao tema em questão.


Procedimentos terapêuticos contemporâneos também incorporam elementos da terapia cognitivo-comportamental para lidar com distorções. Este método, auxilia os pacientes a identificar e desafiar pensamentos automáticos negativos e crenças disfuncionais sobre si mesmos. Outra estratégia é a alfabetização digital, que nos ensina a interpretar criticamente as informações recebidas, reduzindo o problema.


Métodos que Ajudam a Desintoxicar a Mente. A aplicação da ideia de biopoder demonstra como instituições e governos manipulam a vida das populações, regulando não apenas aspectos físicos, mas também mentais e emocionais. Esse conceito aborda o controle e a regulamentação de aspectos vitais do nosso dia a dia, incluindo a saúde, a sexualidade e o comportamento. O biopoder se infiltra por meio de um controle sutil e persistente das instituições moldando nossas ações. A prática da desconexão digital controlada surge como uma ferramenta, portanto, como uma estratégia poderosa para resgatar a autoconsciência e promover o bem-estar. "O biopoder é visível nas políticas que controlam a natalidade, a vacinação, plataformas digitais e mídias, e o acesso aos serviços de saúde, impactando diretamente o bem-estar dos indivíduos." - Dan Mena. Se desligar envolve a decisão consciente de reduzir o uso de dispositivos digitais por períodos específicos, proporcionando um alívio das pressões constantes e das distrações provocadas pelas tecnologias. Essa prática pode melhorar sensivelmente a capacidade de concentração, reduzir os níveis de estresse e aumentar a satisfação com a vida. Tal prática, permite um retorno ao presente e à realidade imediata, longe dessas imposições.


"A alfabetização digital é essencial para interpretar criticamente as informações recebidas e reduzir os impactos negativos do capitalismo de vigilância." - Dan Mena. Espaço Potencial. Introduzido por Winnicott, destacam a importância de um ambiente seguro e livre de coerções externas para a manutenção saudável do self. Nesse espaço sugerido, recebemos a oportunidade de nos conectarmos consigo mesmos, longe das expectativas e demandas das redes e outras mídias.Integrar essas práticas em nosso cotidiano pode ajudar a mitigar os efeitos negativos da tecnologia e a fortalecer nossa capacidade de viver de maneira mais consciente e plena. Desse modo, a combinação dessas abordagens oferece um caminho eficaz para enfrentar os desafios impostos na era digital, promovendo um conforto psicológico mais robusto e uma identidade genuína.


"A análise do biopoder nos ajuda a entender como o poder é exercido não apenas através da política, mas também no nível dos corpos e das vidas de cada um." - Dan Mena. Da Aceitação da Imperfeição. Na busca incessante por respostas, nos deparamos diariamente com perguntas que desafiam nossa compreensão. No entanto, é precisamente na habilidade de enfrentamento e o embate das incertezas que reside nossa essência. Ao acolhermos a imperfeição que nos compõe, podemos reconhecer nossas fragilidades e encontrar não apenas discernimento de muitas questões, mas também articular a forma que nós postulamos perante o mundo. Viver é aceitar que cada fragmento de nossa história e da realidade atual, constituem em verdade tudo o que somos e precisamos vivenciar.


À medida que abraçamos essa caminhada, constatamos que nossas limitações não nos diminuem; pelo contrário, elas nos tornam melhores na medida que nos provocam. Imperfeições são uma prova concreta da nossa natureza, feitas para nos estimular a aprender e crescer. Quando deixamos de lado a busca da impossível perfeição, abrimos espaço para o seu acolhimento. Lidar abertamente com nossas fragilidades não significa resignação, mas sim uma oportunidade de aproximação à autenticidade.


Enfrentar as incertezas não é um sinal de fraqueza, mas de resistência, força e resiliência. Cada desafio superado nos torna mais fortes e conscientes da competência incrível de adaptação que possuímos. A coragem de seguir em frente, mesmo diante do desconhecido, do medo é improvável, nos impulsiona a evoluir e amadurecer. É através dessa bravura primitiva que podemos explorar possibilidades e alcançar objetivos, mantendo sempre a esperança. Com o coração e a mente abertos, estamos prontos sempre para acolher o futuro, com todas suas incríveis oportunidades.


Ao vivermos de forma autêntica, encontramos a liberdade para ser quem realmente desejamos. E é nessa soberania que reside o caminho para alcançar a paz interior. Portanto, que possamos continuar essa marcha com destemor, confiantes de que, independentemente das tribulações contemporâneas, somos capazes de construir uma existência expressiva.


"Ao abraçarmos nossas limitações, percebemos que elas nos tornam mais fortes e resilientes, provocando nosso crescimento e aprendizado." - Dan Mena.


Até breve, Dan Mena.  Membro Supervisor do Conselho Nacional de Psicanálise desde 2018 — CNP 1199. Membro do Conselho Brasileiro de Psicanálise desde 2020 — CBP 2022130. Dr. Honoris Causa em Psicanálise pela Christian Education University — Florida Departament of Education — USA. Enrollment H715 — Register H0192.


Palavras-Chaves



Fontes Utilizadas Zuboff, Shoshana. "A Era do Capitalismo de Vigilância."

Twenge, Jean. "iGen: Why Today's Super-Connected Kids Are Growing Up Less Rebellious, More Tolerant, Less Happy."

Bowlby, John. "Apego e Perda."

Klein, Melanie. "Amor, Culpa e Reparação."

Lacan, Jacques. "Escritos." Todo o conteúdo deste site, incluindo textos, imagens, vídeos e outros materiais, é protegido pelas leis brasileiras de direitos autorais (Lei nº 9.610/1998) e por tratados internacionais. A reprodução total ou parcial, distribuição ou adaptação dos materiais aqui publicados é permitida somente mediante o cumprimento das seguintes condições:


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2 Comments

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paulatavares106
Nov 15, 2024
Rated 5 out of 5 stars.

Muito lindo o seu trabalho 👏🏻👏🏻

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paulatavares106
Nov 15, 2024
Rated 5 out of 5 stars.

Parabéns Daniel 👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻

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