A Arte de Escutar - Existir com o Outro
- Dan Mena Psicanálise
- há 3 dias
- 14 min de leitura

A Arte de Escutar - Ouvir é Existir com o Outro
A Escuta Psicanalítica: Para Além do Espelho do Eu
No âmago da prática psicanalítica habita uma competência aparentemente trivial, mas de enredo vertiginoso: a arte de acolher a palavra do outro. Freud e Lacan sublinharam que o ato de ouvir ultrapassa a mera decodificação verbal, o que exige um despojamento radical das nossas próprias referências internas para permitir a emergência do inédito no dizer do alheio. No entanto, o nosso impulso inicial é de filtrar histórias através das particulares vivências, o que transforma essa escuta — ou melhor, essa recepção — convertendo a ação em um exercício contraditório. Aquilo que se apresenta como um gesto de aproximação — a tentativa de encontrar paralelos entre experiências — apaga o traço de singularidade do interlocutor.
O Narcisismo da Audição Cotidiana
No tecido ordinário das conversas, é natural que sintonizemos com as narrativas apartadas, as comparando inconscientemente com nossas singulares memórias, afetos e percepções. Quando alguém compartilha algo doloroso, é quase instintivo que procuremos psiquicamente o próprio repertório emocional para situações semelhantes, como se a empatia dependesse de uma equivalência biográfica. Usamos comumente expressões como “Compreendo exatamente o que você está sentindo” ou “Já passei por algo parecido” - não é desse jeito? - palavras que num primeiro momento parecem angariar um esforço de empatia e acolhimento, mas, que também denunciam um mecanismo de redução da alteridade — ‘’o outro’’ é convertido em espelho e voz da nossa própria teia e narrativas.
Esse movimento, que funciona como uma cola para os vínculos sociais, se tornou um empecilho no ‘’setting analítico’’, onde o propósito é precisamente dar vida a aquilo que escapa aos padrões da fala. Essa operação psíquica, que pertence a uma articulação do registro imaginário — é uma zona onde os vínculos se constroem por meio de imagens especulares, comparações e rivalidades. Quando o(a) analista se deixa capturar por essa lógica, corre o risco de interpretar os conteúdos do paciente como extensões de si — se perguntando, por exemplo, se uma crítica à figura paterna não seria, em última instância, uma afronta disfarçada à sua suposta autoridade. Esse ouvir autocentrado empaca os elementos disruptivos da linguagem falada do paciente: lapsos, vacilações, repetições enigmáticas e detalhes resistem bravamente à lógica corrente.
A capacidade de escutar é tão antiga quanto a linguagem, mas tão negligenciada quanto o som de uma folha caindo na rua. Num mundo saturado por ruídos — notificações de todos os tipos, falas incessantes, debates polarizados inflamados —, retiramos a verdadeira atenção ‘’ao outro’’, tornando essa oitiva um gesto insurgente e contra-hegemônico.

"Aquilo que se apresenta como um gesto de aproximação — a tentativa de encontrar paralelos entre experiências — apaga o traço de singularidade do interlocutor. Já a escuta analítica, como sugere Christopher Bollas, 'é um ato de entrega ao desconhecido do outro' (Bollas, 1987, p. 14), um movimento que privilegia a abertura em vez da assimilação."
“Ouvir é resistir à tirania do óbvio” - Dan Mena.
Não se trata de uma atividade passiva, mas de um gesto de abertura radical ao discursante, à sua narrativa, ao não-dito que ele(a) carrega em silêncio e, que na maioria dos casos, sequer reconhece em si. Esse tipo de atenção é ponte entre existências insuladas e subjetividades que, por breves momentos, podem comungar de um mesmo espaço simbólico. Neste artigo, vamos falar dessa sensível, lúdica e crítica diária— para redescobrir essa escuta como um gesto do ser inaugural.
O Silêncio: Subterrâneo das Palavras
Vamos fazer uma metáfora e pensar o silêncio como se fosse um oceano na sua profundidade, muito sereno na superfície, mas repleto de correntes marítimas que se movimentam no seu fundo. As palavras, por sua vez, seriam como frágeis embarcações que ousam navegar nessas águas encobertas.
“As palavras são barcos; o silêncio, o oceano profundo que as sustenta”- Dan Mena.
Sem essa vastidão imensa, os vocábulos perdem sua densidade, direção e mistério. É nas pausas entre uma remada e outra, uma frase, e nas hesitações, lapsos, chistes, etc, que os conteúdos mais íntimos são insinuados. O mutismo provocado não é portanto ausência — é origem.
“O silêncio não é vazio — é o útero onde nascem as palavras essenciais” - Dan Mena.
Ainda assim, quantas vezes fugimos dele, como se seu esvaziamento ameaçasse nos engolir. Preenchemos cada intervalo com ruídos, gritos, interrupções, pontos de vista e reclamações, atropelando o que poderia florescer em plena quietude. Sustentar o silêncio é um gesto corajoso, uma forma de insurgência íntima.
“Cada silêncio que retemos é uma semente de revolução interior” - Dan Mena.
Nesse solo mareado da escuta silente, o inconsciente encontra espaço para se expressar com suas metáforas enigmáticas.

“O inconsciente sussurra em metáforas; cabe a nós decifrar seus poemas” Dan Mena.
Escutar, nesse contexto, transcende o esforço de atenção — é um gesto de acolhimento desarmado. Despojamento é a palavra-chave: abrir mão de armamentos, como o julgamento, a pressa, a resposta automática, aquele ‘’fazer de conta que estou ouvindo’’. Isso vale para todos, não apenas para o analista. É, em síntese, oferecer ao outro um espaço temporário de refúgio, um lar onde se possa ser o que ainda tememos reconhecer em si.
“Ouvir é permitir que o outro habite temporariamente seu silêncio, é dar asilo ao que o outro receia ser” - Dan Mena.
Vamos imaginar uma situação bastante comum, uma criança tentando nos contar uma história, com sua voz quase sempre trêmula, entrecortada, cheia de pausas, tropeços e fragmentos recortados. Um adulto, normalmente impaciente a iria corrigir ou tentar abreviar seu relato, ‘’como se fosse possível’’. Um ouvinte verdadeiro, porém, acolhe esse caos linguístico. Seja, portanto, um “jardineiro de almas”. “Escutar é plantar flores em desertos emocionais" - Dan Mena. Cada tropeço verbal dessa criança é uma semente, pedindo ajuda, tempo e cuidados para florescer. Ouvir atentamente é como embarcar numa viagem sem mapa — um improviso delicado entre duas subjetividades em busca de sintonia, elaboração e compreensão. “A escuta verdadeira não tem roteiro — é um súbito despertar de duas almas em busca de acordes desconhecidos” - Dan Mena.

Cada hesitação prolongada e suspiros, contém uma pista de sentidos ocultos, tente praticar isso, você pode se surpreender. Essa navegação, que requer uma paciência quase mística, está cada vez mais rara numa cultura da velocidade e do imediatismo.
“A verdadeira escuta não tem pressa — ela sabe que os frutos mais doces amadurecem no tempo da terra” Dan Mena.
Trata-se de um processo orgânico, não industrial; de uma experiência de cultivo, não de colheita antecipada.
A Harmonia no Caos Verbal
As conversações que travamos são territórios de confusão: palavras que se atropelam, ideias que se perdem, sentimentos que transbordam em desordem aparente. Mas, para o ouvido sensível existe como uma música para o caos.
“A escuta é a arte de encontrar música no ‘’pandemonium’’ das palavras”- Dan Mena.
Tal como uma orquestra afina seus instrumentos, esse barulho e ruído inicial é prelúdio de algo que ainda virá — uma melodia ainda por nascer para ser tocada. Dita harmonia escondida se expõe não nas frases explícitas, nas entrelinhas, nos gestos silenciosos que acompanham o discurso.
“As maiores verdades não são ditas — são sussurradas nas entrelinhas da palavra, perscrutar é a única forma de apalpar uma alma sem violá-la - Dan Mena.
Num tempo em que a maioria grita para ser ouvido(a), o valor parece ter passado a residir no volume e na visibilidade, auscultar a voz, se transformou em resistência ética. É uma recusa a participar do espetáculo do vazio, uma competição por atenção que pretende eliminar o outro para se afirmar. Como destaca Donald Winnicott em Playing and Reality (1971), ‘’O analista deve criar um ambiente onde o paciente possa sentir-se seguro para ser quem é, sem medo de ser julgado ou interrompido. Esse espaço de ‘’holding’’ é essencial para que possa explorar sua própria experiência e encontrar sua voz autêntica’’ (p. 56).
“Ouvir é resistir à tirania do óbvio” - Dan Mena.
Logo interpretamos que ouvir é ação, também uma postura ativa de presença, curiosidade e entrega. Ao reconhecermos que o outro carrega em si um enigma irredutível, um universo, que talvez jamais possamos compreender por completo, mas, possível de ser contemplado — ainda que por breves instantes. A escuta não transforma apenas o falante — ela modifica, de forma sutil e poderosa, o que se oferece ao papel de ouvinte. Cada narrativa é uma fresta por onde somos desafiados, provocados, deslocados a abrir à possibilidade de rever nossas certezas, permitindo a necessária metamorfose interna. Trata-se de um processo que nos humaniza e vitaliza.
Essa transformação é calada, não acontece em grandes gestos, mas nas pequenas escolhas: escutar sem interromper, perguntar sem invadir, acolher sem controlar. É uma revolução sem armas nem trincheiras — feita de escuta, presença e entrega.
Como podemos integrar essa forma de posicionamento da escuta à vida comum? Essa condição está na matéria prima mais importante da clínica. A "escuta flutuante" (ou "atenção flutuante", como também é conhecida) é um conceito fundamental na psicanálise freudiana e pós-freudiana, representando uma postura técnica e ética do analista durante as sessões. Destarte, minha intenção hoje é poder oferecer a você meu leitor, um insight valioso que possa ser usado— no supermercado, na sala de aula, no convívio doméstico, nos relacionamentos, no trato com os filhos, etc — essa qualidade de atenção rara. Se fosse dar uma dica para quem deseja promover tal virtude, diria que: a proposta está no gesto simples de se deixar tocar pelo que o outro diz sem correr para responder. É um convite ao encantamento cotidiano, diante da singularidade de cada voz, uma chance de transformar encontros banais em grandes e importantes revelações.

E não é este o maior dos desafios? O de sustentar o nascimento do outro sem o anestesiar com as certezas que nos confortam? Ouvir é, paradoxalmente, aceitar não entender — ou ao menos, não captar de imediato. É sustentar a angústia de não saber o que fazer com o que ouvimos, permitir que a palavra do outro reverbere em nós, não para que se encaixe em nosso mundo, mas para que desestabilize suas bordas. Pode ser uma casa sem móveis: um espaço onde tudo pode entrar, sem saber o que vai permanecer. E nesse vazio — radical, desconcertante, transformador —, um espaço, onde encontraremos algo de nós mesmos que ainda não conhecíamos. No fundo, quem ouve sensivelmente também se escuta, não como repetição, mas como reflexo. Quem se debruça no próximo com honestidade se vê diante de sua própria incerteza, a das suas projeções. Nesse confronto inaudível que o sujeito se transforma, portanto, não é técnica, se desprende como ética.
Não é método, enquanto experiência, não é domínio. É entrega.
Há, nesse gesto, uma incrível generosidade que ultrapassa a clínica e invade a vida comum. Dar atenção a fala de alguém sem esperar nada em troca, sem tentar salvar, corrigir ou ajustar, é permitir que ele(a) exista, ainda que por alguns minutos, fora das exigências sociais. Tal movimento, por mais simples que pareça, é uma forma de cura — ainda que não promova seu alívio imediato, fato que seria da presença que muitas vezes realmente precisamos e carecemos. Não seriam também respostas, mas de alguém que não fuja quando dizemos algo sem sentido, que permaneça mesmo diante do absurdo. Talvez esse exercício seja a única forma de amor que não tenta possuir, que não se planeja, nem se molda. Um afeto que acolhe sem devorar e respeita a alteridade como impenetrável do seu enigma. Porque há algo no outro que jamais será dito, haverá certamente esse infindável ponto cego no núcleo do calado, como um resto inassimilável.
Estamos acostumados a pensar que o conhecimento vem da fala, mas existe a possibilidade que venha antes da escuta. Do que ouvimos sem compreender e aceitamos sem reduzir, daquilo que sustentamos sem tentar traduzir. Essa postura rompe com a lógica do consumo, do controle e da previsibilidade. Assim, pare o tempo e diga: “Estou aqui. Não para te consertar, mas para te escutar. Mesmo que isso me desmonte um pouco, sem que eu precise sair de mim para te receber”.

Seria isso um retorno a uma forma antiga de encontro?. Não à moda das redes sociais, onde tudo é exposto, exibido. Mas à tendencia dos encontros reais que podem se converter sem alarde e deixam marcadores invisíveis. Estes não produzem respostas, senão fecundam perguntas. Acredito que seja este um fator fundamental perdido que nos falta hoje: perguntas sinceras para vencer, que abram caminho e acolham o desconhecido para sustentar a dúvida. Estendamos a Fé, na possibilidade de que mesmo atravessados(as) por feridas, angústias e barulhos ensurdecedores, desencontros e traumas, ainda possamos tocar sem ocupar, ouvir sem capturar. Estar com o outro sem estar, nos perder — sem querer encontrá-lo(a) dentro de nós. A escuta é ao final, esse lugar onde o outro pode finalmente ser ‘’o outro’’.
Quem sabe só reste isso: dois seres, lado a lado, tentando, com harmonia, se ouvir na desordem.''A escuta não transforma apenas o falante — ela modifica, de forma sutil e poderosa, o que se oferece ao papel de ouvinte.'' Como Freud descreveu em Recomendações aos que Exercem a Psicanálise (1912), ''O analista deve voltar sua própria atividade mental inconsciente, como um órgão receptor, para o inconsciente transmissor do paciente'' (p. 112). Nesse movimento, o ouvinte se torna um espaço vivo, aberto ao que o outro traz, desafiando suas próprias certezas e permitindo que a palavra alheia provoque deslocamentos internos.”

A Escuta no Cotidiano
Como reintegrar a escuta sensível à vida comum? A proposta não exige uma ruptura radical com a rotina, mas sim o granjeio de pequenas atenções — brincar com o tempo: desacelerar, dar margem ao improviso, permitir que o outro surpreenda. A escuta cotidiana pode ser um jogo poético entre mundos distintos. Em vez de reagir automaticamente, por que não fazer uma pausa? Em lugar de responder com um conselho apressado, que tal oferecer uma pergunta sucinta?
“Escutar é brincar de existir no tempo do outro” - Dan Mena.
Ao adotarmos uma postura lúdica, absorvemos sons e escavamos sentidos.
“Ouvir é dar sem esperar — é oferecer hospitalidade à assimetria do outro”- Dan Mena.
A escuta, compreendida em sua plenitude, é uma forma de coabitar o mundo do outro sem querer colonizá-lo. Um modo de ser que exige abertura radical ao desconhecido, uma ética do acolhimento que desmonta defesas, dissolve fronteiras e instaura vínculos reais.
Uma arte ancestral esquecida, que com olhos novos pode ser reinventada e amplificada.
“Ouvir e tocar o invisível com os ouvidos do coração” - Dan Mena.
Uma Poética da Presença
Há dias em que o mundo fala alto demais. As vozes se atropelam, as imagens piscam sem cessar, e tudo parece urgente — como se a própria existência dependesse de sermos ouvidos, vistos, notados. No entanto, há algo que desaparece nessa pressa: o espaço para a escuta. Não a escuta funcional, que responde e resolve, mas aquela outra — feita de demora e ressonância. Talvez nunca tenhamos tido tanto acesso ao que os outros dizem, e, ironicamente, escutemos tão pouco. Em tempos digitais, a escuta rareia. Não porque perdemos a capacidade auditiva, mas porque o que se cala foi expulso de nossas relações. Tudo deve ser dito, imediatamente, as palavras foram convertidas em conteúdos e suas pausas se tornaram suspeitas.
Mas o que é uma escuta sem pausa? ou: Um encontro sem demora?
Um ato que precisa de sombra. De um tempo que não exige eficiência, mas comparência. De um espaço onde as palavras não servem para explicar, mas para existir. Por isso, ela é tão rara quanto necessária. Na clínica, vejo isso com clareza. Pacientes chegam carregando um cansaço que não sabem nomear. A narrativa passa por um excesso de exposição, de expectativa, e auto-exigência. Querem falar, mas também não sabem mais o que dizer. Estão esvaziados de si. Na escuta analítica não oferecemos respostas, devolvemos espaço. Ao sustentar o silêncio, permitimos que a fala emerja de outro lugar — mais cavado, confuso e verdadeiro. Essa função terapêutica, devolve ao sujeito a dignidade de não saber o que sente. E ainda assim ser acolhido(a).
Há também a escuta dos afetos miúdos, aquela que se faz no cotidiano: escutar um suspiro, um desvio no olhar, uma frase dita pela metade. Nem sempre é necessário um divã para que essa escuta exista, basta um coração desarmado, disposto a não atravessar o outro com suas certezas. Esse, "estou aqui" que não pede aplausos — que revela seu valor. Como uma lareira acesa numa noite fria: não fala, mas aquece.

“Há escutas que salvam sem dizer uma só palavra.” - Dan Mena.
Mais escuta, menos diagnósticos, menos conselhos, mais mãos dadas. Seria este o último refúgio de um mundo cansado de estampidos?...um antídoto contra a pressa. Escutar é aceitar que não há solução imediata para o que doí. É permitir que o sofrimento tenha lugar antes de querer curá-lo. Também é espiritual, desde que possamos reconhecer o outro como uma charada, não como problema. Podemos enxergar no vazio da linguagem não uma ausência, senão uma potência, afinal, é um jeito de dizer: você não está só.Como escreve Emmanuel Levinas em Totalidade e Infinito (1961), “A relação com o outro é a ausência de resposta, é a pergunta sem resposta, é a pergunta que não tem resposta, é a pergunta que é a resposta” (p. 89).
Referências Bibliográficas
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VYGOTSKY, Lev. Pensamento e Linguagem. 1934. Editora Martins Fontes.
BEAUVOIR, Simone. O Segundo Sexo. 1949. Editora Nova Fronteira.
DURKHEIM, Émile. O Suicídio. 1897. Editora WMF Martins Fontes.
JUNG, Carl Gustav. O Homem e Seus Símbolos. 1964. Editora HarperCollins.
NIETZSCHE, Friedrich. Assim Falou Zaratustra. 1883. Editora Martin Claret.
RECALCATI, Massimo. Complexo de Telêmaco. 2013. Editora Âyiné.
SKINNER, B.F. Ciência e Comportamento Humano. 1953. Editora Universidade de Brasília.
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. 2000. Editora Zahar.
CHOMSKY, Noam. Linguagem e Pensamento. 1968. Editora Unesp.
KLEIN, Melanie. Inveja e Gratidão. 1957. Editora Imago.
BANDURA, Albert. Aprendizagem Social. 1977. Editora Artmed.
MASLOW, Abraham. Motivação e Personalidade. 1954. Editora Harper Row.
BOURDIEU, Pierre. A Dominação Masculina. 1998. Editora Bertrand Brasil.
WEBER, Max. A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. 1905. Companhia das Letras.
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FAQ - Perguntas Frequentes sobre a Escuta Psicanalítica
Qual é a essência dessa técnica terapêutica?→ É um método clínico que transcende a audição superficial, focando no que não é vocalizado: hesitações, repetições e nuances do discurso.
Como a prática de ouvir sem interromper transforma diálogos?→ Suspender respostas automáticas permite que o inconsciente se revele. Exemplo: um paciente que sempre mudava de assunto ao mencionar a mãe descobriu, meses depois, um luto não elaborado.
Essa abordagem pode ser útil em conflitos familiares?→ Sim! Evitar frases como "Eu também passei por isso" abre espaço para histórias únicas. Experimente substituir por: "Como isso soa em você?".
Quanto tempo leva para se tornar proficiente nesse método?→ Domina-se na prática constante. Sugestão: inicie com 2 minutos diários de silêncio ativo em conversas, observando o que surge nas pausas.
É possível aplicar isso com adolescentes?→ Totalmente. Eles comunicam-se por metáforas (músicas, jogos). Um jovem que só falava de Dark Souls estava, na verdade, descrevendo seu medo do fracasso.
Essa estratégia substitui tratamentos psiquiátricos?→ Não. Enquanto remédios atuam na química cerebral, o processo terapêutico trabalha significados simbólicos. São complementares.
Por que iniciantes acham essa habilidade tão desafiadora?→ Porque exige desconstruir o impulso de ajudar. Parafraseando Dan Mena: "Ouvir é um ato de resistência contra o próprio ego".
Como evitar cair em falsas conexões emocionais?→ Troque "Entendo sua dor" por "O que essa dor está lhe dizendo?". A verdadeira conexão nasce da curiosidade, não da projeção.
Funciona em sessões online?→ Sim, mas perde-se 38% da comunicação não verbal (dados de um estudo da Universidade de Stanford). Dica: peça para o paciente descrever gestos espontâneos.
Qual o equívoco mais frequente entre terapeutas novatos?→ Querer salvar o paciente com interpretações rápidas. Lacan dizia: "A cura está no ritmo do não saber".
E se o paciente inventar histórias?→ Mentiras são sintomas narrativos. Em vez de desmascarar, explore: "Que verdade essa ficção está protegendo?".
Posso treinar sozinho essa competência?→ Exercício prático: ouça um podcast em velocidade 0.75x, anotando como as palavras são ditas (tom, pausas) mais que o quê.
Por que ‘’millennials e Gen Z’’ precisam disso urgentemente?→ Cresceram em ambientes digitais onde a fala virou commodity. A técnica restaura a profundidade perdida nas interações.
Como lidar com traumas intensos nesse contexto?→ Respeite o tempo psíquico. Traumas são como vidro congelado: pressa quebra, paciência derrete.
Qual a diferença entre isso e métodos de autoajuda?→ Autoajuda oferece respostas. A clínica psicanalítica faz perguntas que o paciente nunca soube que tinha.
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Membro Supervisor do Conselho Nacional de Psicanálise desde 2018 — CNP 1199.Membro do Conselho Brasileiro de Psicanálise desde 2020 — CBP 2022130.Dr. Honoris Causa em Psicanálise pela Christian Education University — Florida Department of Education — USA. Enrollment H715 — Register H0192.
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