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Pensamentos Obsessivos.

Atualizado: 22 de set. de 2024

Dos Conflitos Inconscientes à Liberdade: A Psicanálise Desvendando os Mistérios dos Pensamentos Obsessivos.


“Nas fronteiras da obsessão, os pensamentos são guardiões vigilantes, que nos mantém cativos em um ciclo sem fim.” Dan Mena.

Os pensamentos obsessivos, frequentemente descritos como intrusivos, persistentes e perturbadores, constituem um fenômeno complexo que desafia a compreensão e o bem-estar mental de muitas pessoas na contemporaneidade. Na psicanálise utilizamos uma abordagem profunda para desvendar os significados subjacentes a esses padrões de concepções recorrentes. Fundamentada nos ensinamentos de Freud, que continuaram a evoluir ao longo do século XX e além, onde a psicanálise oferece uma lente única para examinar dita natureza. Nesta linha de abordagem, destaco os conceitos fundamentais e as questões centrais que orientam essa compreensão clínica, onde reconhecemos, que não são meramente produtos de um processo cognitivo desordenado, mas sim, sintomas, que emergem de conflitos psicológicos laterais. Esses embate, se origina frequentemente enraizado em nossas experiências passadas, traumas não resolvidos e desejos reprimidos que encontram expressão mediante idealizações usurpadoras e cíclicas da psique. Infelizmente ausente nestes últimos meses, retomando dentro do possível, boa leitura.

Um dos pilares da nossa abordagem terapêutica é a noção do inconsciente como uma força motriz poderosa por trás do comportamento humano. Ditos pensamentos, são entendidos como manifestações simbólicas de conteúdo inconsciente, muitas vezes relacionadas as questões não resolvidas da infância, complexos edípicos irresolutos, confrontos de identidade e traumas emocionais. Além disso, a psicanálise entende que podem servir como mecanismos de defesa contra ansiedades intoleráveis, funcionando como uma forma de lidar com impulsos inaceitáveis ou ameaças ao eu. Esses dispositivos defensivos, embora destinados a proteger o indivíduo do desconforto psíquico, muitas vezes acabam perpetuando os próprios padrões desse tipo de pensamento que visamos evitar.

Ao longo deste artigo, explorarei a interseção complexa entre eles e os princípios fundamentais da psicanálise. Examinarei a relação entre suas características e outros transtornos psicológicos, como o obsessivo-compulsivo (TOC), e as abordagens terapêuticas psicanalíticas para o tratamento dos seus sintomas. Apresento um exemplo clínico e uma análise dos conceitos centrais, dando uma compreensão compassiva, e o potencial transformador da psicanálise no processo de confronto e autoconhecimento.

Origens

Seus primórdios e desenvolvimento estão historicamente conectados a uma interação complexa de fatores psicológicos, emocionais e ambientais decorrentes ao longo da vida. Não surgem de forma aleatória, mas são moldados por experiências precoces e dinâmicas mentais específicas. Vejamos algumas das suas principais considerações;

Experiências Precoces e Trauma: Na psicanálise enfatizamos a importância das bagagens prematuras adquiridas na infância e na primeira infância na formação da psique. Traumas emocionais, abusos, negligências ou eventos estressantes podem deixar marcas cavadas no inconsciente de uma pessoa, contribuindo para o seu desenvolvimento como uma forma de lidar com ou evitar a experimentação do abalo dessa perturbação.

Mecanismos de Defesa: Frequentemente vistos como manifestações de mecanismos de defesa do ego para lidar com ansiedades intoleráveis ou desejos inaceitáveis. Por exemplo, podem servir como uma forma de evitar sentimentos de culpa ou ansiedade ao controlar impulsos intoleráveis e insuportáveis, como agressão ou a sexualidade.

Complexo de Édipo e Dinâmicas Familiares: Destaco aqui a importância do complexo de Édipo e dos processos familiares na formação da personalidade e do psiquismo de um indivíduo. Contendas e hostilidades não resolvidas em relação às figuras parentais, sentimentos de ambivalência, rivalidade ou inadequação, podem ser internalizados e se manifestar posteriormente em relação a temas relacionados à parentela.

Pugnas de Identidade e Autoestima: Também, podem estar ligados a antagonismos, desavenças, desentendimentos, dissidências de identidade, autoestima e autoimagem. Sentimentos de inadequação, vergonha ou insegurança, podem levar a ruminações mentais obsessivas sobre a incongruência pessoal, erros passados ou preocupações recebidas com o julgamento dos outros.

Aprendizado e Modelagem Comportamental: Neste aspecto, reconhecemos a influência do ambiente social e cultural na formação da psique. A modelagem comportamental, mensagens parentais internalizadas e normas sociais, podem contribuir sensivelmente para o desenvolvimento de padrões desta linguagem, especialmente, quando associados a valores de perfeccionismo, controle ou segurança.

Conflitos Inconscientes e Desenvolvimento Psicossexual: Inconformidades, choques e revoltas psíquicas inconscientes em torno da progressão psicossexual, certamente podem influenciar quando relacionados à sexualidade, identidade de gênero e relacionamentos interpessoais. Assuntos não resolvidos relacionadas à fase fálica, complexo de castração ou fixações em estágios de desenvolvimento podem emergir como preocupações obsessivas na vida adulta dos indivíduos acometidos.

É importante ressaltar aqui a preservação inerente, a que cada indivíduo é único e, portanto, as origens específicas dos seus pensamentos desta ordem, podem variar consideravelmente, exigindo uma abordagem individualizada e cuidadosa.

Dinâmicas Inconscientes

Também vistos como manifestações de metodologias inconscientes complexas, as quais refletem conflitos psicológicos subjacentes e mecanismos de defesa do ego. Essas evoluções, podem ser exploradas para entender melhor a natureza e sua função. Aqui citarei algumas chaves envolvidas nesses processos:

Conflito Intrapsíquico: São frequentemente vistos como resultado de conflagrações internas entre desejos, impulsos e normas sociais internalizadas. Por exemplo, um indivíduo pode ter ditos pensamentos sobre comportamentos agressivos porque experimenta uma luta entre o desejo de expressar raiva e o medo de machucar os outros.

Mecanismos de Defesa: Podem ser entendidos como engenhocas de defesa do ego contra ansiedades inadmissíveis ou impulsos inaceitáveis. Por exemplo, um indivíduo pode desenvolver hábitos sobre limpeza e organização como uma forma de lidar com angústias relacionadas à desordem, organização ou sujeira.

Formação Reativa: Nesta dinâmica de defesa na qual um sujeito adota um comportamento oposto ao seu impulso original. Por exemplo, alguém que tem pensamentos obsessivos sobre agressão pode reprimir esses estímulos e desenvolver uma conduta excessivamente complacente e pacífica, como uma forma de negar ou controlar esses deslocamentos pulsionais.

Projeção: A projeção pessoal como características indesejadas do self são atribuídas a outros. Um indivíduo, pode projetar seus próprios pensamentos ou impulsos indesejados em outras pessoas, criando pensamentos neuróticos, obcecados e obstinados sobre o comportamento desses outros, como uma forma de evitar enfrentar esses aspectos de si.

Sublimação: Este dispositivo envolve a canalização de deslocamentos menosprezados, desprezados e recusados em atividades socialmente aceitáveis e produtivas. Por exemplo, alguém com estes fatores de pensamentos sobre violência, pode canalizar essa energia em atividades artísticas ou esportivas.

Ruminação: Geralmente envolvem elucubração mental repetitiva sobre preocupações, erros passados ou situações temidas. Essa cisma, pode servir como uma forma de evitar lidar com questões subentendidas mais arraigadas ou enfrentar situações desconfortáveis na vida real.

Complexo de Culpa e Vergonha: Sentimentos intensos de culpabilidade e constrangimento em relação a eventos passados, desejos refreados, retraídos, moderados, controlados, ou inadequações percebidas. Esses compostos e agregações emocionais podem alimentar padrões de pensamentos, como uma forma de autopunição e reparação.

Manifestações Simbólicas de Conteúdo Inconsciente

Alguns tipos comuns de pensamentos obsessivos;

Obsessões Compulsivas: Pensamentos maníacos, neuróticos e obcecados estão ligados a comportamentos compulsivos, como lavagem excessiva das mãos, verificação repetitiva ou contagem incessante.

Preocupações com a Segurança e a Ordem: Relacionados à segurança pessoal, proteção contra danos ou perigos iminentes, bem como preocupações excessivas com a ordem, simetria e organização.

Medos Irracionais e Fobias: Pensamentos que giram em torno de medos irracionais ou fobias específicas, como medo de germes, espaços fechados, altura ou animais.

Pensamentos Intrusivos de Caráter Sexual ou Agressivo: Envolvem conteúdo sexualmente explícito, agressivo ou violento, percebidos como perturbadores ou não desejados pelo indivíduo.

Ruminações sobre Erros Passados ou Futuros: Se concentram em falhas do passado, arrependimentos ou preocupações sobre o futuro, como receios de falhar, cometer desacertos ou não conseguir controlar determinadas situações.

Incertezas Persistentes: Dúvidas, indecisões ou a necessidade incessante de buscar garantias e confirmações.

A Relação com outros Transtornos

Na perspectiva da psicanálise, os pensamentos obsessivos estão frequentemente relacionados e podem coexistir com uma variedade de outros transtornos psicológicos.

Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC): Esta é uma associação direta, já que o TOC é caracterizado por pensamentos obsessivos intrusivos que levam a comportamentos compulsivos. Na psicanálise, o TOC é interpretado como uma tentativa do ego de controlar a ansiedade gerada por impulsos negativos e conflitos inconscientes.

Transtornos de Ansiedade: Transtornos de ansiedade, como o de ansiedade generalizada (TAG), fobias e transtorno do pânico.

Depressão: Podem estar presentes em casos de depressão, onde considerações sobre erros pregressos, auto condenação e preocupações futuras são comuns. Na psicanálise, a depressão é entendida como resultado de conflitos intrapsíquicos não resolvidos, nos quais os pensamentos obsessivos desempenham um papel significativo.

Transtornos de Personalidade: Indivíduos com desvios de personalidade, como o obsessivo-compulsivo (TPOC), podem apresentar pensamentos obsessivos como parte de padrões comportamentais rígidos e perfeccionistas.

Transtornos Alimentares: Peso corporal, comida e imagem, estão frequentemente associados a tribulações, alimentares, como anorexia nervosa e bulimia.

Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT): Indivíduos com TEPT podem experimentar pensamentos obsessivos intrusivos relacionados a eventos traumáticos passados. Na psicanálise, esses pensamentos são vistos como tentativas do ego de lidar com o trauma não processado e as ansiedades associadas a ele.

Impacto na Vida Cotidiana

Pensamentos obsessivos podem ter um impacto significativo na nossa vida, afetando diversas áreas, incluindo os relacionamentos interpessoais, o desempenho no trabalho ou estudos, a saúde física e o bem-estar emocional. Alguns dos principais aspectos desses impactos conforme estudos e pesquisas são;

Relacionamentos Interpessoais: Interferem nos relacionamentos pessoais ao gerar ansiedade, irritabilidade ou dificuldade de concentração. Isso pode levar a conflitos de relacionamento, isolamento social e dificuldade em estabelecer vínculos íntimos, já que o foco excessivo nos próprios pensamentos dificultam a conexão emocional com outros.

Desempenho no Trabalho ou Estudos: A presença constante deles pode prejudicar o desempenho no trabalho ou nos estudos, reduzindo a capacidade de concentração, tomada de decisões e resolução de problemas. Isso pode levar a dificuldades acadêmicas, diminuição da produtividade ou até mesmo perda de emprego, afetando negativamente a qualidade de vida e o senso de realização pessoal.

Saúde Física: Eventualmente podem desencadear uma série de reações físicas no corpo, incluindo tensão muscular, insônia, fadiga e distúrbios gastrointestinais. O estresse crônico associado aos pensamentos obsessivos comprometem o sistema imunológico, aumentando o risco de doenças físicas e diminuindo a capacidade do corpo de se recuperar de doenças ou lesões.

Bem-Estar Emocional: Levam certamente a sentimentos de ansiedade, angústia, culpa, vergonha, desesperança e depressão. A constante interação mental e a preocupação excessiva podem minar a autoestima e a autoconfiança, impedindo o indivíduo de desfrutar de momentos de prazer e satisfação.

Qualidade de Vida Global: Em última análise, impactam negativamente a qualidade geral do indivíduo, interferindo em sua capacidade de desfrutar das experiências cotidianas, manter relacionamentos saudáveis, alcançar objetivos pessoais e encontrar significado e propósito na vida. Isso pode levar a uma sensação de desesperança, impotência e isolamento, perpetuando o ciclo de sofrimento emocional e dificultando a busca por ajuda e apoio.

É crucial abordar os essa linha de pensamentos, não apenas como sintomas isolados, mas como expressões de conflitos psicológicos subjacentes que precisam ser explorados e compreendidos em um contexto mais amplo. O tratamento psicanalítico busca não apenas aliviar os sintomas imediatos, mas também promover uma maior consciência e resolução dos conflitos inconscientes que alimentam esses padrões repetitivos.

Estudo de Caso: Ana e seus Pensamentos Obsessivos

Ana, uma mulher de 35 anos, me procura devido a uma série de pensamentos intrusivos e recorrentes que estavam impactando negativamente sua vida cotidiana. Ela relatou sentir-se constantemente preocupada com a possibilidade de ter causado danos a outras pessoas sem intenção, mesmo em situações banais do dia a dia. Durante as sessões de análise, Ana revelou que esses pensamentos surgiram após o nascimento de seu primeiro filho, há três anos. Desde então, ela se vê constantemente preocupada com a segurança e o bem-estar não apenas do filho, mas de todos ao seu redor. Ela me relata que verifica repetidamente se as portas estão trancadas, se os aparelhos foram desligados e se as pessoas próximas estão visivelmente seguras. Sente uma sensação avassaladora de culpa e ansiedade sempre que um pensamento intrusivo surge em sua mente. Ela se questiona incessantemente sobre suas intenções e seu caráter, consumida, inquieta em ser uma pessoa má ou causar danos a outros. Essas concepções, noções e imagens obsessivas começaram a interferir em suas interações sociais, causando isolamento e desconforto. Diante desses cenários, exploraremos nas sessões as possíveis origens desses pensamentos obsessivos. Ela se sente sobrecarregada e insegura após o nascimento do filho, temendo não poder protegê-lo ou atender suas necessidades. Além disso, narra e revela uma história de infância marcada por um ambiente familiar instável, onde se sentia constantemente pressionada a ser responsável pelo bem-estar dos outros.

Outras situações, como o medo que a assolava quando estava em casa: a preocupação de ter deixado o fogão ligado após fazer o jantar. Ela me descreve, como esse pensamento surgia sempre que saía da cozinha, gerando uma ansiedade urgente que a obrigava a voltar repetidamente para verificar se o mesmo estava realmente desconectado. Mesmo que soubesse racionalmente que havia fechado o fogo e desligado o registro do gás, a sensação de incerteza persistia, alimentando seus pensamentos neuróticos e obstinados, a levando a repetir o comportamento de verificação várias vezes.

Essas comoções de inadequação e responsabilidade excessiva de Ana, estão contribuindo para reconhecer e enfrentar seus medos. A interpelo, chamo sua atenção quanto aos padrões que desenvolveu após a maternidade, destacando sua tendência a assumir o papel de cuidadora e protetora em seus relacionamentos interpessoais também. Assim, ao longo do tempo, transcorrendo a terapia, ela começou a desenvolver uma compreensão mais profunda de suas dinâmicas internas e a cientificar se dos arquétipos de pensamento que alimentavam seus pensamentos obsessivos. Com esse apoio contínuo, ela conseguiu enfrentar suas dúvidas, melindres, inquietações e zelos, reduzindo gradualmente a frequência e intensidade desses acometimentos.

Este exemplo real, ilustra a natureza incômoda e subversiva dos pensamentos obsessivos de Ana, assim como o ciclo de ansiedade e comportamentos compulsivos que eles desencadeiam. O trabalho terapêutico, envolveu explorar as origens emocionais dessas contemplações, a ajudando a desenvolver estratégias e novas elaborações para lidar com esse espectro de forma mais adaptativa.

Considerações Éticas

Ao considerarmos utilizar a abordagem psicanalítica nos pensamentos obsessivos, é importante reconhecer profissionalmente, tanto situações ligadas aos valores morais e comportamentais, quanto suas possíveis limitações. Veja algumas:

Confidencialidade: A manutenção da confidencialidade é fundamental na psicanálise, garantindo que os pensamentos e experiências do paciente sejam protegidas privadamente e respeitadas.

Respeito pela Autonomia do Paciente: Enfatizar a gentileza, amabilidade e autonomia do paciente, permitindo que ele(a) explore seus pensamentos, sentimentos e desejos livremente de forma não coagida(o).

Transparência e Consentimento Informado: O psicanalista deve fornecer informações claras sobre o processo terapêutico e obter o consentimento informado do paciente antes de iniciar a análise.

Reflexão sobre os Próprios Vieses e Limitações do Terapeuta: Como terapeutas devemos estar cientes de nossos próprios preconceitos e limitações, buscando sempre praticar a reflexão e a autorreflexão para evitar influenciar negativamente o processo da clínica.

Limitações

Duração e Intensidade do Tratamento: A psicanálise é conhecida por ser um processo terapêutico longo e intensivo, exigindo um compromisso significativo por parte do paciente. Isso pode ser uma limitação para aqueles que buscam resultados rápidos ou têm recursos limitados.


Foco na Exploração Profunda: A psicanálise é centrada na exploração do inconsciente, podendo não ser adequada para todos os pacientes, especialmente aqueles que procuram intervenções mais diretas e focadas nos sintomas.

Nem Todos os Casos Respondem bem à Psicanálise: Enquanto a psicanálise pode ser eficaz para muitos indivíduos, nem todos os casos de pensamentos obsessivos respondem bem a essa abordagem. Alguns pacientes podem se beneficiar mais de abordagens terapêuticas alternativas, como terapia cognitivo-comportamental (TCC) ou medicamentos.

Ao considerar a abordagem psicanalítica nos pensamentos obsessivos, é importante pesar tanto suas considerações éticas quanto suas limitações, garantindo uma prática terapêutica ética, sensível e eficaz.

Frases que auxiliam na compreensão do tema;

“A obsessão é a maneira que temos de nos proteger daquilo que mais tememos.” Freud

“Na espiral dos pensamentos obsessivos, cada volta parece cavar mais fundo na própria mente.” Dan Mena

“A mente obsessiva é como um labirinto, onde cada pensamento leva a outro, sem saída à vista.” Jung

“Os pensamentos obsessivos são a manifestação de desejos reprimidos e conflitos não resolvidos, clamando por atenção.” Klein

“Os pensamentos obsessivos são o reflexo do conflito entre o que desejamos conscientemente e o que realmente sentimos inconscientemente.” Lacan

“A mente obsessiva é um campo de batalha onde as forças do ego e do id lutam pelo controle.” Horney

“Na obsessão, vemos a mente presa em um ciclo interminável de medo, culpa e autopunição.” Rank

“Os pensamentos obsessivos são como sombras que nos seguem, sempre presentes, mesmo nos momentos mais luminosos.” Winnicott

“A obsessão é o reflexo da mente lutando para encontrar uma sensação de controle em um mundo permeado pela incerteza.” Rogers

“Nas fronteiras da obsessão, os pensamentos são guardiões vigilantes, que nos mantém cativos em um ciclo sem fim.” Dan Mena

O Self Obsessivo e suas Compulsões na Personalidade

A personalidade obsessivo-compulsiva se entrelaça com sua orientação introjetiva, a qual revela conflitos de controle e na rigidez moral, como observada por Lacan em seus estudos sobre a estrutura do eu. Esta condição psicológica é caracterizada por um incessante esforço para manter sob estrito controle as atitudes agressivas, os desejos e as necessidades do self. Freud denotava em suas investigações sobre a psique humana, que a autoestima desses indivíduos é frequentemente mantida pela conformidade às exigências e ideais internalizados dos pais, resultando em uma busca incessante por perfeição e engessamento nas tomadas de decisões. Buscam por conformidade evitar qualquer possibilidade de crítica, como discutido por Lacan em sua análise da relação entre desejo e culpa. Esse padrão, frequentemente e acompanhado por dúvidas sem fim e uma constante demanda por garantias externas, características essas apontadas nos conceitos freudianos de defesa e recusa do desejo. A natureza obsessiva e compulsiva desses indivíduos, como observado por Freud em sua teoria das neuroses, serve como uma tentativa de preservar a autonomia e evitar os sentimentos de ansiedade e culpa que estão geralmente associadas. No entanto, essa busca por controle pode se tornar tão avassaladora que limita significativamente a capacidade dele agir eficazmente no mundo externo.

Portanto, é essencial reconhecer a complexidade e as ramificações psicológicas dos pensamentos obsessivos, que se defrontam com a personalidade obsessivo-compulsiva, integrando perspectivas teóricas tanto de Lacan quanto de Freud. Somente por meio de uma compreensão aprofundada desses fenômenos é que podemos desenvolver intervenções terapêuticas eficazes para ajudar esses indivíduos a encontrar um equilíbrio saudável entre o controle interno e a liberdade de ação.

Dança da Obsessão — por Dan Mena

Na mente ecoam, sem cessar,

Pensamentos que insistem em ficar.

Obsessões fazem meu mundo girar,

Num ciclo de dúvida a me sufocar.

Sombras que não querem partir,

Pensamentos obsessivos persistem.

Incessantes, teimam em rondar,

São fantasmas que não querem calar.

Meandros da mente inquieta,

Será que encontro a rota correta?

Mas a névoa densa de pensamentos tortuosos,

Me confunde, desafia, me deixa nervoso.

No entanto, ergo a minha voz,

Diante desse turbilhão,

Uso da força e determinação,

Para encontrar a paz, a conciliação.

E assim, passo a passo, vou avançando,

Na jornada contra o caos que estou enfrentando.

Porque sei que, mesmo na escuridão,

Há sempre uma luz, uma nova direção.

Até breve, Dan Mena.

Membro Supervisor do Conselho Nacional de Psicanálise desde 2018 — CNP 1199

Membro do Conselho Brasileiro de Psicanálise desde 2020 — CBP 2022130. 

 
 
 

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