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Sonhos Eróticos.

Atualizado: 22 de set. de 2024




“Os sonhos eróticos, são janelas para o mundo inconsciente, revelando desejos e conflitos disfarçados à luz da nossa consciência.” Dan Mena. Por Dan Mena.

O quê está por trás dos sonhos eróticos?


Frequentemente interpretados como expressões de nossas fantasias sexuais reprimidas, eles vão além das simples representações de desejos circundados. Embora possam parecer surreais, em algum momento tecemos o enredo da sua realização sob algum tipo de dissimulação. Como projeções do inconsciente que são, se apresentam pela via de caracterizações simbólicas, muitas vezes impensadas, aquelas que não conseguimos enfrentar no contexto do concreto, destarte, sua elaboração também insere estruturas conectadas com ansiedades, medos e anelos não realizados. Essas manifestações não devem ser lidas textualmente, mas sim como metáforas psíquicas complexas do nosso mundo interior. Há uma diferença sutil entre fantasias e sonhos eróticos, por essa razão é vital distinguir que; abstrações são desejos pensados ou imaginados mesmo que tenham sido sufocados e recalcados, já os sonhos, por outro ângulo, são manifestações do inconsciente que podem incorporar elementos excitantes e refletem preocupações mais labirínticas. Portanto, decifrar um sonho libidinoso meramente como uma concepção sexual reprimida é uma simplificação excessiva dos mesmos. A individualidade deles no ambiente feminino é particularmente desafiador devido à sua singularidade, cada mulher detém uma personalidade única, o que significa que seus apetites sensuais voluptuosos não podem se universalizar. Quando elas experienciam um determinado sonho que envolva tesão por ''outra(o)'', por exemplo; não configura precisamente uma atração lésbica ou desejo sexual genuíno pelo mesmo sexo, mas sim, pode envolver diversas inquietações ligadas a questões de identidade, pugnas com relacionamentos heterossexuais complicados, inquietações com o futuro é a insegurança emocional. Os homens por sua vez são objeto de estudos significativos, temos uma frequência erótica de escopos muito maior, se comparados com às mulheres. Os sonhos lúbricos masculinos são reiteradamente acompanhados de respostas fisiológicas, embalando áreas que devem incorporar e considerar não apenas a dimensão sexual, mas conjuntamente anexar sua psicologia individual como sonhadores luxuriosos. A interpretação dos sonhos eróticos requerem uma compreensão extensa e cavada da peculiaridade de cada indivíduo, bem como uma apreciação da sua riqueza simbólica, subjetiva, emblemática e tropológica das manifestações oníricas. O estudo contínuo, e sua investigação são uma janela fascinante para o mundo intrincado da nossa mente. Para a psicanálise, estão no centro primordial da nossa clínica, escutar e poder debruçar sobre suas narrativas pode ser um grande passo para o despertar do paciente, que mediado(a) pela técnica da associação livre, dará voz ao seu subconsciente. Dito assentamento, abrirá uma passagem libertadora ao desdobramento contínuo de descobertas e avanços em direção ao autoconhecimento. Boa leitura.


Frequentemente misteriosos e enigmáticos, são uma janela para o reino do inconsciente. Na psicanálise, os sonhos ocupam um lugar indispensável como expressões matrizes dos desejos e embates que nos atravessam. Neste artigo, me proponho esquadrinhar e vasculhar eles, percorrendo esse exuberante espaço erótico, sob a minha visão e a companhia irrecusável de mestres renomados; psicanalistas como Freud, Jung, Lacan, Ferenczi e Melanie Klein, onde compreenderemos essa riqueza, ampliando nossa cognição sobre o tema.


A importância deles para nossa teoria.


A contextualização da relevância dos sonhos é fundamental para entender o papel que desempenham na teoria e na prática psicanalítica. Desde os primórdios da psicanálise, Freud reconheceu o valor dessas eclosões psicológicas como portas entreabertas para o inconsciente, uma área da mente inacessível à consciência, mas que é, absolutamente protagonista também na formação da personalidade. Os sonhos não são meras fantasias aleatórias ou produtos da mente que acontecem durante a vigília; são mensagens codificadas, repletas de significados. Sua análise, abrange a aplicação de uma técnica essencial, pela qual auxiliamos e guiamos o paciente a decifrar os sinais do sistema linguístico, os conteúdos de suas manifestações, concupiscências e excitamentos, ansiedades, traumas e oposições que podem estar ocultos. Eles nos permitem compreender, dar luz as esferas mais sondas da psique, articulando ditos desacolhimentos, recusas e rejeições, desagregações familiares, traumas e muitos outros panoramas que influenciam o comportamento e o bem-estar emocional. Além disso, essas exposições fornecem informações valiosas sobre o desenvolvimento psicossexual, as relações interpessoais e a dinâmica psicológica. A conjuntura dos sonhos na psicanálise são a base para a compreensão da relevância erótica na teoria freudiana. Oferecem uma visão valiosa e patrocinam insights sobre a sexualidade, transigem para que os indivíduos se compreendam mais e busquem uma maior harmonia entre o consciente e o inconsciente.


É porque temos sonhos eróticos?


Realização: São uma forma de realização de desejos frenados, onde a negação da sua aceitação para a moral social pelo consciente leva à sua expressão pelo conteúdo. Uma busca autêntica pela satisfação sexual reprimida, muitas vezes arraigada na infância.


Censura e distorção: A restrição onírica; (conflito psíquico do sono provocado pelo recalque, onde ocorre uma diminuição do rigor da desaprovação e o aparecimento de sentimentos, representações, imagens desagradáveis, que podem ser justificadas por um fracasso nessa estrutura). Se referem ao processo de transformação dos conteúdos latentes (desejos reais), no sentido das acepções manifestas, (elementos dos sonhos). A crítica que fazemos de si, exame, juízo e julgamentos, atuam como um mecanismo de defesa que impedem que ditos impulsos intoleráveis cheguem à consciência. Nos sonhos com uma carga sexualizada, esses desejos podem ser mascarados por meio de emblemas, alegorias, ícones, metáforas e eventos simbólicos para evitar que o sonhador reconheça a verdadeira natureza do seu querer. Esse dispositivo instrumentalizado da condenação psíquica que fazemos, protege nossa mente consciente da angústia resultante da confrontação direta, que por N motivos não nos permitimos realizar de fato.


Censura onírica sob um sonho erótico.


Imagine um sonho lúbrico onde o cerceamento onírico está em ação, amparando a mente consciente de conteúdos que podem ser considerados insuportáveis para João. Neste caso:


João é um homem casado de 41 anos, durante sua análise me compartilha um sonho sensual, voluptuoso, recorrente. Narra ele que se encontra em um lugar paradisíaco, sob uma paisagem exuberante, acompanhado de uma pessoa que lhe é familiar, más, o cenário e as ações são vagas e distorcidas. Embora perceba estar tomado por uma sensação de grande excitação e desejo no ambiente, o conteúdo implícito do sonho é obscuro e ambíguo.


O sonho erótico de João ilustra sua censura onírica agindo. Os elementos do sonho, como a paisagem deslumbrante e a figura familiar, são os símbolos do seu desejo sexual e a atração que sente por X. No entanto, esse corte deforma e deturpa os detalhes específicos que poderiam ser os ditos considerados inaceitáveis ou limitantes para sua mente consciente, por tal razão são velados.


Essa proibição impositiva de ver claramente o que está sob um marco reprovativo, desempenha um papel zelador na mente cônscia, que, ao mesmo tempo, permite dar vazão aos desejos eróticos para serem expressos de maneira mais confortável e emblemática. Em vez de apresentar o conteúdo concreto do sonho de maneira explícita a João, sua psique inconsciente utiliza símbolos e metáforas para transmitir o desejo sem o despertar ao julgamento, provavelmente moral e consciente. O cenário exuberante e a figura familiar representam a aspiração sexual de João por alguém conhecido… que nesse momento não tem rosto, más, a mente inconsciente disfarça esses elementos dele para evitar uma confrontação direta com suas próprias fantasias. Isso permite que ele compreenda seus desejos de uma maneira menos agressiva para seus princípios e padrões sociais estabelecidos no percurso da sua vida. O autoexame e juízo onírico, surgem como um vínculo na manifestação dos quereres para salvaguardar a mente consciente de João, assim como; sentimentos de vergonha, culpa, humilhação, desonra e ansiedade que podem estar associados a eroticidade dessa quimera utópica que o atravessa. Os ícones que despontam nesse sonho cíclico e repetitivo, permitem que seu inconsciente se comunique de maneira mais segura, sem ativar a censura. Ao decodificar seus sonhos pela análise, ditas alegorias e translações presentes vão ganhar clareza, oferecendo informações sobre sua psicologia sexual. A partir dessa elaboração, poderá trabalhar na resolução de quaisquer conflito, desassossego e inquietações relacionadas a sua sexualidade, intermediado por uma ferramenta de autorregulação que permitirá a expressão controlada dos seus desejos.


Repressão sexual: É o processo pelo qual desejos e impulsos são mantidos no inconsciente, longe da consciência. A desaceitação sexual envolve o ocultamento de desejos considerados imorais pela sociedade ou pela própria pessoa. Destarte, podem estar relacionados a experiências infantis, tabus familiares, desenvolvimento social rígido e a cultura. Funcionam como uma válvula de escape, facilitando e propiciando que sejam temporariamente liberados no mundo dos sonhos, onde a reprimenda será relaxada.


Complexo de Édipo e incesto: Descreve a dinâmica das relações familiares, particularmente em relação à sexualidade infantil. Crianças experimentam desejos sexuais inconscientes em relação a um dos pais, (Complexo de Édipo) e sentimentos ambivalentes em relação ao outro. Esses sonhos eróticos muitas vezes refletem essas complexas dinâmicas de laços estreitos e a tensão relacionada à sexualidade infantil. Os desejos sufocados em torno dele, podem emergir nos sonhos sob a forma de imagens e situações sexuais altamente libidinosas.


Liberação controlada: Estabelece uma forma de desonerar a libido de maneira regulada e segura. Emancipa e independiza via uma desopressão, lugar onde os indivíduos podem se permitir experimentar suas fantasias sexuais sem os riscos e as consequências associadas à expressão direta de tais desejos. A psicanálise sugere que os sonhos transitam como um redutor indispensável da pressão e da tensão decorrentes da repressão dos desejos, o que, por sua vez, pode contribuir sensivelmente para o bem-estar emocional.


A deformação onírica.


No âmbito da análise psicanalítica, emerge uma constatação recorrente: a presença de sonhos de natureza erótica que antecedem o ato sexual, são permeados pela incapacidade notável de esconder a identificação, feições das mulheres que protagonizam esses enredos oníricos. Esse fenômeno é acompanhado por desafios consideráveis na realização de relações sexuais satisfatórias. Estas podem ser marcadas por frustrações decorrentes da inabilidade do homem em efetuar uma penetração precisa, pelo despertar abrupto motivado por angústias intensas ou pela prolongação indefinida de carícias e beijos que não culminam na consumação do orgasmo e o ato sexual. A vivência desses sonhos inquietantes muitas vezes lança os indivíduos em estados de exaustão, fadiga, sudorese e, ocasionalmente, em taquicardia. No referencial teórico da psicanálise, o cenário do indivíduo incapaz de discernir o rosto feminio em seus devaneios noturnos é paradigmático de uma deformação do conteúdo imaginoso. Essa alteração de deformidade, pretende primordialmente preservar o anonimato da fêmea, objeto dos pensamentos libidinosos, certamente enraizados em fantasias incestuosas, conectadas a figuras maternas, irmãs, tias, entre outras. Esse desvio, surge como uma estratégia psíquica para evitar a clareza da identidade da mulher envolvida, uma tentativa de conter os desejos proibidos que aparecem nas diversidades psicossexuais. O despertar súbito, por outro lado, sugere uma primeira percepção da incongruência entre a situação retratada nos sonhos e a figura feminina mencionada. Este colapso onírico é acompanhado quase sempre por uma crise de angústia, que se configura como uma resposta emotiva da mente à concretização desse ato proibido.


Indivíduos que enfrentam a impotência sexual, associam suas abstrações incorporando representações delas, um exemplo; sonhar com armas de fogo defeituosas resultando em disparos ineficazes na hora do uso. Esses lampejos lúbricos se traduzem na crença de estar empunhando uma arma qualquer, que no momento de acionar o gatilho se transforma em um objeto inócuo, como um pedaço de ferro, uma madeira ou objeto plástico. Ditas vinculações simbolizam a insuficiência do sujeito em relação à sua impotência e irresolução sexual. A configuração desse cenário é produto de reflexos conflitantes interiorizados, sentimentos de inadequação, ansiedades associadas à sexualidade, também a falta de potencia, desempenho adequado e necessário ao ato sexual. Sinalizações desta natureza, proporcionam uma fonte de compreensão das heterogeneidades psicológicas. “Os sonhos representam uma espécie de realização de desejos, como as pessoas sempre mantêm a esperança de que os seus desejos secretos possam ser satisfeitos neles”, (Freud, 1900). Nessa dimensão, os sonhos eróticos podem ser entendidos como ocorrências da repressão, censurados pelas normas sociais e tabus. Encontramos nos sonhos um porto de liberação controlada, onde o indivíduo pode navegar pelo seu subconsciente em profundidades emocionais e sexuais.


O universo das fantasias de Klein.


Klein acreditava que os sonhos eróticos tinham raízes escavas nas quimeras inconscientes, particularmente aquelas ligadas a objetos parciais, como seios, pernas e genitais. Em sua obra; “O Sentimento de Solidão e a Fantasia,” investiga e afirma, que às manifestações das ansiedades no plano subconsciente advêm das fases mais precoces da vida; “Os sonhos eróticos nos revelam a riqueza do mundo fantasmático do inconsciente, onde objetos parciais desempenham um papel peremptório nas fantasias.”


Posições psicológicas precoces como sementes.


O conceito de ''posições psicológicas prematuras'', destacam a conformação esquizo-paranoide e a situação depressiva como fases críticas no desenvolvimento infantil. Na paranoide, a criança vive um mundo de ambivalência, onde amor e ódio se entrelaçam, moldando as primeiras líbidos. Abstrações de perseguição, desconfiança e delírio afloram nesse estágio, declamando o turbilhão emocional do infante ao se confrontar com suas próprias emoções intensas. Na acomodação depressiva, eles internalizam uma compreensão mais sofisticada do mundo, reconhecendo a mãe como uma figura separada com sentimentos próprios. Ilusões que se apresentam nessa etapa, refletem uma interação complexa de culpa, remorso e desejo de reparação. A criança, agora mais consciente das consequências de seus impulsos hostis anteriores, tece teimosias de reconciliação e cuidado, tentando equilibrar os desejos destrutivos com a necessidade de conexão materna. Um aspecto essencial das fantasias se localizam na ambivalência afetiva e emocional. Envolvem sentimentos de embate de amor e ódio em relação às figuras parentais ou objetos de desejo. Essa obscura imprecisão, dá origem a narrativas internas herméticas e embaraçadas, onde a mesma pessoa ou objeto da volúpia, pode ser tanto amada quanto temida, refletindo a natureza contraditória das nossas emoções. Essa duplicidade das concupiscências, onde os elementos podem assumir significados múltiplos e variados, permitem que os mesmos se adaptem e evoluam, refletindo a fluidez dos afetos e a capilaridade da mente em criar narrativas multifacetadas. Se entrelaçando com essas elucidações temos as pontes dos ''objetos transicionais''. Esse conceito ampliado, inclui brinquedos ou objetos de apego, que se interpõem a expressão das fantasias infantis. Eles servem como vínculos conectivos entre o mundo interno e externo da criança, permitindo que ela percorra e processe suas emoções de maneira segura. Ao investir significado nesses objetos, criam um espaço resguardado para experimentar seus encantamentos sexuais e ilusões, os ajudando a lidar com emoções superabundantes e a desenvolver habilidades emocionais essenciais. Ao mergulharmos na conceituação kleniana dessas ideias, podemos apreciar o latente capital da elaboração precoce das manias infantis, aquelas que ampliaremos como adultos, mas também, mostram a capacidade altamente criativa da mente adaptada ao longo do tempo, na insondável jornada como sapiens.


O prisma dos arquétipos de Jung.


Jung escreveu em; "O Homem e Seus Símbolos": "Os sonhos eróticos são uma manifestação da busca pela totalidade, um anseio por integrar o masculino e o feminino dentro de nós." A visão dele enriqueceu a discussão sobre sonhos eróticos ao incorporar o sentido dos arquétipos, explorando como os símbolos nos sonhos refletem nossa busca por integridade e individuação. Sonhos não são apenas manifestações de desejos individuais, mas também, expressões de arquétipos, padrões universais inerentes à psique. Dentro do seu espectro, se manifestam como imagens e narrativas que transcendem as nossas experiências pessoais, tocando em algo fundamentalmente universal para o ser. A sexualidade para Jung, é um elo ligado aos esquemas de ambos os sexos, que encontram eco nas histórias mitológicas, nos contos de fadas, que permeiam o imaginário coletivo. Assim, os sonhos eróticos são encarados como uma simbiose desse arcabouço, enunciando não apenas os desejos individuais, más, aspectos atemporais da nossa condição. Preciso acrescentar a substância da ''caracterização da sombra'', representada pelos panoramas negados pela mente. Esse fantasma espectral, pode se manifestar na forma de desejos proibidos, tentações, tesão, lubricidades que nos escalam, e não estamos dispostos a reconhecer conscientemente. Funcionam como convites para integrar esse lado oculto do self, que anseia por um equilíbrio entre os impulsos reprimidos e a expressão saudável da sexualidade. Conteúdos como a ''anima'' (a representação feminina no inconsciente masculino) e ''animus'' (a representação masculina no inconsciente feminino), são figuras arquetípicas que podem aparecer como amantes misteriosos e sedutores, espelhando a busca pela completude dos opostos dentro de cada indivíduo.


Anima: A “anima” é o arquétipo feminino no inconsciente coletivo dos homens. Ela representa os aspectos femininos inatos na psique masculina. Todo homem tem uma parte feminina em seu inconsciente, que se manifesta através da anima. Não se refere apenas às mulheres reais que um homem conhece, mas também às qualidades femininas, emoções e padrões de comportamento que existem dentro dele. Incorporar a anima é um processo importante para o desenvolvimento psicológico do homem, o auxiliando a entender e aceitar melhor sua parte composta de natureza feminina.


Animus: O “animus” é o arquétipo masculino no inconsciente coletivo das mulheres. Ele corresponde aos aspectos masculinos inatos na psique feminina. Assim como os homens têm uma anima, as mulheres têm um animus. Se manifesta mediante pensamentos, ideias e características masculinas na psique da mulher. Sua agregação envolve aceitar esses aspectos masculinos internos, permitindo que a mulher equilibre sua mente e desenvolva uma cognição mais completa de si.


Ditas conexões entre o inconsciente coletivo, que é inato e geneticamente determinado desde o nosso nascimento, e, o inconsciente pessoal, moldado pelas experiências individuais ao longo da vida. Ambos fatores, abrigam padrões universais, arquétipos e temas comuns compartilhados por todos, incluindo símbolos e mitos recorrentes. Por contraste, o inconsciente individual é singular para cada ser, formado por vivências, memórias, traumas e pensamentos específicos acumulados ao longo do tempo. Animus e Anima, atuam como mediadores entre essas camadas do inconsciente, emergindo em elementos como sonhos, imagens e emoções, aproximando conteúdos do inconsciente coletivo para o pessoal. Esses processos promovem a harmonia na psique, possibilitando uma compreensão mais completa do self, dos relacionamentos interpessoais e do ambiente circundante.


Sonhos eróticos são ferramentas de crescimento pessoal.


O objetivo final da terapia psicanalítica é o processo de individuação, uma jornada de inclusão e desenvolvimento pessoal. Os sonhos eróticos com sua carga simbólica e arquetípica, desempenham um papel decisivo nesse processo. Ao enfrentar os significados profundos desses sonhos, o indivíduo pode alcançar uma compreensão mais assertiva de si, consentindo os diversos enfoques de sua sexualidade e identidade. Eles não apenas revelam os desejos ocultos, mas também oferecem um portal para a psique. Ao mergulhar nessas imagens oníricas, podemos descobrir não apenas nossas paixões mais íntimas, mas também os contornos da nossa condição, oferecendo assim uma visão fascinante e enriquecedora da sexualidade.


Dan Mena: “Ao serem desvendados os sonhos eróticos, descortinam não apenas os anseios individuais, mas também os prismas da sexualidade para a percepção da diversidade e o emaranhado das experiências eróticas.”


O Simbólico e o Imaginário.


Lacan, em seus escritos de; “Os Escritos Técnicos de Freud”, cita; “Os sonhos eróticos são arenas, onde o sujeito confronta seu desejo e a Lei Simbólica. Eles desenham a tensão entre o desejo individual e as normas sociais”. São expressões do inconsciente estruturados pela linguagem, onde o simbólico e o imaginário desempenham suas atuações significativas. “Os sonhos eróticos são uma encruzilhada, onde o sujeito contrapõe, acareia interesses sexualizados e as normas sociais, uma dança complexa entre o desejo pessoal e a volúpia do ''Outro''”, dito entendimento, é, meticulosamente explorado nessa obra magistral. A linguagem é a chave para desvendar o universo dos sonhos eróticos, não é apenas um meio de comunicação, más, um sistema icônico que molda nossa percepção da realidade. Tanto as imagens sensuais como às experiências eróticas são expressas por metáforas, evidenciando os quereres das camadas fundas do inconsciente. Observar pela linguagem onírica, pode destapar não apenas excitações sufocadas, mas também, dissidências sexuais e emocionais. Em ''O Estádio do Espelho'' e a ''Sexualidade: Reflexos Profundos nos Sonhos Eróticos'', avança na formação da identidade e do ''eu'', a partir da percepção do próprio corpo. Esse lugar, onde o fisiológico se torna um terreno fértil para a expressão das ansiedades sexuais. Imagens eróticas refletem não apenas líbidos reprimidos, senão que acrescentam inseguranças e aspirações relacionadas à nossa imagem projetada. O modo como o captamos no sonho erótico revela enleios, mas também a autoimagem. A mente é dividida em três registros interconectados: o simbólico, o imaginário e o real. Nesses registros se entrelaçam, o simbólico, que representa o mundo da linguagem e dos significados culturais, eles moldam como interpretamos traquejos salazes. O imaginário, por outro lado, está relacionado às imagens e  assanhamentos que surgem na lascívia, encapsulando as idealizações psicológicas dos desejos sexuais. Por último, o real é o diagrama gravado no arquivo mais elusivo, porque trata do know-how puro e imediato, muitas vezes inexprimível em palavras. O real se manifesta de maneira intensa e visceral, sensações, sentimentos e vontades são escrituradas no sonho erótico, de fato, experiências concretas, a apesar da sua natureza fantasiosa. Ao explorar este tema, especificamente através da lupa simbólica do imaginário e do real, se descortinam o hermetismo e a obscuridade da perícia erótica e suas interseções evidentes com o inconsciente. Contemplar os domínios da sexualidade entre a linguagem e a imagem corporal e se apropriar de uma bagagem lídima do terreno psíquico.


No “O Seminário, Livro 5: ''As Formações do Inconsciente”. Faço uma observação quanto que essas citações abaixo são uma interpretação minha, já que o estilo de escrita de Lacan é denso e altamente teórico.


“A sexualidade é uma das maneiras pelas quais o sujeito toma forma no desejo do ''Outro''.”

“A sexualidade é o ponto de partida e o de chegada da análise.”

“O inconsciente é estruturado como uma linguagem. A sexualidade é o campo em que essa estruturação é mais claramente observada.”

Dan Mena, inspirado em Lacan.


Trauma, sedução e sonhos eróticos.


Nas experiências traumáticas na infância e sua manifestação dos sonhos eróticos na vida adulta gosto de abeirar com Ferenczi. Ele escreveu em; “A Confusão da Língua entre os Adultos e a Criança”: onde cita; “Os sonhos eróticos frequentemente têm raízes em episódios traumáticos da infância. Representam uma tentativa de lidar com o trauma e sua influência duradoura”. São uma forma de autoanálise, mediante uma tentativa de elaborar e resolver perícias impactantes infantis. Em sua obra, mergulha nessa relação de eventos perturbadores, nessa fase e a sua posterior manifestação dos sonhos sexuais transladados a vida adulta. Estes provocam um abalo, abrem uma ferida extensa na psique, que esculpe e modela como os desejos e esses embates amadurecem. Traumas específicos, especialmente aqueles relacionados à sexualidade e ao abuso pueril, podem se tornar sementes sólidas para a formação desses combos eróticos perturbadores. A comoção pregressa, age como um catalisador, transfazendo o(s) ato(os) em imagens oníricas que buscam de alguma forma processar essa investida traumática original. A dificuldade primitiva fundamental de comunicação entre a criança e o mundo adulto, em particular em situações onde ocorre o abuso ou trauma. Quando uma criança é exposta a experiências sexuais inadequadas, sua capacidade de articular a sexualidade fica severamente limitada. O emblemático dessa(s) circunstância(as), é assim internalizado de maneiras que escapam à linguagem e ao discernimento verbal. Essa confusão da narrativa desse encontro, e sua impossibilidade de se fazer locução se profere de maneira simbólica. As imagens, sensações e as emoções são transpassadas aos sonhos, que se tornam a própria linguagem, via uma tentativa do inconsciente de expressar o indizível, de processar o trauma de maneira a se evadir, fugir daquilo que escapa ao domínio consciente. Assim, os sonhos eróticos se transformam em uma arena onde o trauma infantil encontra uma voz silenciosa, mas poderosa, criando um terreno onde a experiência traumática é revisitada e, talvez, reinterpretada. O papel do analista na análise do tema na infância, necessita de uma escuta muito personalizada, empática e cuidadosa. Se tornar um guia para o paciente ou ajudar a traduzir a sua singularizada oculta linguagem é uma tarefa árdua e laboriosa. Ao criar um ambiente seguro e de confiança, penetramos a exegese do conhecimento das imagens devaneantes, que podem levar a uma resolução terapêutica conclusiva.


''Sonhos eróticos são como peças de um quebra-cabeça, quando interpretados adequadamente proporcionam esclarecimentos importantes. Eles desafiam as fronteiras entre o consciente e o inconsciente, o desejo, a repressão, o individual e o coletivo. Ao serem assimilados abrem a porta para a integração psíquica''. Dan Mena (2023). Nesse mundo misterioso, encontramos um reflexo do que somos, do que fomos e do que poderíamos ser. Como psicanalistas, continuamos a sondar esses abismos e continuar a jornada.


Os sonhos como a ''Via Régia'' para o Inconsciente.


Freud dize com sagacidade: “Os sonhos são a via régia para o inconsciente.”


Essa afirmação se fundamenta na tese freudiana de que são portadores de desejos ocultos e pensamentos reprimidos, oferecendo um vislumbre do inconsciente. Ao integrar eles na prática analítica, psicanalistas podemos trabalhar os enigmas da mente, revelando anseios e traumas há muito esquecidos. Vejamos outras frases de psicanalistas;


Dan Mena: “Sonhos eróticos nos permitem adentrar nos paradoxos da libido, onde o prazer e a repressão coexistem em múltiplas camadas de significado, presentes nas manifestações do desejo sexual.”


Carl Jung: “Os sonhos eróticos podem servir como mensagens da psique, indicando a necessidade de equilibrar a anima e o animus para atingir a totalidade.”


Melanie Klein: “A análise dos sonhos eróticos nas crianças pode nos ajudar a entender a formação de fantasias inconscientes e os primeiros conflitos emocionais.”


Jacques Lacan: “Os sonhos eróticos são um campo fértil para explorar as dinâmicas do desejo, da linguagem e do simbólico.”


Dan Mena: “Ao serem desvendados os sonhos eróticos, revelam não apenas os anseios individuais, mas também aspectos da sexualidade para a compreensão da diversidade e complexidade das experiências eróticas.”


Sándor Ferenczi: “Os sonhos eróticos na vida adulta podem estar relacionados a experiências traumáticas na infância e à falta de simbolização adequada.”


Anna Freud: “Os sonhos eróticos desempenham um papel na fase de latência, permitindo à criança explorar suas próprias curiosidades sexuais enquanto mantém a modéstia social.”


Nancy Chodorow: “A análise dos sonhos eróticos nos ajuda a compreender a formação das identidades de gênero e a influência das relações interpessoais na sexualidade.”


Dan Mena: “A interpretação dos sonhos eróticos nos convidam a investigar os impulsos inconscientes e as normas culturais, demonstrando como as fantasias sexuais desafiam as convenções sociais e revelam nosso desejo por liberdade e autêntica expressão.”


Em todos os sonhos há um desejo reprimido. No entanto, os sonhos eróticos também tendem a disfarçar outros aspectos relacionados com os nossos medos e ansiedades; questões que reprimimos por medo de as enfrentar ou assumir.


Como os psicanalistas interpretamos sonhos, na prática?


A interpretação de um sonho no trabalho analítico consiste em deduzir o significado latente do conteúdo do sonho manifesto. Utilizarei um exemplo lúdico é muito recorrente na clínica. Se imagine sonhando a seguinte situação… você está num determinado local, no meio de uma multidão, onde têm pessoas desconhecidas e estranhas ao seu convívio. Nesse ambiente, não existe a moral nem o controle social, portanto não existem julgamentos, chacotas, acusações, gozações, a estética não conta nem é classificada, categorizada, encarada ou reputada. Nesse enquadramento, você estaria livre, experimentando de certa forma uma condição verdadeira, primitiva e original ao ser nos seus primórdios. Assim, o sonho se assemelha a um certo paraíso conhecido, onde todos estão nus e não há constrangimento em relação ao corpo alheio, nem ao ''outro''. Adentrando numa possível interpretação do analista: esse cenário poderia evocar o medo de expor uma fragilidade ou de não corresponder às expectativas impostas sobre si, ou pelos outros. Sonhos exibicionistas ostentam uma representação da infância do sonhador, uma fase, na qual não sentia vergonha, inibição, timidez, bloqueios ou fabulações. Esse cenário, onde não há restrições morais ou controles sociais e urbanos, pode espelhar um anseio por uma impossível e suposta conquista de liberdade, isenta de julgamentos externos que podem estar moldando interações diárias desse indivíduo. Podemos seguir depreendendo; o sujeito pode estar atravessando uma fase de grande pressão sob sua personalidade, desejando se encontrar com a autenticidade, a verdadeira essência que nesse momento está disfarçada. O ambiente, desprovido de roupas e de padrões estéticos, sugere uma necessidade dele(a) retornar às suas origens simples ou uma situação passada, tida como ideal, feliz ou suprema. Estar nu, pode iconizar a exposição da sua vulnerabilidade, se revelando sem as máscaras que precisou levantar para se proteger do julgamento coletivo. Seguimos… a ausência de constrangimento em relação ao corpo alheio, indica uma aceitação do próprio corpo e uma desaparição de comparações ou a implicância de competições externas. A liberdade que o sonho lhe proporciona nesse estado de nudez, reflete um desejo acentuado de ser aceito(a) e amado(a), pelo que se enxerga no sonho genuinamente, sem as camadas de expectativas externas que muitas vezes o(a) afastam da verdadeira identidade.


''Esse traslado possível, um retorno a nossa essência, pode servir como um lembrete poderoso da necessidade de aceitar e abraçar nossas vulnerabilidades, reconhecendo que a verdadeira fidedignidade conosco reside na aceitação de quem somos, sem os fingimentos, hipocrisias e disfarces que tentamos articular para nos encaixar socialmente ou agradar a outros''. Dan Mena.


Freud nos alertou para os perigos do que chamou de “delírio interpretativo” ou “interpretação selvagem”. Para evitar cair nessa armadilha principiante, aconselhou que os analistas seguissem uma série de regras estritas, incluindo a precaução de não interpretar enquanto o sujeito está dormindo, pois isso poderia levar a resultados imprecisos. Cada símbolo pode ter um significado específico, seja relacionado a desejos sexuais, traumas infantis, ressentimentos maternos, anseios por sucesso social e profissional ou qualquer outra manifestação do inconsciente. Destarte, eu tenha colocado nesse modelo ''uma'' plausível significação com diversos ângulos embaçados na narrativa do paciente, de forma alguma será uma regra para outros iguais ou similares, apenas a título de exemplificação. Exercer cautela ao aceitar literalmente todas as compreensões possíveis e seus aspectos oferecidos, é o preceito fundamental, estas, se baseiam na experiência pessoal do analisando. Portanto, tais considerações podem ser precisas para os indivíduos aos quais se aplicam, mas não necessariamente vão se ajustar a outras que não foram ouvidas no seu dizer na análise.


Quando os sonhos não devem ser interpretados a título geral?


Fisiológicos: Causados por estímulos físicos externos, como barulhos, luzes ou desconforto físico, e não têm origem no conteúdo do inconsciente do paciente.


Reminiscência: Que são simples repetições de experiências vividas recentemente e não envolvem conflitos ou questões inconscientes.


Tautológicos: Aqueles que simplesmente se repetem, ou que já é conhecido pelo paciente.

Traumáticos recentes: Os que envolvem eventos traumáticos muito recentes e o paciente continua no processo de elaboração, onde é aconselhável serem deixados de lado até que o paciente esteja pronto para lidar com eles.


Censurados: Sonhos, claramente censurados e distorcidos pelo próprio paciente, o que pode indicar resistência ou dificuldade em enfrentar certos aspectos do inconsciente.


Quando um indivíduo desvenda o sentido oculto de seus sonhos, traz à luz elementos do seu subconsciente, permitindo, no âmbito da psicanálise, a resolução de seus embates interiorizados. Ao analista se atribui a pauta de comunicar ao cliente o entendimento, elações e sentido das narrativas emblemáticas, atribuindo esses ícones à sua própria experiência pessoal. Neste ponto, o paciente toma posse desse significado, o integrando a sua experiência e se tornando consciente da interpretação. Determinados padrões coexistem no subconsciente coletivo, que vão sendo esculpidos ao longo da trajetória da nossa civilização, sinalizando com aspectos, ângulos e leituras compartilhadas universalmente pela maioria. A interpretação individual desses conceitos muda conforme a situação vivida por cada pessoa e situação específica.


Vejamos alguns símbolos com suas possíveis conexões; sonhar com…


Uma aranha — mãe, par, esposa dominadora ou alguém importante com características parecidas.

O mar — o ventre materno como o ciclo existencial da vida.

Uma igreja ou capela — a figura maternal, porém protetora e não possessiva.

Itens afiados que adentram na mulher, facas, espadas, armas, um pico elevado — o órgão masculino.

Ser, sonhar em ser prostituta ou uma delas estar no sonho — caprichos e desejos sexuais não realizados.

Mulher sensualizada, sexy, bonita — anseio por autonomia sexual, remorso e insegurança pessoal.

Profissionais do sexo — desejos sexuais insatisfeitos ou não realizados como fantasiados, autoestima frágil e dúvidas em relação ao seu desempenho sexual.

Homens, sonhar com prostitutas que implicam pagamento — baixa autoestima e falta de confiança em sua capacidade sexual.

Intimidade com o parceiro — reforçam a atração sexual por ele(a), ao passo que com terceiros, insatisfação sexual no relacionamento habitual.

Infidelidade — medo do envelhecimento, declínio sexual e a necessidade de se manter jovem, sedutor(a) e atraente. Indica receios em relação a compromissos e obrigações.

Infidelidade — uma forma de escapar de uma relação que não é mais estimulante.

Incestuosos — falta de maturidade emocional, traumas passados de abuso sexual, saudade das nossas origens, o anseio por um novo começo numa relação.

Homossexuais — geralmente não têm um valor terapêutico significativo, uma vez que o inconsciente é livre de restrições morais e preconceitos.

Sexo público — desconforto com o corpo.

Noite violenta — desejo de libertar-se da opressão da vida cotidiana.

Sonhar com ex — carência afetiva na relação atual, fim de relacionamento com feridas mal resolvidas, insegurança ao iniciar um novo relacionamento.


Qualquer um de nós pode ser envolvido por um delicioso sonho erótico que revele não apenas fantasias dominantes, mas também mensagens ocultas e, por vezes, pequenas perversões. Esses devaneios noturnos, por mais desconcertantes que possam ser, servem como portais para o entendimento íntimo da nossa energia sexual, dos relacionamentos e de nossa postura, aquela que adotamos em relação à sexualidade. Nem todos esses cruzamentos oníricos são agradáveis; alguns, de fato, podem ser profundamente desconfortáveis, evocando sentimentos de vergonha, humilhação ou desprazer. No entanto, é na conscientização destes fragmentos de nossos desejos e medos que encontramos uma oportunidade única para o autoconhecimento. Ao registrar esses traquejos em seus detalhes mais privados, podemos desenredar camadas ocultas do nosso psiquismo. Cultivar a lucidez nos sonhos, a habilidade de discernir o que sonhamos enquanto ainda imersos no mundo devaneante, é uma técnica valiosa. Em meio aos símbolos e metáforas florescentes que compõem a linguagem dos sonhos, os de natureza erótica se manifestam como alegorias de nossas emoções, afetos e situações cotidianas. Vistos sob uma dimensão cuidadosa, lançam uma luz intensa sobre nossos verdadeiros sentimentos em relação a outras pessoas ou a determinadas situações. Assim revelam obstáculos e desafios que de forma consciente ou inconsciente precisaremos em algum momento superar. A prática de criar nossas próprias fantasias sexuais antes de adormecer não é apenas eficaz para invocar o lúbrico e salaz, mas também nos oferecem a capacidade de moldar encontros com o perfil de nossos quereres. Somos dotados de habilidades incríveis, inclusive a de criar um cenário sensualizado sob medida, onde todas as possibilidades se desdobram diante de nós. Sonhos sensuais, quando vivenciados com consciência, não apenas proporcionam satisfação física e emocional, más, são uma forma segura e ilimitada de explorar a sexualidade. Como muito bem observou Calderón de la Barca, “a vida é um sonho e os sonhos são sonhos”, denotando, que a realidade vivenciada e o mundo em que adentramos quando fechamos os olhos para a vigília não são tão distantes, ao contrário, se fundem entre o desejo a fantasia e a imaginação.


Ao poema; Sonhos Sensuais - Jonas Icaro.


Sonhos Sensuais

São Segredos

Sinto Seu Suor

Seus Sons Seduzem

Sincronismo, Sexo!

Seu Sofá Sabe

Sensíveis Seios

Sugo!

Sorrio Sarcástico

Sobe, Senta

Sua Saliva

Sinto Salgada

Seus Sulcos

Saboreio

Sou Safado, Sei!

Shiu! Silencio,

Severo, Sereno,

Simples, Sincero,

Só Sativa

Sem Stress

Sono!

Sonhos Sensuais.

Até breve, Dan Mena. Membro Supervisor do Conselho Nacional de Psicanálise desde 2018 - CNP 1199 Membro do Conselho Brasileiro de Psicanálise desde 2020 - CBP 2022130

 
 
 

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