Medos Ocultos que Sabotam a Vida Sexual.
- Dan Mena Psicanálise
- 27 de mai.
- 22 min de leitura

Bloqueados no Prazer e na Intimidade Autossabotagem, apenas o som dessa palavra já carrega um peso quase visceral: não é mesmo? Um lembrete de que, em muitos momentos, somos os próprios algozes, criando barreiras que nos afastam daquilo que mais desejamos, ainda que secretamente. Mas, e se eu lhe dissesse que esse fenômeno, tão nosso, reverbera em áreas que sequer ousamos encarar? Sim, falo da sexualidade, do sexo. Dessa dimensão que, paradoxalmente, é também uma das mais negligenciadas, distorcidas e adiadas no silêncio da procrastinação e no teatro da autossabotagem. A sexualidade é uma extensão de quem somos, um reflexo das narrativas interiores que carregamos, das experiências que nos moldaram e das inseguranças que, muitas vezes, preferimos ignorar. E aqui, no cruzamento entre ambos que verificamos também como essas dinâmicas internas se relacionam com nossa capacidade – ou incapacidade – de nos entregarmos ao prazer, à intimidade e ao amor. Imaginemos, por exemplo, uma pessoa que sente atração por alguém, mas hesita em tomar qualquer iniciativa, seja por medo do fracasso, por um sentimento de inadequação ou até mesmo pela crença – consciente ou inconsciente – de que não é digna de ser desejada(o). Ela(e) procrastina. Adia o encontro, a conversa, o toque. E nesse diferimento, constrói uma narrativa interna que apenas reforça sua crença limitante: "Eu sabia que não era boa(m) o bom o suficiente". Assim, o ciclo se perpetua. Mas será que essa tardança é apenas uma questão de preguiça ou falta de coragem? Ou seria, na verdade, um mecanismo de defesa contra a vulnerabilidade que a intimidade exige? A sexualidade, nesse quadro, escancara não apenas nossos desejos, mas também os medos ocultos. E a autossabotagem, como uma sombra persistente, nos impede de nos aproximarmos desse espelho, temendo o que podemos encontrar em si. É como se estivéssemos constantemente fugindo, evitando o confronto, partes fracionadas da nossa identidade. Mas o que exatamente estamos temendo? Seria o julgamento do outro? Ou, talvez, o juízo que já lançamos sobre nós mesmos? Ao longo das sessões terapêuticas que conduzo, percebo que muitos dos bloqueios relacionados à sexualidade têm raízes longas, geralmente cravadas em experiências anteriores que decretaram determinadas percepções sobre o corpo, o prazer e os quereres. Para alguns, esses liames estão em uma infância marcada por repressão ou vergonha, onde a sexualidade era vista como algo sujo, proibido, pecaminoso ou perigoso. Para outros(as), estão em relacionamentos passados que deixaram cicatrizes emocionais difíceis de curar.

E, nesse clima, que aparecem como uma forma inconsciente de se proteger da dor que a intimidade pode trazer. Afinal, se eu não me permitir amar ou ser amado(a), também não arrisco ser rejeitado(a), não e? O Custo da Desconexão Sexual O problema é que essa proteção nos cobra um alto valor: o desligamento de nossa própria sexualidade. Quando procrastinamos da busca por intimidade ou evitamos situações que poderiam nos trazer prazer, estamos, na verdade, negando a nós mesmos uma parte crucial da nossa natureza. Essa negação não passa despercebida. Ela se manifesta em sentimentos de frustração, encapsulamento, solidão e insatisfação, que são erroneamente atribuídas a fatores externos. No fundo, sabemos que a causa está dentro de nós. É a voz da autossabotagem, sussurrando que não somos bons o suficiente, que não merecemos ser felizes. Uma forma de evitar aquilo que mais desejamos, porque tememos o que isso pode exigir de nós. É um paradoxo fascinante: retardamos o regozijo sexual porque, de alguma forma, acreditamos que não estamos preparados para ele. Mas como podemos estar, se nunca nos permitimos? Um exemplo clássico disso é a maneira como muitos de nós internalizamos padrões irreais de beleza, estética e desempenho sexual, alimentados por uma sociedade que reduz a sexualidade a uma questão de aparência, comparação e competitividade. Quando não nos encaixamos nesses padrões fantasiosos alinhavados – e, sejamos honestos: quem realmente se adéqua? – e uma impalpabilidade absolutamente irreal. Quem, e de que maneira poderia ditar ou que é ou não matriz, protótipo, forma, molde, design, de formosura, venustidade, etc? Infelizmente, e a pesar dessa realidade de leitura racional, muitos começam a duvidar do seu próprio valor. Essa prerrogativa alimenta esses conceitos que discutimos, criando um ciclo difícil de romper. Mas será que precisamos mesmo nos encaixar nesses critérios? Somos realmente capazes de poder redefinir interiormente o que significa ser sexual, atraente, cativante, bonito(a), etc., de uma forma que seja unicamente autenticada para nós? Destarte opiniões, sejam sempre bem-vindas desde que reparadas como um horizonte do outro, que positiva ou negativamente não tenham peso quanto ao que eu estabeleço como minha afirmação pessoal. Uma abordagem complementar que tenho encontrado como particularmente eficaz nesse processo de redefinição é a prática da atenção plena. Ao nos sintonizarmos com nosso corpo e com as sensações que ele nos proporciona, começamos a desconstruir as barreiras e muralhas que criamos contra o prazer. É um convite para estar presente no momento, sem julgamento, nos permitindo sentir e incluir-nos sem medo ou culpa. E essa presença ativa, ao contrário do que muitos podem pensar, não é apenas física; é também emocional. Se trata de consentir essa real vulnerabilidade, de abrir a intimidade em todas as suas formas de aceitação. Mas é claro, essa travessia não é fácil. Requer coragem, paciência e, acima de tudo, autocompaixão. Porque, no final das contas, todos, em algum momento, lutamos contra a protelação e a sabotagem em nossas vidas sexuais e afetivas. E essa briga não é um sinal de fraqueza, mas sim de reconhecer a própria singularidade. O importante é validar esses comportamentos que em última análise não nos definem. Eles são apenas uma parte de nossa história, uma divisão fragmentada que podemos reescrever se estivermos dispostos(as) a enfrentar o desconhecido. E então, eu pergunto: o que está lhe impedindo de viver integralmente sua sexualidade? Que narrativas você tem contado a si(a) que o(a) mantêm preso(a) em padrões de procrastinação? Talvez seja hora de questioná-las, de se permitir ousar, e, acima de tudo, sentir. Não acredito ser algo que precisemos conquistar ou merecer. Ela está inclusa no pacote da vida, esperando apenas que tenhamos a valentia de abrir seu conteúdo. Experiências precoces têm um proposito na forma como nos relacionamos com esses contextos corporais e emotivos. Uma criança criada em um ambiente onde a sexualidade era tratada como tabu ou associada à culpa e ao pecado pode crescer com uma relação ambivalente da sua pessoalidade e aceitação do seu corpo.

Da mesma forma, vivências traumáticas ou relações interpessoais marcadas por rejeição e julgamento podem deixar marcas que tornam a entrega ao prazer um desafio quase insuperável e martirizante. A autossabotagem surge como uma estratégia inconsciente para evitar a dor, mas que, ironicamente cria uma distância da realização. E o que dizer da sociedade em que vivemos, com suas mensagens contraditórias e gabaritos presumidos? Por um lado, somos bombardeados por imagens e narrativas que glorificam a sexualidade como um símbolo de sucesso e poder. Por outro, somos constantemente julgados e monitorados por preceitos que nos dizem como devemos nos comportar, como parecer, vestir, e até mesmo como devemos sentir. O resultado disso é uma desconexão: em vez de vivermos de forma autêntica e livre, nos encontramos presos em um jogo de expectativas e comparações que alimentam a insegurança e o medo de não sermos "bons o suficiente". E quando nos sentimos acanhados, o que fazemos? Adiamos a conversa difícil com o parceiro, pulamos o encontro dos próprios desejos. Nesse diferimento perdemos a oportunidade de nos reconectar, porque, no final das contas, a sexualidade não é apenas sobre o outro – é, antes de tudo, sobre nós. É quanto como nos sentimos no próprio corpo, sobre como nos permitimos sentir prazer e da maneira que nos relacionamos com nossos próprios quereres. Mas há esperança, se a autossabotagem e a procrastinação são aprendidas, também podem ser desaprendidas. E é aqui que a psicanálise e outras boas práticas terapêuticas entram como aliadas poderosas. Ao nos convidar a olhar para dentro, e enfrentar as crenças que carregamos, podemos reescrever nossa relação com o tema. Não se trata de "consertar" algo que esteja errado, mas de redescobrir o que sempre esteve lá: nossa capacidade inata de sentir, enlaçar e amar. Uma das ferramentas mais valiosas nesse processo é a prática da autocompaixão. Em vez de nos julgarmos por nossas hesitações ou falhas, podemos nos conceder compreender o que está por trás delas. Cada momento de procrastinação é uma oportunidade de investigação: o que estou realmente evitando? O que me assusta nessa situação? Ao cultivar essa curiosidade compassiva, começamos a desmontar as barreiras que nos mantêm presos. Além disso, a comunicação desempenha um papel fundamental. Falar abertamente sobre nossas inseguranças e desejos, seja com um parceiro, um terapeuta ou até mesmo conosco, pode ser libertador. Porque, ao compartilhar nossas experiências, percebemos que não estamos sozinhos. O Boicote que nos Assola Como é possível que desejemos ardentemente alcançar um objetivo e, ao mesmo tempo, boicotar esse querer de forma inconsciente? Por que o adiamento constante de tarefas significativas se torna para muitos de nós um padrão persistente, mesmo quando estamos plenamente conscientes das consequências negativas que isso pode acarretar? Essas questões não apenas intrigam a maioria, estudiosos de diversos campos descortinam o quanto essas evoluções impactam nossa sociedade, onde a produtividade é medida por resultados rápidos e sucesso tangível. Particularmente, pode ser vista como uma simples falta de organização ou disciplina, mas essa análise falha em capturar seu emaranhado lateral. Da mesma forma, a autossabotagem é tratada como um comportamento autoimposto e irracional, isso quando não oferecemos uma parada para uma apreciação de seus vínculos com o inconsciente e a ''formação do ego''. Justamente neste limiar que se torna essencial decodificar tais mecanismos que nos levam a empurrar para baixo do tapete aquilo que mais queremos realizar. ''A autossabotagem é um cenário onde o inconsciente ensaia os conflitos não resolvidos entre o querer e o merecer.'' - Dan Mena.

A sociedade em que vivemos, com sua ênfase em ganhos, coloca em nossos ombros uma pressão imensa, cobrando a eficácia a todo custo. Esse contexto global cria uma tensão particular: enquanto somos impulsionados a agir, também permanecemos paralisados por forças interiores que nos prendem em ciclos de adiamento e autodestruição. Mas será que esse comportamento é apenas fruto de nossas escolhas conscientes? Ou seria ele, uma expressão de desejos reprimidos e medos que permanecem como fantasmas ocultos no inconsciente? Se entendemos que normalmente o nosso corpo não é um obstáculo, mas sim um aliado no processo de autocompreensão, se desafia então a lógica de que predominantemente a procrastinação é puramente mental ou comportamental. Assim, ignorar os sinais do corpo é, em essência, desprezar os laços da protelação, cravados em nossos traumas e desejos subconscientes. Essas ligações entre o inconsciente e as manifestações físicas oferecem pautas transparentes sobre como a insustentabilidade da execução pode se manifestar fisicamente e impactar fortemente nosso proceder. Quando escolhemos adiar uma tarefa, o que realmente estamos postergando? Seria o medo do possível fracasso ou o fracasso em si? Refletir sobre como os processos interpessoais moldam nossas escolhas mais íntimas nos esclarece quanto ao seu deferimento, o que pode ser interpretado como uma defesa contra a ansiedade, associada à expectativa de sucesso ou à própria coação social, certamente, uma resposta ligada a certos melindres e escrúpulos que nos habitam. "A resistência ao fazer ou realizar não é um sinal de adinamia, mas uma mensagem do inconsciente para revisitar os porquês que sustentam nossos desejos." - Dan Mena. Ás histórias que contamos a nós mesmos sobre nosso valor e competência estruturam e elaboram nossas atividades. Quais narrativas inconscientes, portanto estão moldando nossa ação? E como podemos reescrever essas resenhas para superar os padrões de adiamento e autossabotagem? Uma dica pode ser olhar para nossas lutas interiorizadas, isso pode ser muito útil para decifrar a procrastinação como uma forma de resistência ao crescimento, assim, quebrar o ciclo, achando caminhos que nos conduzam a uma prosa mais positiva e capacitadora. "O adiamento constante não é uma fuga do fazer, mas um interior que se recusa a sermos limitados a máquinas de produtividade." - Dan Mena. Devemos considerar que impulsos inconscientes nos levam à repetição compulsiva, que, à primeira vista, parecem autodestrutivos. Por que, então, insistimos em repisar os mesmos equívocos e erros? Haveria por acaso uma recompensa mental fictícia oculta em atrasar o desejado? Posto isto, é válido considerar que, às vezes, o sofrimento é uma escolha inconsciente motivada por forças que estão além da nossa percepção consciente, para tanto, seria sim um convite a olhar mais detidamente os motivos que nos levam a determinadas condutas. "Na protelação, o Minotauro é o terror de descobrir que o nosso desejo talvez nunca seja suficiente para nos saciar." - Dan Mena.

A conexão entre corpo e mente é amiúde um reflexo das nossas emoções, traumas e inconformidades, ignorar os sinais físicos é desconsiderar a riqueza de informações que a matéria que nos constitui pode nos fornecer sobre nossa saúde psíquica e emocional. Não pense que é apenas um fenômeno mental; ela está absolutamente conectada às sensações que nos atravessam, e à forma como reagimos aos estímulos emotivos. Quando nos deparamos com uma tarefa difícil, podemos reagir com tensão, agressividade, fadiga ou outros sintomas que espelham claramente nossos receios. Esses sinais, podem ser elementos identificatórios reais para entender e vencer. ''Sabotamos nossos sonhos porque, no fundo, temos o peso de carregá-los nas mãos; o sucesso exige determinação para enfrentar não apenas o fracasso, mas a própria transformação." - Dan Mena. A Guerra Invisível na Análise Psicanalítica O trabalho na psicanálise nos estimula a questionar a relação com a mente e como nossa psique lida com a resistência. Em "Inibição, Sintoma e Ansiedade" Freud detalha sobre como esses fenômenos se manifestam e inquietam nossas vidas. "A resistência na análise não é a recusa da cura, mas a dança entre o desejo de mudança e o apego às zonas de conforto." - Dan Mena. O Significado de Inibição e Sintoma O conceito de inibição parte de como uma limitação ou bloqueio do potencial psíquico de uma pessoa ocorre, quando a energia libidinal ou os impulsos são reprimidos e desviados para outra forma ou direção. Isso resulta em uma sensação de incapacidade ou de paralisia emocional e mental, sendo um dos principais motores da procrastinação. A inibição não se limita apenas à incapacidade de agir, mas também se reflete via um desconforto interno, como se estivéssemos presos a um estado de tensão constante. Ela surge como uma defesa do ego contra a percepção de uma ameaça interna – a de que o ato de agir geraria uma angústia maior do que a própria procrastinação. Quando tentamos evitar uma dor emocional ou angústia psíquica, geralmente relacionadas a experiências passadas ou a uma colisão inconsciente não solucionada, aparece como uma forma de evitar essa ansiedade – assim, ao procrastinarmos, evitamos chocar com a causa da aflição, perpetuando logo esse decurso de adiamentos. Portanto, se observa que o sintoma, como expressão simbólica da refrega psíquica, pode ser interpretado como uma compensação, logo, um mecanismo de defesa. "O sintoma é o corpo falando a linguagem que o ego teme traduzir, expondo aquilo que a mente deseja esconder de si mesma." – Dan Mena. O Processo do Diferimento Ele envolve muito mais do que o adiamento de tarefas ou responsabilidades; é uma estratégia de enfrentamento inconsciente, uma tentativa de evitar a ansiedade associada à necessidade de agir. Geralmente aparece muito claramente quando estamos debatendo com um conflito interior se digladiando entre desejos opostos. A ansiedade gerada pela expectativa de realizar uma atividade ou incumbência pode ser insuportável para o ego, que então dilata o certame. Essa tardança pode se tornar recorrente, uma vez que a mente inconsciente se acostuma com o ciclo de se evadir do desprazer e prefere comportamentos mais fáceis de lidar. "O ciclo da procrastinação é uma prisão forjada pelo ego, que prefere a ilusão do imediato ao esforço de eclodir com a ansiedade." – Dan Mena. O Medo do Fracasso O receio de naufragar nas águas das nossas empreitadas, de não atender às expectativas ou de não estar à altura dos desafios propostos, são motores vigorosos para a manifestação da procrastinação. Quando nos deparamos com uma atribuição ou objetivo, podemos ser tomadas(os) pela sensação de não estarmos preparados devidamente, assim, gerando uma resposta de apavoramento e ansiedade. O adiamento da ação serve como uma engrenagem para nos proteger dessa sensação de inadequação para tal. Nesse quadro, não é apenas uma sinalização falha do gerenciamento de tempo, mas uma estratégia psíquica defensiva altamente arraigada no ser. Como procrastinadores, estamos sempre tentando evitar um duelo emocional com o medo do revés ou do julgamento alheio. Assim, a procrastinação acaba sendo uma forma de salvaguarda e proteção, mas também um instrumento de boicote, pois nos mantém amarrados e restritos a um ciclo vicioso de postergação. "O medo de falhar paralisa, mas é na vulnerabilidade da ação que descobrimos a coragem que tanto nos falta." – Dan Mena. A Luta Interna - o Boicote Nossa psique é enlaçada à ambivalência, exemplo: dinâmica entre desejo e culpa. A frustração deliberada ocorre quando propositalmente vedamos as próprias tentativas de sucesso ou realização. Essa tendência, está associada a pugnas internas e sentimentos de desmerecimento e vergonha. Destarte, sabemos perfeitamente que esses comportamentos autossabotadores muitas vezes têm raízes em experiências passadas, especialmente aquelas que envolvem a infância, relacionamentos familiares ou situações que geram hesitação ou sensação de não ser digno de tal sucesso. Por esta razão, surge uma expressão de uma crença inconsciente de que o acerto é indesejável ou perigoso. Esse sentimento de culpa que muitos carregamos em relação à felicidade e prosperidade que desejamos alcançar. No fundo, o próprio boicote é uma maneira de garantir que não alcancemos o êxito de nossos projetos, pois, na mente inconsciente, isso representaria uma ameaça à própria identidade.

"O boicote interno é uma estratégia psíquica que nos mantém protegidos do sucesso que perseguimos, mas o tememos, como se isso pudesse nos roubar a essência." - Dan Mena. Autossabotagem é uma maneira que usamos como escudo para lidar com a ambiguidade primitiva, dividida entre as querenças de triunfo e o temor de sermos expostos ao insucesso. Esse conflito interno gera uma pressão constante, que se manifesta em ações que retardam o progresso ou minam a autoconfiança. Essa traição defensiva que praticamos, nos mantém numa zona de conforto mental, onde não precisamos encarar a possibilidade da derrota ou lidar com juízos e críticas de conquistas que podem nos deixar ansiosos(as) e inseguro(as). "Enfrentar o boicote interno é encarar nosso passado, aprendendo a temer aquilo que, na verdade, deveria nos libertar." - Dan Mena. Relação Entre Ansiedade e Procrastinação A ansiedade é um tema que ocupa um lugar central na teoria psicanalítica. A descrevemos como uma reação emocional a uma percepção de ameaça ou sinal de alerta. Em um nível mais aprofundado, consideramos que ela está ligada a antagonismos internos não solucionados. No caso da procrastinação, ela se torna a chave para entender o comportamento de adiamentos. A tarefa ou situação a ser enfrentada é percebida como uma ameaça à estabilidade psíquica, e o ego, na tentativa da nossa preservação ou equilíbrio, retarda a ação. Assim, não é apenas uma questão de não querer realizar uma tarefa, mas de não desejar enfrentar a ansiedade que a realização dela pode provocar. "A procrastinação exibe um paradoxo psíquico: ao evitarmos o desconforto, cultivamos sua perpetuação." – Dan Mena. Freud faz uma distinção importante entre a ansiedade real e a neurótica, sendo a última ligada a processos inconscientes que geram uma percepção exagerada da possível ameaça. Em muitos casos de adiamentos, a ansiedade não é proporcional ao real nível de dificuldade da ação a executar, mas sim, uma ocorrência inflada, originada por uma dissidência psíquica subjacente. Essa angústia neurótica, nos conduz a evitar a atividade, adiando indefinidamente a tomada de decisão e a resolução de problemas, resultando em um ciclo interminável de inoperância que perpetua seu poder mental.

"Procrastinar é o reflexo de uma ansiedade desproporcional, onde o medo se transforma em uma intransponível muralha imaginária." – Dan Mena. A Sabotagem Pessoal como Fenômeno Psíquico Em minha análise sob a visão clínica do tema, considero ambos temas como manifestações amplas, que envolvem não apenas os sintomas já citados, mas também uma desmedida angústia existencial diante da responsabilidade e da exigência interna de realização. Estão conectadas ao estiramento tenso entre os impulsos inconscientes, os mecanismos de defesa do ego e a necessidade de enfrentar as tibiezas e temores. Não são apenas falhas de caráter ou questões de "administração do tempo", mas sim, expressões de uma digladiação entre preocupações e assuntos emocionais. ''A luta contra a autossabotagem é também uma batalha pela acessibilidade de nossas imperfeições e pelo encontro com nossa fragilidade.'' - Dan Mena. Todas essas manifestações são observadas como obstáculos, mas também são pontos de acesso para compreendermos as questões dramáticas que envolvem a emoção, acrescidas das psíquicas, que em seu conjunto nos movem. Transforme a Autossabotagem em Força Pessoal Ao me aprofundar na obra de Brianna Wiest - "A Montanha É Você", percebo uma riqueza maravilhosa de toques essenciais para o discernimento e superação da autossabotagem. Desde o início, Wiest utiliza a montanha como uma metáfora para desafiar nossas tibiezas e meandros. "Assim como a montanha desafia o corpo, a resistência interna nos encoraja a transcender nossas inseguranças e limitações." – Dan Mena. ''Ditas provocações da vida, não se levantam apenas para tratarmos de superar dificuldades emblemáticas externas, mas de reconhecer que a maior batalha que iremos travar é contra nós mesmos.'' - Dan Mena. A autora justifica o tema como uma forma de resistência, uma manifestação inconsciente de nossa tentativa de nos proteger da dor, do insucesso ou da vulnerabilidade. Entretanto, essa teimosia se transveste em um obstáculo para a realização pessoal. “O ciclo da autossabotagem começa onde a mudança é mais assustadora do que a própria frustração.” - Dan Mena. O Ciclo da Autossabotagem Padrões recorrentes sustentam a autossabotagem, descrevendo um ciclo comportamental muito singular e característico: Reconhecimento do desejo de mudança. Resistência interna causada por limitações. Comportamentos autossabotadores, como procrastinação, autocrítica e medo do sucesso. Frustração e reafirmação da crença de que não somos capazes. "O medo do sucesso é um paradoxo cruel: ansiamos pelo brilho, mas tememos o peso da sua sustentação." - Dan Mena. Quebrar esse circuito exige consciência e esforço deliberado. Isso me faz pensar sobre as ideias de Lacan, que ensejam que o desejo é totalmente influenciado pelo inconsciente. Para transformar a autossabotagem em autodomínio, é básico poder encarar os desejos inconscientes, geralmente disfarçados por racionalizações ou negações. ''O desejo é o desejo do ‘’Outro.’’ - Lacan. Esta citação pode ser entendida no contexto de como nossos desejos estão gravados no inconsciente, formados por um elo com os ''outros'' e com o que não conseguimos verbalizar ou compreender completamente. A autossabotagem, reflete uma desconexão entre os desejos inconscientes e a realidade, isso exige que enfrentemos essas forças internas, muitas vezes ocultas. Lacan esclarece, que o desejo nunca é puramente individual, mas sempre mediatizado pelas normas e pelas ausências do ‘’outro’’, o que faz com que nossa busca por autodomínio exija uma reflexão sobre eles para caminhar em direção ao ''saber de si''. "Cada padrão autossabotador é um apelo inconsciente para compensar nossas crenças sobre capacidade e merecimento." - Dan Mena.

Percebendo seus vínculos As origens desses comportamentos destrutivos derivam de: Traumas passados. Medo do sucesso. Falta de autoconsciência. Compreender os motivos por trás de nossos comportamentos é determinante para avançar. Como Freud propôs, a cura começa quando trazemos à consciência o que está no inconsciente. "Nossos comportamentos mais destrutivos têm vínculos em dores não resolvidas; se curar depende de uma arqueologia emocional que exige paciência ao cavar a alma." - Dan Mena. Convertendo a Autossabotagem Positivamente Quais seriam as melhores estratégias? Aceitação Radical Para promover mudanças, é necessário aceitar nossa condição atual. Ao considerarmos hipoteticamente a montanha como parte de nós, nos libertamos do ciclo de autocrítica. Destarte, aceitação não significa resignação, mas representa um passo adiante para a mudança. Desenvolvimento da Autoconsciência Práticas como registro em diário, meditação e terapia são recomendadas para identificar padrões autossabotadores. Como psicanalista, sei que essas ferramentas são acessórios de valor para acessar o inconsciente e revisitar os fatores que nos limitam. Ação Consciente e Intencional Rasgar a autossabotagem requer um compromisso ativo com a conversão. Se faz necessário renovar o ajuste com as rotinas e hábitos que alinhem nossos comportamentos com nossos objetivos. Pequenas ações diárias podem levar ao êxito de grandes reformas. “Aceitar a si não é capitular diante das falhas, mas reconhecer que a renovação psíquica começa quando paramos de lutar contra quem somos verdadeiramente.” - Dan Mena. O Rol do Autodomínio Quando pensamos no conceito de autodomínio, é relevante se afastar da ideia de controle rígido sobre nós, se equilibrar é um estado de estabilidade em que conseguimos agir em sintonia com nossos valores, isso deve estar isolado das adversidades. Se governar neste sentido não significa eliminar o medo, mas aprender a coexistir com ele. O que me lembra Winnicott sobre a importância de tolerar a frustração e a ambivalência como parte do desenvolvimento saudável. "Tolerar a nossa primitiva ambivalência é uma prova de maturidade emocional, um elo elementar para a soberania da nossa legítima governança." - Dan Mena. Muitas Oportunidades Dentro do prisma de Wiest, a montanha não é um inimigo, mas um professor. Cada desafio que enfrentamos é uma oportunidade de autodescoberta e progresso. Concordo amplamente com essa visão. Na psicanálise, entendemos que o sofrimento, embora doloroso, é também uma janela para a reconstrução. Quando defrontamos nossos gigantes internos, não apenas derrotamos entraves, mas nos tornamos versões mais autênticas e resilientes de nós mesmos. Uma tarefa que exige coragem, autoconsciência e ação. É um percurso escabroso, mas recompensador. Afinal, como ela bem nos lembra: "A montanha não está no caminho, a montanha é o caminho." - Wiest. "Enfrentar nossos gigantes internos não e sobre como vencê-los, mas sim aprender com eles para moldar os danos legados." - Dan Mena. Sabedoria e Consciência Prudência e reflexão são princípios capazes de desconstruir os condicionamentos que nos aprisionam. Esses compromissos não são apenas boas práticas comportamentais, mas orientações para um estado de presença e consciência. Como podem ser aplicados para promover uma transformação pessoal genuína? "A verdadeira consciência não apenas observa, mas questiona, desconstrói e refaz o tecido de nossas opiniões e atitudes." - Dan Mena.

Conclusões Precipitadas Assumir algo sem compreender o todo de forma completa cria muitos mal-entendidos que geram embates e sofrimentos por vezes desnecessários. É natural que busquemos previsibilidade, apresentemos hipóteses. Porém, quando elas são tratadas como verdades estamos perdendo a oportunidade de enxergar a possível realidade. O nosso inconsciente adora preencher lacunas com narrativas distorcidas. Essas histórias geralmente projetam medos ou desejos reprimidos, criando uma realidade ilusória ou inverdades. O ato de não fazer desfechos impulsivos nos força a pausar, questionar e buscar clareza antes de agir ou reagir. Essa prática não só evita guerras psicológicas, mas também promove conexões genuínas e transparentes. "A pausa entre o estímulo e a resposta é onde reside o poder de transformar conflitos em compreensão." - Dan Mena. O Melhor de Si Dar o nosso melhor não denota perseguir exatamente a perfeição, mas sim, atuar com presença, esforço e intenção sincera, independentemente das situações. O ''melhor'' varia de ''momento para momento''; em um dia cheio de energia, o nosso supremo ''realizar'' será diferente de um em que estamos cansados, fragilizados ou doentes. Isso nos instrui a aceitar nossas limitações. A autocompaixão é um componente deste acordo, pois nos permite respeitar os processos a que somos submetidos sem julgar ou exigir excelência e maestria. Ao dar asas ao nosso potencial, também nos libertamos do arrependimento, culpa e autocrítica. Não há espaço para remorsos quando sabemos que trabalhamos com integridade e dedicação. "Aceitar nossas insuficiências é um ato de bravura, pois nos ensina que o 'melhor' não é estático, mas sim tão mutável quanto a própria vida." - Dan Mena. Seja Bom(a) com Suas Palavras A palavra é uma das forças mais poderosas do ser. Ela detém a autoridade suprema de criar e destruir, de inspirar ou aprisionar. Ser impecável com a linguagem significa saber usá-la com integridade, sempre conforme o máximo de sinceridade possível e incluir nela a fraternidade e o amor. Esta práxis, vai além da ética comunicativa; se trata de um valor espiritual. Quando verbalizamos algo, estamos materializando nossos pensamentos e intenções. Muitas vezes falamos sem plena consciência, replicando padrões herdados de julgamentos, pensamentos ou medos. O primor com o uso da palavra exige que enfrentemos esses condicionamentos, adotando uma postura de vigilância e autoconsciência, ela é uma ferramenta forte e articulada para a transformação pessoal. "Adotar uma postura cuidadosa com nossas palavras é honrar o impacto que elas têm na criação de nossa identidade e das relações que alargamos." - Dan Mena. Nada para o Lado Pessoal Falemos então de desapego emocional. O ego tende a buscar validação externa e, com isso, nos tornamos reféns de terceiros, logo vulneráveis ao arbítrio de outros. Ao transcender essa tendência, reconhecendo que a percepção do outro é também limitada por suas próprias experiências, dores e condicionamentos. Ao internalizar essa convenção, criamos um espaço, lugar da autonomia emocional. Isso não significa ignorar as críticas ou deixar de lado conexões interpessoais, mas sim compreender que nossa paz não deve depender de autenticações, chancelas ou da opinião alheia. Esse entendimento nos liberta das expectativas projetadas pelo meio, e nos permite viver de maneira mais integral. ''Ao internalizar a compreensão de que a opinião do outro é limitada, criamos espaço para nossa própria verdade e pacificação.'' - Dan Mena. Cultive a Autoconsciência Laborar essa representação envolve o desenvolvimento de uma compreensão cavada de nossos pensamentos, sentimentos, afetos, condutas e comportamentos. Ela nos permitem identificar padrões de comportamento autossabotadores e tomar medidas para sua reconstrução. Ao semear uma consciência reflexiva podemos tomar decisões mais informadas e alinhadas com nossos objetivos. ''A autoconsciência não é apenas perceber o que fazemos, mas entender o ''porque'' por trás das condutas, sentimentos e equívocos.'' - Dan Mena. Visão Integrada Crenças e normas sociais nos condicionaram desde a infância. Esses agrupamentos não são apenas regras, mas práticas para alcançar a liberdade emocional e espiritual. Liberdade é a capacidade de criar uma realidade compatível com nossos conceitos mais autênticos, desconstruindo as ilusões fantasiosas impostas pelo mundo. Essa moção é revolucionária, pois desafia o conformismo e nos coloca como cocriadores conscientes de nossa existência. O que é necessário para viver de acordo com esses princípios? Quais desafios você enfrentará no caminho? Como eles podem servir como oportunidades para aperfeiçoar e potencializar o fortalecimento pessoal e espiritual?

Reconstruindo Nossa Narrativa Esses comportamentos que nos acompanham de maneiras sutis e silenciosas como elementos poderosos, por vezes devastadores, são manifestações que operam dentro das sombras do inconsciente. A resistência à ação é uma defesa primitiva do nosso ego, que tenta nos proteger de sentimentos de inadequação, mesmo quando sabemos que precisamos avançar e progredir para sobreviver a esta sociedade. Vamos lembrar das palavras de Freud: "O sintoma é o corpo falando a linguagem que o ego teme traduzir." A psicanálise nos dá as ferramentas para decifrar esses códigos internos: "Redizer nossa escrita pessoal começa com a valentia de olhar para as inseguranças e transformá-las em aliadas, não inimigas." - Dan Mena. Procrastinação no Sexo e na Intimidade F.A.Q - Perguntas Frequentes para o Tema O que é boicote da sexualidade?
→ É evitar prazer ou intimidade por medo, insegurança ou crenças limitantes. Como a procrastinação afeta a vida sexual?
→ Adiar encontros ou desejos cria barreiras emocionais e distância o prazer. Por que tememos a intimidade?
→ Por medo de rejeição, julgamento ou vulnerabilidade que ela exige. Qual o papel da psicanálise na autossabotagem?
→ Revela traumas e repressões inconscientes que bloqueiam a sexualidade. Como o corpo reflete a autossabotagem?
→ Manifesta tensões e sintomas físicos ligados a medos internos. O que a mente faz na procrastinação sexual?
→ Cria narrativas negativas que justificam o adiamento do prazer. O que é o inconsciente nesse contexto?
→ Parte da mente que guarda desejos, traumas e crenças reprimidas. Como o ego contribui para a autossabotagem?
→ Protege contra a dor, mas impede a entrega à intimidade. O que causa ansiedade na sexualidade?
→ Expectativas irreais e medo de não atender padrões sociais. Como os desejos reprimidos afetam a intimidade?
→ Geram frustração e reforçam ciclos de autossabotagem. O que são traumas na sexualidade?
→ Experiências passadas que criam bloqueios emocionais no presente. Por que reprimimos a sexualidade?
→ Por vergonha, culpa ou tabus aprendidos na infância ou sociedade. O que é vulnerabilidade na intimidade?
→ Abrir-se emocionalmente, essencial para conexões profundas. Como a autoestima influencia o prazer?
→ Baixa autoestima alimenta inseguranças e procrastinação sexual. Como superar a autossabotagem na sexualidade?
→ Com autocompaixão, terapia e enfrentamento das narrativas internas. Bibliografia Freud, Sigmund – O Mal-Estar na Civilização (1930, Imago)
Lacan, Jacques – O Seminário, Livro 11: Os Quatro Conceitos Fundamentais da Psicanálise (1973, Zahar)
Jung, Carl Gustav – O Homem e Seus Símbolos (1964, Nova Fronteira)
Klein, Melanie – Amor, Ódio e Reparação (1957, Imago)
Winnicott, Donald – O Ambiente e os Processos de Maturação (1965, Artmed)
Reich, Wilhelm – A Função do Orgasmo (1942, Brasiliense)
Fromm, Erich – A Arte de Amar (1956, Martins Fontes)
Bowlby, John – Apego: A Natureza do Vínculo (2002, Martins Fontes)
Foucault, Michel – História da Sexualidade (1976, Graal)
Beauvoir, Simone de – O Segundo Sexo (1949, Nova Fronteira)
Butler, Judith – Problemas de Gênero (1990, Civilização Brasileira)
Bauman, Zygmunt – Amor Líquido (2003, Zahar)
Giddens, Anthony – A Transformação da Intimidade (1992, Unesp)
Marcuse, Herbert – Eros e Civilização (1955, Zahar)
Kristeva, Julia – Poderes do Horror (1980, Rocco)
Laplanche, Jean – Vocabulário da Psicanálise (1967, Martins Fontes)
Nasio, Juan-David – O Livro da Dor e do Amor (1996, Zahar)
Zizek, Slavoj – O Sujeito Incômodo (2008, Boitempo)
Rolnik, Suely – Cartografia Sentimental (1989, Estação Liberdade)
Safatle, Vladimir – O Circuito dos Afetos (2015, Autêntica)
Wiest, Brianna – A Montanha É Você (2020, Sextante)
Palavras Chaves
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Membro Supervisor do Conselho Nacional de Psicanálise desde 2018 — CNP 1199.
Membro do Conselho Brasileiro de Psicanálise desde 2020 — CBP 2022130. Dr. Honoris Causa em Psicanálise pela Christian Education University — Florida Department of Education — USA. Enrollment H715 — Register H0192.
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