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Onde Outros Não Alcançam.

Atualizado: 22 de set. de 2024



O que a psicanálise alcança que outras terapias não conseguem?

Os psicanalistas, recebemos pacientes por uma variedade de razões, sentimentos de angústia, fobias, vazios, ansiedade, solidão, dificuldades em suas relações interpessoais, medos de todos os tipos, obsessões, distúrbios sexuais, ejaculação precoce, impotência, frigidez, entre muitas outras queixas


Os psicanalistas, recebemos pacientes por uma variedade de razões, sentimentos de angústia, fobias, vazios, ansiedade, solidão, dificuldades em suas relações interpessoais, medos de todos os tipos, obsessões, distúrbios sexuais, ejaculação precoce, impotência, frigidez, entre muitas outras queixas. É comum que no início do tratamento falem com desespero sobre as dificuldades que estes sintomas lhes causaram e causam, a maioria, está disposta a tentar um tratamento para resolver seus problemas.


Muitas vezes, os pacientes pedem conselhos, direção, sugestões ou uma recomendação sobre o que fazer. Frequentemente vamos ouvir algo do tipo: "Preciso de um conselho sobre se devo pedir demissão da empresa" ou "Devo terminar este relacionamento?"... Um modelo terapêutico que propõe estas diretrizes, mantém a ideia de que o analista é um modelo de suposto saber, que ele ou ela pode escolher melhor para o analisado. Vemos aqui, a intenção de transferir aquilo que na realidade é a sua própria queixa. Um mau terapeuta, faz recomendações e responde com conselhos em face de cada indecisão da pessoa que o consulta. Nesta perspectiva, os pacientes tornam-se inválidos emocionais. Um aspecto onipotente da mente do analisado está trabalhando, dando a outra pessoa a responsabilidade de decidir por ele. Assim, o psicanalista, agora conselheiro, parece possuir a verdade das diretrizes do outro. Fragilizados emocionalmente, são pessoas que utilizam mecanismos de idealização, e consequentemente atacam sua própria capacidade de pensar, agir e decidir, anulando sua autonomia pessoal, perdendo sua identidade e minando seu impulso para crescer através de sua própria experiência. Este sistema é compreensivelmente inadequado, infelizmente, mais comum na clínica do que podemos imaginar.


O que a terapia psicanalítica propõe?


Uma visão e compreensão diferente dos problemas do paciente, buscando num trabalho recíproco, a origem e a causa dos conflitos no inconsciente. Uma parte significativa da vida mental e emocional se encontra precisamente neste lugar, e ele está na linguagem, nos sonhos, em deslizes linguísticos, atos fracassados, comportamentos, condutas, hábitos, piadas, sintomas e transferência, ou seja, na relação consciente e inconsciente que se estabelece. Desta simbiose, surgira uma verdadeira aliança na construção de cânones positivos, onde o papel do psicanalista não é oferecer ajuda, senão a de conduzir as próprias resoluções.


Fantasias sexuais, sonhos de infância, experiências, entre outros, permitem que conflitos infantis, ciúmes e ansiedades sejam explorados e conduzidos a luz de uma descoberta pessoal. Todas essas emoções permanecem no inconsciente, até que se tornam conscientes, em uma terapia psicanalítica dirigida, a única capaz de descobri-las pelo método da associação livre de ideias.


Quando a vida psíquica se desenvolve desvinculada da parte consciente do funcionamento mental, repetições cíclicas acontecem sem sabermos a razão. Sempre soubemos que muitas pessoas, a fim de evitar entrar em contato com seus problemas psíquicos, podem se envolver em uma corrida por bens materiais, sucesso financeiro, fama e soluções imediatas. O custo é alto: angústia, doença física e brigas interpessoais, sentimentos de vazio, ausências e infelicidade estarão presentes.


Da perspectiva psicanalítica, o mundo interior, a realidade psíquica, é considerada. A psicanálise propõe que a realidade interior difere da realidade externa, o mundo em que vivemos diariamente. As pessoas constroem uma ideia subjetiva do mundo, com base nessa realidade psíquica, de modo que se alguém, por exemplo, for dominado por sentimentos de superioridade, ele ou ela, olhará o mundo de cima para baixo e com desprezo. Simultaneamente, se uma pessoa estiver acelerada, o que ela sente ao seu redor será sempre fantástico. Se ele estiver deprimido, por outro lado, sentirá que não há esperança e verá o futuro como sombrio, sem esperanças. Em outras palavras, o mundo da realidade cotidiana, é o resultado de projeções que fazemos a partir de dentro da alma.


Muitas vezes, a aplicação do método psicanalítico é a única maneira de reduzir o aparecimento de doenças psicossomáticas de diferentes diagnósticos, assim como o câncer, ataques cardíacos, que podem ser menos frequentes em pessoas que estão em terapia, do que aquelas que fazem aconselhamento, usam medicação ou recorrem a métodos de apoio emocional, ou comportamentais. As terapias, baseadas no senso comum, enquadramentos, ou que oferecem apenas apoio e acolhimento, as que elaboram recomendações sobre o que fazer na vida, são efetivas, mas seus efeitos transitórios, criando uma forte dependência do terapeuta.


Os temas pessoais, de trabalho, conjugais, familiares, sexuais, e parentais, são muito melhorados ou resolvidos na terapia psicanalítica, uma vez que os traços de caráter que contribuem para esses problemas são reportados, trazidos a tona, e modificados. Neste sentido, a psicanálise é mais intensiva em seu trabalho, mas seus efeitos duram, seus objetivos são mais ambiciosos ao podarem alcançar mudanças profundas no desejo, na mente e na personalidade do indivíduo. Alguns pacientes, inicialmente preocupados, gradualmente se sentem compreendidos e realizam grandes progressos. Mergulhando no mundo dos seus sonhos, onde encontram a verdadeira realidade, sua interiorização, dali, emergem com maior maturidade e uma vida mental mais profunda, criativa, de resoluções firmes e qualitativas.


Por Dan Mena. Membro Supervisor do Conselho Nacional de Psicanálise desde 2018 - CNP 1199 Membro do Conselho Brasileiro de Psicanálise desde 2020 - CBP 2022130

 
 
 

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