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O Psicopata.

Atualizado: 22 de set. de 2024



“O psicopata não consegue perceber em si o mal que pode provocar a outros.” Dan Mena.

Por Dan Mena.

A complexa trama da personalidade.


A psicanálise abordou a psicopatia de várias maneiras, utilizando contribuições de diferentes autores. Embora sob diferentes perspectivas dentro da nossa própria asserção, geralmente definido como uma condição caracterizada por déficits no desenvolvimento emocional da empatia e do superego. Através das nossas lentes visualizamos uma abordagem profunda da sua complexidade quanto sua atuação e efeitos mentais, aquelas que transbordam pela formação da personalidade. A partir da análise de diversos teóricos, examinarei seus traços característicos, origens na infância e os conflitos intrapsíquicos relacionados com o papel do desdobramento do self. Como uma condição que transcende as fronteiras do entendimento convencional, se tornou alvo de investigação, cujo foco reside na análise da psique, explorada por proposições focadas na formação do indivíduo, seu emocional e os mecanismos de defesa. (''superego''; é o aspecto moral da personalidade do indivíduo, conforme a ''teoria da psicanálise'' é responsável por “domar” o Id, ou seja, reprimir os instintos inaugurais, primordiais e originários do ser, com base nos valores morais e culturais). ''O psicopata é aparentemente um indivíduo que não se preocupa em reprimir os seus desejos infantis e que se comporta como se não tivesse superego''. Eidelberg. Boa leitura.


Psicopatas não têm problemas de autoestima, pelo contrário, têm um sentido exagerado, grandioso e egoísta da sua própria condição e importância perante a sociedade. São atraídos pela emoção, perigo, negação da realidade e excitação, que enxergam como obstrutiva da sua omnipotência infantil. Quando limitada à sexualidade, entram aqui os pedófilos, que se infiltram em organizações de caridade, religiosas, entidades fraternas, particularmente compostas por jovens, atraídos pela disponibilidade de possíveis vítimas. O diagnóstico do sociopata, ligado a este perfil, pode ser reintegrável a sociedade, mas as tentativas terapêuticas não são eficazes se sua personalidade lateral for sociopática. A privação de liberdade não os assusta, nem corrige, serve apenas para aperfeiçoar suas práticas. Embora sejam responsáveis pelos seus atos, são também vítimas da própria condição disfuncional por natureza, possuindo uma estrutura mental anormal e diferente do resto das pessoas, considerados absolutamente incapazes de se adaptar.


Exibem as seguintes características:


Falta de empatia: Têm dificuldades em se conectar emocionalmente com os sentimentos e necessidades dos outros, não conseguem entender ou se importar com o sofrimento alheio.


Superficialidade e charme: Apresentam um fascínio pessoal, sedução e atração superficial, que pode atrair os outros, utilizado como ferramenta de manipulação e para obter ganho pessoal.


Falta de remorso ou culpa: Não sentem pesar, arrependimento, compunção, contrição genuínas por seus atos prejudiciais e podem racionalizar minimizando seus comportamentos violentos e ruinosos.


Práticas antissociais: Tendem a violar as normas sociais e as leis, apresentam hábitos impulsivos, agressivos, irresponsáveis, proibidos, inconcessos e ilícitos.


Manipulação e mentira: São habilidosos em influenciar para manejar os outros e atender seus próprios interesses, enganam e engendram situações para obter benefícios.


Falta de planejamento a longo prazo. Podem ter dificuldade em planificar e considerar as consequências a longo prazo de suas ações, buscando gratificação imediata, na sua concepção tudo é urgente, iminente.


Ausência de relações afetivas estáveis: Suas relações interpessoais são tidas como superficiais e instáveis, possuem dificuldades em estabelecer vínculos emocionais genuínos.


Desenvolvimento do superego e falso self.


A psicopatia pode estar ligada a falhas no desenvolvimento do superego, a instância interna que coordena às normas morais e sociais. Winnicott e Melanie Klein discutem a formação do falso self, como uma máscara que esconde o verdadeiro ego, muitas vezes resultante de um ambiente não muito acolhedor na infância. Por esse ângulo, pode ser vista como uma construção defensiva, um disfarce para uma carência de desempenho emocional saudável. Pode ser entendida como uma luta entre impulsos primitivos e a incapacidade de internalizar normas e valores. Além disso, a qualidade das relações na formação infantil persuade essa elaboração distorcida que afunila para esse contexto clínico. A teoria dos vínculos do apego de John Bowlby também lança luz sobre as origens das relações sociais deficitárias. Neste tema, gosto de me aproximar de Bowlby, ele foi um psicanalista inglês nascido em 1907, na Inglaterra, ficou conhecido por ser o primeiro analista a ter proposto um modelo de desenvolvimento e funcionamento da personalidade — ou chamada ''teoria dos instintos'', que se distancia um pouco da tese das pulsões de Freud.


A teoria dos vínculos de apego utiliza uma abordagem fundamental para compreender o desenvolvimento emocional e os relacionamentos, enfatizando a importância dos laços emocionais formados entre bebês e seus cuidadores primários, influenciando como interagem e se relacionam ao longo de suas vidas. Se baseia nos seguintes pontos-chave:


Vínculos primordiais: Como seres gregários que somos, temos uma necessidade inata de formar laços afetivos seguros com figuras de apego, geralmente nossos pais ou seus substitutos. Ditas associações proporcionam segurança emotiva e ajudam a regular sentimentos, comoções, sensações, vivências e respostas ao estresse.


Fases de desenvolvimento: Identifica várias fases do progresso evolutivo do apego. A fase de “prender” (0-2 meses) envolve a proximidade física, enquanto a fase de “focalização” (2-7 meses) implica na preferência por figuras específicas. A fase de “seletividade” (7-24 meses) envolve a busca de proximidade com figuras fraternas e confiáveis.


Comportamentos de apego: Descreve essas condutas e atitudes; pelas via do choro, sorrir e procurar pelo contato visual que incentivam os cuidadores a se aproximarem e cuidarem do bebê. Essas idiossincrasias são básicas para a formação dos laços originais.


Modelos internos: Destacam a formação de “arquétipos internos de trabalho”, representações mentais das relações com os cuidadores. Esses standards e cânones influenciam como nos vemos a si e aos outros, moldando seus futuros relacionamentos e interações sociais.


Estilos de apego: Foram identificados três principais estilos de apego: seguro, ansioso e fugitivo. O estilo seguro envolve confiança nas relações e na expressão de emoções. O ansioso exibe preocupação excessiva com o abandono. Fugitivo, é qualificado por resistência à intimidade e independência excessiva.


Impacto na vida adulta: Estabelece que os padrões de apego formados na infância influenciam a capacidade de estabelecer relações saudáveis na vida adulta.


Considerações clínicas.


A psicanálise oferece insights valiosos para abordagens terapêuticas com indivíduos com traços psicopáticos. A análise pode ajudar a desvendar os conflitos intrapsíquicos, permitindo ao paciente explorar suas defesas e padrões destrutivos. No entanto, são muito resistentes. A natureza desafiadora da psicopatia levanta questões sobre a eficácia das intervenções tradicionais.


Freud não abordou explicitamente a psicopatia, mas suas teorias sobre o desenvolvimento do superego e as conflagrações entre os instintos básicos podem ser aplicadas à compreensão das peculiaridades psicopáticas. O superego, é uma parte da personalidade que internaliza os padrões morais e sociais, e um déficit no desenvolvimento adequado do superego que contribui para traços psicopáticos.


Klein explorou as primeiras etapas do desenvolvimento infantil. Ela descreveu o “posicionamento esquizo-paranóide”, em que as crianças podem ver o mundo como dividido entre “bom” e “mau”. De um ponto de vista psicopatológico, isso pode alavancar para a falta de empatia característica dos psicopatas, visto eles apresentarem dificuldade em se perceber e relacionar ditas emoções em contextos complexos. (Esquizo-paranóide, termo introduzido por Melanie Klein para indicar um ponto no desenvolvimento de relações objetais antes de o bebê haver reconhecido que as imagens da mãe boa e da mãe má, com as quais esteve relacionado, se referem à mesma pessoa).


Winnicott se ocupou da formação do self e a importância do ambiente na infância. Sua noção de “falso self” poderia ser relacionada à psicopatia, sugerindo que ela pode se desenvolver como uma adaptação defensiva para mascarar um verdadeiro self prejudicado. (O self é descrito como instância psíquica fundamental que contém os elementos que compõem a personalidade, mas não contém o núcleo da existência genuína do indivíduo. Assim, o protagonista da existência é o "ser interior", e o self atua como coadjuvante principal na formação da personalidade).


Kernberg desenvolveu a teoria dos distúrbios de ''personalidade narcisista'' e ''borderline''. Embora não seja exclusivamente sobre a psicopatia, seus conceitos sobre déficits na integração de identidade, empatia e a relação entre o self e os outros, podem ser aplicados na sua compreensão. (Borderline, em sua origem, remete a uma divisão, uma fronteira. Em linhas gerais, na psicanálise, trata-se da fronteira entre a neurose e a psicose. Esse é talvez um dos poucos aspectos consolidados e aceitos no período inicial das investigações).


Kohut focou na psicologia do self e na importância do seu desenvolvimento saudável. Incorporou parte da teoria do “espelho” e a necessidade de espelhamento saudável na infância que têm implicações na compreensão das origens da psicopatia. (Kohut, fala de um estágio do self fragmentado ou corpo-self fragmentado, que seria anterior à formação de um self propriamente dito. Nesse momento primitivo da existência, o self seria constituído de partes corporais ou funções mentais individuais).


Edith Jacobson: Estudou a relação entre os distúrbios de personalidade e os processos de defesa. Seu trabalho sobre “o self patológico” ajuda a entender como esses distúrbios podem surgir como uma interação complexa entre o self e os mecanismos de defesa. (Jacobson, não é associada diretamente ao conceito de "self patológico", ela fez contribuições significativas para a compreensão do desenvolvimento emocional na infância e as dinâmicas interpessoais. Suas teorias se concentram na importância da identificação projetiva e introjeção no desenvolvimento do self e na formação de laços. Embora não tenha introduzido diretamente o termo "self patológico", sua abordagem influenciou a compreensão para contextos psicanalíticos mais amplos.


É uma condição complexa que pode variar em grau e manifestação segundo a abordagem e a definição, pode diferir entre diversas teorias e disciplinas, incluindo a psicanálise, psicologia, psiquiatria e a criminologia. Portanto, deve ser feita considerando uma variedade de óticas.


“O psicopata é um mestre da dissimulação; ele pode fazer você acreditar que ele é o homem mais gentil que já conheceu.” Hare.


Um exemplo de caso de psicopatia na clínica psicanalítica:


Marina, uma mulher de 35 anos, buscou auxílio na terapia para lidar com seu relacionamentos interpessoais tumultuados e problemas no trabalho. Ela me descreve suas dificuldades em manter amizades, namoros, parcerias, relacionamentos duradouros, bem como complicações recorrentes do seu comportamento no ambiente profissional.


Sua história de vida:

Ela me compartilha sua trajetória na infância, descrevendo sua relação tensa com seus pais, e afirma que; ''frequentemente mentia e manipulava para conseguir o que queria, desde pequena''. Desta conduta, atitudes e maneiras de lidar com a família, não parecia sentir transgressão, arrependimento ou remorso por suas ações e muitas vezes se envolvia em brigas e conflitos. Marina, também fala sobre sua habilidade de se adaptar a diferentes situações, mudando sua aparência e personalidade para se encaixar.


Dinâmicas psíquicas:

Ao longo da terapia, emergem seus padrões de comportamento que indicam traços psicopáticos. Ela parece ter uma falta de empatia pelo sofrimento dos outros e um foco em seus próprios interesses. Não demonstra preocupação genuína pelas consequências de suas ações nas relações interpessoais, afetivas ou profissionais. A análise sugere que seu superego não parece ter se desenvolvido de maneira saudável, levando à ausência de utilização de normas morais internalizadas.


Suas relações:

Ao explorar a formação dos seus laços, admite que muitas vezes manipula as pessoas ao seu redor para conseguir apenas o que quer e reconhece que muitas vezes se sente entediada nas suas ligações, não se importando seriamente com eles. As relações parecem ser superficiais e voláteis, com ciclos de idealização e desvalorização.


O trabalho terapêutico.

A terapia psicanalítica com Marina envolveu a exploração profunda de suas dinâmicas e vivências, defesas e padrões comportamentais. Se visou compreender suas motivações inconscientes, a guiando na exploração das origens de seus traços psicopáticos identificados na infância e nos vínculos das suas relações familiares. O objetivo, foi promover a cognição, a autoconsciência e, possivelmente, a releitura atualizada da sua vida. O intuito trata de imprimir mudanças, realinhar procederes, revisar ações, reações e fortalecer atuações mais legítimas. Este case, ilustra como um caso de psicopatia pode ser abordado na clínica psicanalítica. O âmago do tratamento está na essência da investigação aparentemente imperscrutável das suas origens, sejam funcionais ou mentais, buscando uma compreensão mais cavada dos seus padrões comportamentais. É importante lembrar que cada caso é único, e uma assimilação clínica adequada deve ser baseada nas necessidades individuais do paciente.


Literatura e personalidade antissocial.


Um livro que aborda a psicopatia na psicanálise é “A Personalidade Antissocial” (em inglês: “The Antisocial Personalities”) de David T. Lykken. Embora não seja estritamente psicanalítico, explora a psicopatia e a personalidade antissocial sob uma perspectiva psicológica e científica. No entanto, é importante observar que frequentemente e discutida em diversas outras áreas como a psicologia clínica e a criminologia. Você pode encontrar insights sobre a psicopatia em obras que abordam a formação da personalidade, desenvolvimento emocional, defesas psicológicas e dinâmicas intrapsíquicas. Uma visão baseada em estudos científicos e pesquisas clínicas, se baseia em sua própria pesquisa e em estudos empíricos para analisar os traços que compõem a personalidade. Abre um caminho quanto a possível origem biológica e genética, assim como os fatores ambientais que podem contribuir para o seu progresso e desenvolvimento. Examina a relação entre a personalidade antissocial e o comportamento criminoso, fornecendo dicas sobre por que algumas pessoas com essa personalidade são mais propensas a cometer crimes e apresentar comportamento delinquente. Os desafios na identificação e avaliação da psicopatia, destaca a complexidade e as nuances envolvidas na compreensão dessa condição. O tratamento e a intervenção para indivíduos com seus atributos, consideram as implicações para o sistema legal e a sociedade em geral, questões éticas relacionadas à responsabilidade e punição de indivíduos com essa personalidade.  O livro é uma contribuição significativa a partir de uma perspectiva psicológica e científica.


Houve diversos indivíduos ao longo da história que são considerados psicopatas notórios, devido aos seus comportamentos delinquentes, falta de empatia e manipulação. No entanto, é importante lembrar que o diagnóstico retrospectivo de psicopatia pode ser complexo e controverso. Vejamos alguns exemplos de indivíduos associados a seu perfil;


Ted Bundy (1946 – 1989): Bundy é talvez um dos psicopatas mais famosos da história. Ele era um assassino em série que cometeu uma série de homicídios brutais nos anos 1970. Sua aparência charmosa e habilidades de manipulação lhe permitiram atrair suas vítimas para situações perigosas. Bundy demonstrava absoluta falta de remorso pelos seus crimes.


Jeffrey Dahmer (1960 – 1994): Conhecido como “O Canibal de Milwaukee”, era um assassino em série que matou e desmembrou 17 homens jovens, exibia traços de psicopatia, incluindo uma atitude fria e calculista.


John Wayne Gacy (1942 – 1994): Conhecido como “O Palhaço Assassino”, foi responsável pelo assassinato de pelo menos 33 jovens. Escondia suas atividades criminosas por trás de uma fachada de homem de negócios e ativista comunitário.


Aileen Wuornos (1956 – 2002): Foi uma assassina em série que matou sete homens entre 1989 e 1990, alegou agir em legítima defesa, mas sua personalidade instável, dificuldades interpessoais e histórico de abuso contribuíram para a percepção de traços psicopáticos.


Charles Manson (1934 – 2017): Embora não tenha cometido assassinatos pessoalmente, Manson liderou o culto “A Família Manson” e orquestrou uma série de assassinatos em 1969. Sua capacidade de manipular seguidores e incitar violência demonstrou traços claros de psicopatia.


Richard Ramirez (1960 – 2013): Conhecido como “Night Stalker”, assassino em série e estuprador que aterrorizou a Califórnia durante a década de 1980. Ele demonstrou comportamento sádico e uma indiferença chocante em relação ao sofrimento das vítimas.


Esses são apenas alguns exemplos, é importante lembrar que o termo “psicopata” não trata de um diagnóstico clínico formal, mas sim de uma identificação singular usada para descrever um conjunto de personalidades associadas a seus comportamentos antissociais. Muitas vezes, essas figuras históricas são estudadas para entender os fatores que podem levar a tal configuração. Uma vez que ele(a) não considera o seu comportamento errado, não tem nenhuma motivação para o alterar. Nem todas as pessoas diagnosticadas com ''Distúrbio da Personalidade Anti-Social'' são psicopatas, mas, determinados critérios acima descritos qualificam de alguma forma uma perturbação e um comportamento alinhado e próximo. No que diz respeito à sua identificação, uma das grandes dificuldades que os psicanalistas, psicólogos, psiquiatras, criminologistas e outros profissionais encontram, é que eles(as) estão em todo lugar, não são próprios ou característicos de um determinado grupo, nível sócio-cultural ou econômico. O que se torna evidente, é que onde quer que haja uma oportunidade de lucro, haverá sempre um psicopata preparado para se aproveitar, seja em termos de poder, prestígio, dinheiro ou sexo.


Frases que ajudam a compreender sua temática;


“A psicopatia não é um diagnóstico que pode ser aplicado com facilidade ou simplicidade.” Cleckley.


“Os psicopatas sabem a diferença entre certo e errado; eles simplesmente não se importam.” Martha Stout.


“As pessoas se perguntam como alguém pode se tornar um psicopata. Penso: como alguém pode não se tornar um?” Ellis.


“Os psicopatas têm um jeito de encantar, manipular e seduzir as pessoas.” Robert D. Hare


“A psicopatia é como um iceberg; a parte visível é apenas uma pequena parte do que está realmente acontecendo.” Robert Hare


Vários livros importantes na área da psicanálise e psicologia que abordam o tema. Aqui estão alguns deles:


"Sem Consciência: O Mundo Perturbador dos Psicopatas Que Vivem Entre Nós" por Robert D. Hare.


"O Conceito de Borderline: Uma Investigação Psicanalítica" por James F. Masterson.


"A Criança Psicopata: Uma Realidade Ignorada" por Dante de Rose Jr.


"The Psychology of Criminal Conduct" por James Bonta e D.A. Andrews.


"Máscaras da Personalidade" por Theodore Millon e Roger D. Davis.


A psicopatia é um assunto complexo, multidimensional e polifacetado, muitas vezes abordado por diferentes campos clínicos; da psicanalise, psicologia e psiquiatria. Portanto, uma abordagem completa do tema requer, e sugiro que seja, pela consideração de diferentes panoramas.


Ao poema; ''O tom sombrio da mente'' De Dan Mena.


Nas abissais do ser, um enigma aflora,

Nas sombras da mente, um ser inconsequente,

Arquétipos escuros emergem eloquentes,

Se torna bem claro, um tipo que mente,

Psicopatia de lampana heterodoxalmente.


Contornos sem remorsos de uma psique doente,

Na mente intricada, onde traços convergem,

Face escura da empatia, sem nenhuma sintonia,

Inclinação inconsciente da mente que o guia.


Um ser sem coração, remorso ou reflexão,

A falta de consciência, o jogo da manipulação,

Um indivíduo habilidoso na sua atuação,

Detalhes, dessa perturbada condição.


Lacan observou com olhos penetrantes,

Os sinais, as nuances, dos seus traços marcantes,

Coração de gelo e enganos perpetuantes,

Ego inflado e moral titubeante.


O inconsciente explorado por Freud com maestria,

Onde emergem a formação de feridas antigas,

A infância, o trauma, raízes de histórias protetivas,

Um mergulho profundo nessas águas remoídas.


Ações cruéis, sem remorso aparente,

Nessa impulsividade, a busca complacente,

Ausência insatisfeita de uma alma incompleta,

Culpas e paixões, banais e obsoletas.


Até breve, Dan Mena. Membro Supervisor do Conselho Nacional de Psicanálise desde 2018 - CNP 1199 Membro do Conselho Brasileiro de Psicanálise desde 2020 - CBP 2022130

 
 
 

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