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"Transtorno Borderline: Sintomas, Causas e Tratamentos"

Atualizado: 23 de jul.

O Chamado das Barreiras Invisíveis

"A Intensidade do Borderline"
"A Intensidade do Borderline"

O Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) é visto por muitos através de uma perspectiva distorcida, carregado de estigmas e ideias simplistas que não fazem justiça ao seu verdadeiro intrincamento. Vamos deixar de lado as caricaturas e desenhos que fazemos dele e encarar essa condição com a empatia e cuidado que exige. Absolutamente, não se resume a um rótulo ou lista de comportamentos extremos; é uma vivência muito nossa, marcada por uma impetuosidade emocional avassaladora, lutas internas, ambiguidades, uma busca incessante permeada por encontrar o distante equilíbrio. Vamos nos imaginar sentados e prontos para viver uma aventura em uma montanha-russa emocional, onde cada dia vamos experimentar um novo percurso, velocidades 3G, desacelerações extremas, novos picos, freadas, paradas e alturas incríveis, curvas sinuosas e retas desafiadoras, onde a estabilidade e segurança parecem virar um pesadelo. Essa é a realidade de quem convive com essa estremadura, uma verdadeira peripécia que exige do sujeito coragem e muita resiliência.

Por esta razão, a pessoa com TPB sente tudo ao mesmo tempo: amor, pânico, aversão, raiva, medo, alegria, prazer, desprazer, uma tempestade emocional que pode confundir irremediavelmente até os mais próximos. Para compreender verdadeiramente o Borderline, vamos precisar deixar de lado os preconceitos que o reduzem a um mero estereótipo. Quem convive com esse transtorno enfrenta um turbilhão de sensações que nem sempre são visíveis.

"Emoções em Chamas: O Drama do TPB"
"Emoções em Chamas: O Drama do TPB"

É uma realidade desafiadora tanto para quem a vive quanto para quem está próximo, exigindo de todos, uma postura de acolhimento, serenidade e impassibilidade. Fora dos clichês tradicionais, se faz necessário reconhecer a dor, angústia e força que coexistem nesta panela de pressão. Por isso, é imperativo valorizar a resistência psíquica necessária de quem convive com ela diariamente.

Esse percurso exige compreensão múltipla, uma abordagem que unifique ciência e sensibilidade, não é suficiente diagnosticar; é preciso oferecer suporte genuíno e tratamentos que respeitem a singularidade de cada caso. A empatia pode ser uma arma poderosa, um gesto de apoio, uma palavra gentil, pode acrescentar peso ao dia de alguém que enfrenta esse caos. Olhar esse contexto com cuidado, pode seguramente abrir caminhos interessantes para melhorar a qualidade de vida de milhões e, oferecer o próprio entendimento quanto a nossa humanidade. Que tal olharmos à nossa volta e pensar em como um pouco mais de compaixão e solidariedade poderia transformar vidas?

'’Da ausência nasce a força de existir, mesmo quando tudo parece ruir.’' - Dan Mena. Gosto de tecer este paradoxo também; conceba estar diante de um abismo: de um lado, a sanidade que todos gostaríamos de possuir ou alcançar; do outro, a desordem total que tememos. Entre esses dois mundos, há uma linha extremamente tênue, quase imperceptível, onde habitam aqueles que carregam o chavão "borderline". Mas o que significa viver nesse limiar? Por que esse tema pulsa com tanta urgência nos dias atuais?

O termo não nasceu por acaso, remonta ao início do século XX, quando psiquiatras e psicanalistas começaram a perceber que certos pacientes não se encaixavam nas caixinhas rígidas formatadas da neurose ou da psicose. Foi Adolph Stern, em 1938, quem primeiro usou a expressão "borderline" para descrever indivíduos que pareciam oscilar entre esses dois pólos psíquicos, como se fossem equilibristas na corda bamba. Mais tarde, após uma década, Otto Kernberg refinou esse conceito, definindo finalmente o TPB como uma "organização estável da personalidade baseada em uma instabilidade patológica". Logo, podemos extrair desta uma contradição delirante e fascinante, não é? Ao ser uma estabilidade que se sustenta na sua própria anarquia.

Por qual motivo o "borderline" ganhou relevância na contemporaneidade? Para mim, por uma causa clara: remete às múltiplas ansiedades, angústias e aflições de um mundo em aceleração constante e vertiginosa transformação. Uma ligeireza insustentável. Tempos que ofertam relações líquidas e instantâneas, uma corrida pela eficiência, identidades pulverizadas, fragmentadas e emoções à flor da pele. Quem não vê isso diariamente refletido numa banal e medíocre discussão no trânsito, que não raramente acaba em tragédia? Um bate-boca carente de peso, de um vazio absurdo que não se explica sob nenhum ângulo? Ou a urgência de se conectar, apenas para se ver perdido em relações ordinárias que desmoronam como castelos de areia? ‘’Vivemos num palco caótico, improvisando entre o riso e a queda.’’ Dan Mena. Coloquei aqui apenas dois exemplos corriqueiros, mas, poderia dar centenas que vivenciamos diuturnamente. Chamo a atenção de vocês neste ponto, o TPB não é apenas um diagnóstico clínico; é um retrato da Monalisa, que expõe nossa condição em sua forma mais estética, verídica, real, crua e vulnerável.

Profissionalmente, acompanho pacientes que cruzaram a fronteira dissimulada, escura e oculta desse paradoxo. Vi lágrimas e histórias de abandono, raiva que queima como fogo, fúria e desespero, onde a busca consumida por sentido é um lugar distante. Mas também testemunhei resiliência, bravura, enfrentamento, consciência e a possibilidade de virar o jogo. Meu objetivo é simples, porém ambicioso: oferecer um guia que una a robustez da teoria psicanalítica, apoiada por outras relevantes escolas da mente, e à inclusão da sensibilidade na prática.

"Cicatrizes da Alma: A Luta contra o Borderline"
"Cicatrizes da Alma: A Luta contra o Borderline"

‘’Recolher os cacos do espelho é resgatar-se da fragmentação.’’ - Dan Mena.

Vou segmentar a abordagem em 12 etapas, cada uma situada sob um ângulo diferente. Falarei de sua definição, história, sintomas e possíveis causas, mas também adentrando em aspectos menos óbvios: a relação com o corpo, o papel do ‘’outro’’ na vida do ‘’border’’, as máscaras das quais se reveste para poder sobreviver. Trarei dois casos reais e algumas citações da minha prática: Ana e Carlos, para que você veja o problema em ação, com suas dores e esperanças. Além disso, vou compartilhar listas práticas: (confesso que não gosto de fazer isso), 15 sinais para sua identificação provável e 15 estratégias para seu embate. Tudo isso, como é do meu práxis, com um toque de poesia quando possível, provocação é chamada a consideração, acredito firmemente que compreender a mente exige mais do que ciência, exige alma e entendimento. Como a sapiência depende do estudo, algo que por vezes lamento, o Brasileiro não é muito adepto à leitura.

Antes de entrar nos detalhes, me permita expandir esta introdução com ponderações mais amplas e pessoais. O que me levou a estudar o borderline não foi apenas o interesse acadêmico e clínico, mas um encontro com o ser que nos habita em seu estado mais puro e primitivo. Certa vez, uma paciente me disse: “Dan, eu sinto que sou um lego, (puzzle) com peças que não se encaixam”. Aquela frase guardei, pois não era só ela; era uma repetição dita de formas diferentes que ouvi em tantos outros, um lamento que atravessava a análise, famílias e até mesmo as ruas de uma sociedade que corre sem parar. E eu pergunto? Para onde? Para que?

Este tema nos confronta com perguntas difíceis: o que é normal afinal? Onde traçamos a linha entre o que sentimos e o que somos capazes de suportar? Em um mundo que valoriza a estabilidade e a previsibilidade, o TPB surge como um desafio à ordem estabelecida pela sociedade. Ele nos força a olhar para um pandemônio, não como um inimigo, mas como parte da nossa estrutura, de quem de fato somos. E isso, ao mesmo tempo, me parece muito assustador.

Pensemos na nossa vida por um instante. Quantas vezes nos sentimos divididos(as) entre o que gostaríamos de mostrar ao mundo e o que carregamos francamente dentro de si? E nossas máscaras?; essas que usamos para subsistir, sermos aceitos. Não parece pesada demais? O borderline se amplifica dentro dessas questões, mas não as inventa. Ele é, em muitos sentidos, um caleidoscópio alargado da nossa fragilidade coletiva. E é por isso que creio que falar sobre ele não é apenas um exercício clínico, mas uma necessidade ética que toca a todos.

Ao longo dos anos, aprendi que o TPB não é apenas falar sobre sofrimento; é sobre a luta iminente por significado e existência. Cada paciente que conheci me ensinou algo novo: que a dor pode ser um portal, que o caos pode ser também criativo, que a instabilidade pode, sim, encontrar um chão firme com o passar do tempo. Este artigo é, portanto, uma carta aberta, um convite para que você, leitor(a), entre de coração aberto. ''O coração encontra sua música entre os batimentos do caos.’’ - Dan Mena.

Quando comecei minha formação em psicanálise, o borderline era quase um tabu, um diagnóstico conceitual que muitos evitavam. Mas eu via nele algo diferente: uma oportunidade de compreender o que acontece quando a mente se recusa a caber em moldes prontos e pragmáticos. Eu li Kernberg, Lacan, McWilliams e dezenas de autores que me ofereceram chaves desse quebra-cabeça. Mas foram os pacientes, clientes com suas histórias reais que deram vida a essas teorias.

Conceba pensar, por exemplo, uma jovem que entra no consultório com o olhar perdido, contando como suas emoções a arrastam como um rio de grande correnteza. Ou um homem que me descreve sua raiva como uma bomba a ser detonada que ele não quer, nem deseja controlar. Essas imagens, tão vívidas, são as que me motivam a escrever. Se minhas palavras neste texto fluem fáceis, quero que você sinta isso também, porque não vejo o borderline não como um rótulo de Maizena, mas como uma experiência ativa e pulsante, que merece atenção em toda a sua eloquência.

Se você tem pressa, esta não é uma leitura para você. Pare e siga para outras atividades, este é um artigo para ser sentido, refletido e questionado. A Relevância do TPB para a Psicanálise Moderna


Sem dúvidas um tema medular para a psicanálise, não apenas pela sua hermenêutica clínica, mas também pelo seu potencial de cavar as dinâmicas inconscientes que moldam a mente. Este transtorno é caracterizado pela instabilidade emocional, impulsividade e relações interpessoais caóticas, penetrando as defesas primitivas que sustentam a personalidade borderline.

Central à importância do TPB para a nossa matéria está o conceito de mecanismos de defesa, particularmente a clivagem (splitting), que sugere a incapacidade do indivíduo de integrar aspectos positivos e negativos de si mesmo e dos outros. Essa defesa, bem fundamentada por Kernberg em sua teoria das organizações borderline da personalidade, ilustra como a psicanálise não só identifica, mas também oferece ferramentas para trabalhar com ditas fragmentações do eu. Além disso, a ênfase que damos às experiências infantis e traumas precoces, se alinham diretamente com as origens do TPB, enraizadas que estão em relações primárias disfuncionais ou negligentes. Assim, proporcionamos um espaço terapêutico onde essas feridas podem ser revisitadas e reinterpretadas, promovendo a integração emocional.

   "Medo de Abandono: A Dor do TPB"
"Medo de Abandono: A Dor do TPB"

O TPB também nos confronta diretamente ao demandar uma sensibilidade clínica apurada, especialmente no manejo da transferência e contratransferência. As intensas projeções emocionais dos pacientes border exigem do(as) analista(s) uma capacidade de conter e interpretar afetos voláteis, transformando a relação analítica em um laboratório vivo para a compreensão das dinâmicas interpessoais do transtorno. Nesse sentido, não apenas enriquece nossa teoria, mas também impulsiona sua evolução, nos forçando a um repensar contínuo sobre os limites e as possibilidades do método.

O Que Define o Transtorno de Personalidade Borderline?

Eu já te disse que o borderline vive na fronteira, mas o que isso significa na prática? O Transtorno de Personalidade Borderline é uma condição psiquiátrica marcada por uma instabilidade crônica, tanto nas emoções, nos relacionamentos, na própria identidade. Pense num mar revolto: onde num momento, as ondas estão calmas; no outro, uma tsunami engole tudo. É assim que ele experimenta a vida. ''A raiva protege, mas também aprisiona a alma.’’ - Dan Mena.

Se manifesta por sintomas como medo intenso de abandono, impulsividade, raiva desproporcional e uma autoimagem que muda como o vento. Mas ele não é igual a outros vieses de personalidade, como o narcisista ou o histriônico. O border não busca somente atenção e poder; ele busca conexão, mesmo que muitas vezes a destrua no processo.

Fazendo uma metáfora, poderia dizer que é como uma dança entre o desejo e o medo. Pacientes me contam como se sentem "vazios(as) por dentro", como se faltasse uma peça na sua estrutura.

Mas vamos além da definição básica, não é somente uma lista de sintomas; é uma experiência do ser. Otto Kernberg, protagoniza um dos pilares da teoria Borderline, nos ajuda a entender isso. Ele fala de uma "organização de personalidade" que, embora instável, tem uma lógica própria. Não é um caos aleatório, mas um padrão de repetição: a busca por proximidade, o medo da rejeição, a explosão que afasta quem está perto. E nesse ciclo, há uma coerência trágica, uma tentativa de segurar o que escapa.

"A personalidade borderline é uma organização estável da personalidade baseada em uma instabilidade patológica."- Otto Kernberg, Borderline Conditions and Pathological Narcissism (1975). Kernberg nos oferece aqui uma leitura paradoxal da estabilidade no caos, uma estrutura articulada que resiste enquanto se fragmenta, desafiando as categorias tradicionais da psicanálise e nos empurrando a repensar a flexibilidade elástica da mente.

Para expandir ainda mais, pensemos no border como um escultor que trabalha com argila: ele molda e remolda sua identidade, seus afetos, suas relações, mas a forma nunca se solidifica. Isso não é fraqueza, é uma adaptação a um mundo que não lhe ofereceu bases firmes. Essa pauta de impermanência pode ser tanto uma ferida quanto uma força. Afinal, quem vive dividido, aprende a circular entre extremos, e isso exige uma intrepidez que nem sempre reconhecemos.

Podemos também pensar isso como uma rádio que não sintoniza uma estação por muito tempo, onde o trabalho terapêutico, pode trabalhar como uma antena que ajuda a encontrar frequências estáveis e duradouras. É um processo lento, mas possível.

E aqui entra uma questão que me intriga: será que todos nós, em algum grau, não vivemos um pouco dessa inconstância? Em tempos de redes, onde a identidade é performada e as emoções são expostas em tempo real, o borderline talvez seja apenas uma versão ampliada do que sentimos em silêncio. O que você acha? ‘’Buscamos no deserto da identidade um rosto que nos devolva sentido.’’- Dan Mena.

Uma Viagem no Tempo

O conceito de borderline é fruto de décadas de observação e debate. Nos anos 1930, Stern notou pacientes que não se encaixavam nas molduras clássicas da psicanálise. Eram "quase psicóticos", mas não totalmente; "quase neuróticos", mas com algo a mais, assim, foi ele quem plantou o termo. Na década de 1970, Otto Kernberg trouxe uma revolução, ele o descreveu como uma organização intermediária entre neurose e psicose, com traços como defesas primitivas (splitting, projeção) e relações instáveis. Já Lacan, em seus seminários, nunca usava o termo "borderline", mas falava de sujeitos na "borda" entre estruturas psíquicas, um espaço de ambiguidade que repercutia com o TPB.

Na atualidade já foi reconhecido mundialmente, mas sua história nos ensina algo: ele não é uma concepção fixa. Evolui com nossa compreensão da própria psique. Será então que estamos mais próximos de entendê-lo ou apenas arranhando sua superfície?

Quando Stern deu seu nome, o mundo ainda estava preso a dicotomias rígidas: ou você era "normal", ou estava próximo da "loucura". O borderline desafiou isso, mostrando que a mente não operava em níveis de preto e branco. Era uma época de grande efervescência na psiquiatria, Freud ainda se ouvia forte, mas novos pensadores surgiram e começaram a questionar suas ideias. Stern viu algo que muitos ignoravam até aquele momento, uma zona cinzenta, um umbral que não podia ser ignorado. ''Existir é querer ser ouvido no meio do silêncio.'' - Dan Mena.

Kernberg, trouxe uma abordagem mais estruturada, ele não apenas nomeou o TPB, mas o dissecou, mostrando como funcionavam as defesas psicológicas. O "splitting", por exemplo, o borderline divide o mundo em "bom" e "mau" como forma de lidar com dita ambivalência. Já Lacan, com sua visão enigmática, provocou, pensando o border como uma posição existencial, não apenas clínica. "Na fronteira entre a sanidade e a loucura, o paciente borderline dança uma coreografia melindrosa de emoções''.

"O borderline vive na fronteira entre a neurose e a psicose, nunca completamente em um lado ou no outro" Lacan, O Seminário, Livro 3: As Psicoses (1955–56). Lacan incita a pensar o tema não como uma categoria rígida, mas como uma posição fluida, que desafia as dicotomias tradicionais da psicanálise. ‘’A alma brilha nas rachaduras do vivido.’’ - Dan Mena.

    "Espelho Quebrado: A Autoimagem Borderline"
"Espelho Quebrado: A Autoimagem Borderline"

Mas a história não para aí. Nos anos 1980 e 1990, com o avanço da neurociência e da psicologia comportamental, o TPB ganha novos olhares e camadas. Marsha Linehan, criadora da Terapia Comportamental Dialética (DBT), trouxe uma visão extremamente prática, focada nas habilidades para regular ditas emoções. Hoje, o paciente borderline é estudado em laboratórios, com imagens cerebrais mostrando alterações na amígdala e no córtex pré-frontal. É uma evolução que mistura ciência e estrutura comportamental, e que me faz perguntar: até onde podemos ir nessa compreensão?

Penso que pioneiros como Stern e Kernberg, não tinham os recursos tecnológicos que temos hoje, ressonâncias magnéticas, leituras cerebrais finas, big data, etc, mas possuíam algo igualmente poderoso: a sensibilidade para escutar o que os pacientes diziam entre as entrelinhas das narrativas.

Os Sinais do Border: Como Ele Se Revela?

Se eu te pedisse para listar os sintomas do TPB, o que você diria? Talvez instabilidade emocional, medo de ser abandonado, impulsividade. E você estaria certo(a) dentro desse conjunto, o DSM-5 lista nove critérios, como mudanças rápidas de humor, comportamentos autodestrutivos e relações intensas que oscilam entre amor e ódio. Mas, na vida real, esses sinais são mais rarefeitos e destrutivos.

Já atendi pacientes que descreviam sentir tipo "um buraco no peito" ou uma raiva que "explodia sem nenhum motivo". Um deles me comentou assim: "Eu amo alguém hoje e amanhã quero que ele desapareça''. O que há de errado comigo para sentir desta forma? É o transtorno falando em sua mais transparente versão, uma sinfonia desarticulada de notas e emoções que não encontram repouso.

"A impulsividade no TPB é como uma tempestade que surge sem aviso’’, esses sinais não são apenas "problemas a serem solucionados"; são tentativas de lidar com uma dor que não tem nome. Vamos detalhar isso: a instabilidade emocional não é simplesmente equacionada no "estar triste ou feliz". É uma berlinda que pode levar alguém do êxtase ao desespero em questão de horas. Já vi pacientes que, num mesmo dia, se sentiam invencíveis pela manhã e, à tarde, entravam em crise, achando que a vida não valia mais a pena. Vemos aqui a exaustividade tomando conta, tanto para quem sofre com o acometimento quanto para quem acompanha.

O medo de abandono, é outro sinal clássico. Não é apenas temer que alguém que apreciamos vá embora; é uma certeza confirmada psiquicamente de que isso vai de fato acontecer, mesmo sem ter nenhuma evidência. "O medo de abandono no borderline é uma ferida concisa que precisa de cuidado iminente". Isso se verifica em comportamentos como checar o celular obsessivamente, olhar redes sociais a cada 10 minutos ou estrondar em raiva ao menor sinal de distanciamento.

"Os pacientes borderline são como navios sem leme, à deriva em um mar de emoções turbulentas." - Nancy McWilliams, Psychoanalytic Diagnosis (1994). Aqui, McWilliams captura com maestria a sensação de desamparo e a busca por ancoragem que define essa experiência.

Quero te contar uma história, Certa vez, uma paciente chamada Marina me disse que, após um amigo cancelar um almoço, ela passou o dia inteiro chorando, convencida de que ele a detestava e odiava. Não havia lógica nenhuma nesse pensamento; havia apenas a força bruta do sentimento. Veja aqui novamente o TPB em ação: uma lente de aumento para uma situação regular sendo desdobrada com força até o ponto de ruptura. ‘’Quem sente intensamente faz da dor sua arte.’’ - Dan Mena.

E a impulsividade? Ela pode ser desde gastar todo o salário em uma tarde até dirigir a 150 km/h numa estrada vazia, só para “sentir alguma coisa”. Essas atuações comportamentais não são caprichos; é um eu que luta para se afirmar num mundo que parece falso, incerto e movediço.

"Raiva e Resiliência: O Caminho do Borderline"
"Raiva e Resiliência: O Caminho do Borderline"

Raízes do Border: De Onde Ele Vem?

Por que alguém desenvolve o TPB? Eu presumo depois de muita leitura que não há uma resposta unificadora. Se fosse dar uma opinião, diria que estudos apontam para uma combinação genética, o que também inclui o ambiente de desenvolvimento do sujeito. Tal consideração engloba traumas infantis, abuso sexual, negligência emocional, relatos assim aparecem em muitas histórias que promovem precocemente seu aparecimento e plasman a personalidade border.

Mas há muito mais nesse universo, fatores psicossociais, como a falta de validação e reconhecimento familiar, também contam. Uma criança que chora e é ignorada, com o tempo, aprende assim: minhas emoções não têm valor. Esse vazio pode se transformar no medo de abandono. E você, já parou para pensar como suas primeiras perícias construíram sua identidade?

A pesquisa genética ligada ao TPB é um campo em crescimento, algumas mostram que alterações em genes ligados à regulação da serotonina, um neurotransmissor que afeta o humor, podem aumentar a vulnerabilidade. Mas a biologia não é o seu destino final; ela é apenas um ingrediente do bolo. O que realmente dá forma ao manifesto borderline é o que acontece depois: as relações, conflitos, traumas e silêncios.

"A cicatriz de automutilação que vejo em casos Border, contam uma história de luta interna e busca por alívio do paciente". Ao ponderar sobre aqueles que usavam o corpo para externalizar a dor, verifico que muitos cresceram em lares onde o afeto era condicionado ou totalmente ausente. Escutei dizer: aos 5 anos, minha mãe dizia: “Para de chorar, ou eu te dou um motivo de verdade para você se arrepender se não calar a boca”. Essas palavras, certamente plantaram ideias de desvalidação e medo.

"O trauma é o solo fértil onde a personalidade borderline muitas vezes floresce." Judith Herman, Trauma and Recovery (1992). Herman nos lembra que o TPB não é apenas um "defeito" interno, mas uma resposta ao sofrimento imposto dentro do seio familiar e social.

Mas, nem todo border tem sua origem num trauma, obviamente. Alguns cresceram em ambientes aparentemente “normais”, mas com sutilezas desastrosas: pais emocionalmente distantes, ausentes da criação, expectativas irreais, ou a falta de espelhos emocionais. Isso me faz pensar: será que o TPB é, em parte, uma resposta à modernidade? Num mundo onde as conexões são frágeis e o individualismo reina, priorizamos o trabalho é a carreira, talvez ele seja um sintoma de algo maior.

O Borderline e Sua Imagem

Uma das coisas mais intrigantes no TPB é como ele afeta a relação com o corpo. Françoise Dolto fala da "imagem inconsciente do corpo", e eu já vi isso em pacientes que cortam a pele para "sentir algo real". No border, a autoimagem oscila, esse vaivém representa uma luta interna para integrar o eu. O fisiológico neste espectro não é apenas um recipiente, senão um campo de expressão. A automutilação também não é aleatória, se traduz como uma tentativa de transformar a dor psíquica em algo tangível, que possa se ver e ser tocado.

"O corpo do borderline é um texto vivo, escrito com as cicatrizes de sua história." - Françoise Dolto, Imagen inconsciente del cuerpo (1992). Será também via o corpo que ele transporta e carrega os excessos: comer demais ou de menos, buscar sensações intensas e perigosas, usar roupas que clamam por atenção. Tudo isso engloba uma busca por identidade, por um contorno que o TPB muitas vezes não oferece. Quantas vezes nós mesmos usamos o corpo para dizer o que as palavras não conseguem?

O Outro, Relacionamentos Usados Como Espelhos

Se há algo que o define, são os relacionamentos intensos, desordenados, caóticos e apaixonados, por horas, destrutivos e ameaçadores. Idealiza o outro como salvador, apenas para posteriormente desvalorizá-lo quando a realidade o(a)decepciona. O ‘’outro’’ não é unicamente uma pessoa; é um arquétipo onde o ele(a) projeta suas esperanças e medos. Quando a relação começa, há uma idealização mágica, fantasiosa, o parceiro(a) perfeito, a solução de todo o vazio que me acompanha. Mas basta uma falha, um atraso, uma palavra mal colocada, um esquecimento para que tudo vire pó. O amor descende a raiva, agressividade, e a conexão resultará em rejeição. ‘’O amor é chama: pode aquecer... ou consumir.’’ - Dan Mena.

"O borderline projeta no outro suas volúpias, esperanças e terrores, transformando relações em campos de batalha." - André Green, El discurso vivo (2005).

Essa dinâmica experimentada é exaustiva, mas também expõe. Ela mostra como o borderline depende do outro para se sentir inteiro, e como essa dependência é, equivalentemente sua força e fragilidade.

    "Máscaras do TPB: Entre o Ser e o Parecer"
"Máscaras do TPB: Entre o Ser e o Parecer"

A Mulher da Corda Bamba

Ana me procurou, na época tinha 28 anos, fez algumas colocações e ao final da conversa me disse: "Eu não sei quem eu sou". Ela tinha um histórico de relacionamentos que terminavam sempre em brigas conturbadas, além de episódios de automutilação. Conta que cortou um dos pulsos após uma discussão com a mãe, e que a sensação que experimentou foi um "alívio para a dor que não tinha explicação".

Trabalhei com Ana usando uma abordagem combinada para regular suas emoções. Aos poucos, ela começou a encontrar palavras para o que sentia, em vez de usar marcas na pele. Isso prova que o TPB é desafiador, mas não é invencível. O progresso dela não foi linear, houve recaídas, crises, momentos em que ela quis desistir. Mas cada passo, por menor que fosse, era uma vitória.

"A DBT oferece ferramentas para domar o caos emocional do borderline."  Marsha Linehan, Cognitive-Behavioral Treatment of Borderline Personality Disorder (1993). 

Quer saber como o TPB aparece no dia a dia? 15 sinais do Borderline

Emoções que mudam como o vento, do êxtase à tristeza em minutos. Relacionamentos intensos que terminam em rupturas dramáticas. Pavor de ser deixado(a), mesmo sem motivo aparente. Autoimagem que oscila entre grandiosidade e desespero. Decisões impulsivas, como gastar muito ou abandonar planos. Marcas de automutilação ou pensamentos suicidas recorrentes. Uma sensação de vazio sem explicação. Explosões de raiva que assustam. Momentos de desconexão. Humor que dança ao sabor de eventos externos. Desconfiança constante, mesmo de quem ama. Correr riscos desnecessários, abuso de álcool ou direção perigosa. Alternância entre adorar e odiar. Culpa que consome. Dificuldade em seguir sonhos.

"O borderline se revela na instabilidade que estrutura sua existência." - Jean Bergeret, La personalidad normal y patológica (1980).

Estratégias para Combater o Borderline

E como lidar com isso? Busque análise ou psicoterapia regular. Aprenda a nomear suas emoções. Pratique mindfulness para se ancorar no presente. Crie rotinas que tragam previsibilidade. Construa uma rede de apoio com amigos e família. Informe-se para entender o que você enfrenta. Use um diário para mapear seus sentimentos. Se exercite para liberar a tensão acumulada. Respire fundo em momentos de crise. Estabeleça limites claros nas relações. Evite álcool e drogas, que amplificam a impulsividade. Participe de grupos de apoio para se sentir menos só. Encontre um hobby que traga prazer e foco. Tenha um plano de crise com um profissional de confiança. Defina metas pequenas e celebre cada conquista.

Qual dessas você tentaria primeiro? ‘’A esperança ancora a alma no meio da tempestade.’’ - Dan Mena.

"A jornada de tratamento do TPB é árdua, mas cada passo em direção à estabilidade é uma vitória", anotei ao longo dos anos que essas estratégias não são mágicas, mas são sementes efetivas de mudança.

"Relacionamentos Caóticos: O Coração do Borderline"
"Relacionamentos Caóticos: O Coração do Borderline"

"A regulação emocional é a ponte que o borderline constrói para atravessar seu próprio abismo." - Marsha Linehan, Cognitive-Behavioral Treatment of Borderline Personality Disorder (1993). Linehan nos ensina que a mudança é possível com prática e paciência.

Máscaras do Borderline, Sobrevivência ou Disfarce?

Assim como a maioria de nós, o Borderline implementa seus disfarces sociais. Ele(a) pode ser encantador(a), educado(a), sedutor(a), para conquistar quem está ao redor ,mas isso não passa de uma defesa. Kernberg fala do "splitting", a divisão entre "bom" e "mau", que o leva a esconder partes de si.

Essas máscaras são estratégias de sobrevivência, e ao mesmo tempo sua prisão."No coração do borderline, há um desejo alto de ser visto, ouvido e amado". Tirar essas fachadas exige destemor e aprendizado. E você, já usou uma máscara para se proteger?

"O splitting é a arte borderline de dividir o mundo para suportar sua imensa complexidade." - Otto Kernberg, Borderline Conditions and Pathological Narcissism (1975). Defesas táticas moldam a vida do TPB


O Futuro, para Onde Vamos?

O que nos espera no estudo do TPB? A neurobiologia avança, mostrando alterações em áreas como a amígdala, ligada às emoções. Novos tratamentos, como a terapia baseada em mentalização, vem ganhando força e adesão. Mas, para mim, o futuro pode estar na ciência, destarte, também na empatia, principalmente uma escuta imparcial, sem julgá-lo(a).

"O borderline desafia nossa compreensão da mente, mas também nos ensina sobre resiliência e esperança", o amanhã pode ser não focar em curar o borderline, mas ensinar o mundo a conviver com ele. O que você acha? Isso faz sentido? ’O caos molda a força de quem sobrevive a si mesmo.’’ - Dan Mena.

O Limiar da Esperança

E aqui estamos mais uma vez, outro tema muito atual, que chega junto, bem perto, porque sabemos que ao certo convivemos e conhecemos o drama de pessoas que carregam a síndrome. Revisitamos a instabilidade que define o TPB, os sinais que o desvendam, as feridas que o geram. Conhecemos casos, como o de Ana e Carlos, cujas histórias são repetições de tantas outras. Listamos formas de fazer sua identificação e enfrentá-lo, porque acredito que o conhecimento é o primeiro passo para levar à transformação. Mas, acima de tudo, verificamos concretamente o que significa viver na fronteira, esse lugar de dor, sim, mas também de potência.

Filosoficamente, podemos nos indagar: o que é ser humano? Somos feitos de pedaços, imprecisões, contradições, luz, escuridão e amores, esses que nos salvam e também nos destroem. Talvez o TPB seja apenas uma extensão disso, um grito que não consegue calar. Poeticamente, seria ele como um rio que corre sem margens, buscando um leito que nunca encontra. E, no entanto, vejo beleza nisso, na luta, na busca, na recusa de se render.

No final, defino, o borderline é uma busca por identidade e pertencimento em um mundo que muitas vezes não faz sentido, inclusive para aqueles que não são acometidos Fala a verdade: Quantas vezes você já se sentiu assim, perdido(a) entre quem você é e quem gostaria de ser?

Se você é alguém que ama, vive e convive com o problema, não desista. Busque ajuda, converse, persista. O caminho da cura é tortuoso, mas possível. Mas antes de encerrar, quero abrir mais este fechamento, Cada palavra aqui anotada carrega horas de escuta, anos de estudo e uma paixão por entender o que nos move. O TPB não é um tema fácil, exige que enfrentemos o desconforto, que olhemos para o que preferimos ignorar. Mas é exatamente por isso que ele é tão valioso.

Talvez você tenha chegado até meu artigo por curiosidade ou por uma conexão pessoal com o tema. Seja qual for o motivo, saiba que este texto é um diálogo. O atendimento e estudo do Borderline me mudou como profissional e como pessoa. Ele me ensinou a ouvir além das palavras, a enxergar fora dos rótulos, a acolher o caos como parte da beleza. E é isso que espero que você leve daqui: um olhar mais gentil, para si e para os outros. Afinal, quem de nós não já esteve, em algum momento, na baliza entre o que somos e o que poderíamos ser?

        "Esperança na Fronteira: Superando o TPB"
"Esperança na Fronteira: Superando o TPB"

‘’Ser é arriscar-se entre o abismo e a salvação.’’ - Dan Mena. Palavras Chaves transtorno de personalidade borderline, TPB, borderline, saúde mental, psicanálise, psicologia, sintomas borderline, causas borderline, tratamento borderline, diagnóstico TPB, instabilidade emocional, impulsividade, relacionamentos caóticos, automutilação, medo de abandono, terapia DBT, regulação emocional, casos clínicos borderline, estratégias TPB, borderline e trauma, danmena FAQ: 20 Principais Questões Sintetizadas do Artigo

  1. O que é o Transtorno de Personalidade Borderline? É uma condição marcada por instabilidade emocional, impulsividade e relações intensas.

  2. Quais são os principais sintomas do TPB? Mudanças rápidas de humor, medo de abandono, raiva intensa e comportamentos autodestrutivos.

  3. Como o TPB é diagnosticado? Por avaliação clínica com base nos critérios do DSM-5.

  4. O que causa o Borderline? Combinação de fatores genéticos, traumas infantis e ambiente instável.

  5. Como o TPB afeta a vida cotidiana? Causa desafios em relacionamentos, trabalho e bem-estar emocional.

  6. Quais tratamentos são eficazes para o TPB? Psicoterapia, como DBT e TFP, e, em alguns casos, medicamentos.

  7. O que é a Terapia Comportamental Dialética (DBT)? Uma terapia focada em regulação emocional e habilidades sociais.

  8. Como identificar o TPB no dia a dia? Por sinais como impulsividade, mudanças de humor e relações caóticas.

  9. Quais são os sinais de automutilação no TPB? Cortes ou outros comportamentos para aliviar a dor emocional.

  10. Como combater o TPB no cotidiano? Com terapia, mindfulness, rotinas e apoio social.

  11. O TPB tem cura? Não, mas os sintomas podem ser gerenciados com tratamento.

  12. Qual a diferença entre TPB e transtorno bipolar? TPB é um transtorno de personalidade bipolar, de humor.

  13. O TPB é mais comum em homens ou mulheres? Afeta ambos, mas é mais diagnosticado em mulheres.

  14. Quais os riscos de não tratar o TPB? Automutilação, suicídio e piora dos sintomas.

  15. Como a família pode ajudar alguém com TPB? Oferecendo apoio, paciência e se educando sobre o transtorno.

  16. O TPB pode ser prevenido? Não diretamente, mas intervenções precoces ajudam.

  17. O TPB está ligado a outros transtornos? Sim, como depressão, ansiedade e transtornos alimentares.

  18. Como o TPB afeta relacionamentos? Torna-os intensos, com alternâncias entre idealização e desvalorização.

  19. Quais são as perspectivas futuras para o TPB? Avanços em neurobiologia e novas terapias, como mentalização.

  20. Onde aprender mais sobre o TPB? Em livros, sites confiáveis e com profissionais especializados.

Links sobre o Tema

National Institute of Mental Health - Borderline Personality Disorder

Mayo Clinic - Borderline Personality Disorder

Psych Central - Borderline Personality Disorder

WebMD - Borderline Personality Disorder

American Psychiatric Association - Borderline Personality Disorder

Borderline Personality Disorder Resource Center

National Alliance on Mental Illness - Borderline Personality Disorder

Psychology Today - Borderline Personality Disorder

Verywell Mind - Borderline Personality Disorder

Cleveland Clinic - Borderline Personality Disorder

Bibliografia Kernberg, O. F. (1975). Borderline Conditions and Pathological Narcissism. New York: Jason Aronson. 🔹 Clássico da psicanálise contemporânea que define a estrutura borderline como organização de personalidade intermediária entre neurose e psicose.

McWilliams, N. (1994). Psychoanalytic Diagnosis: Understanding Personality Structure in the Clinical Process. New York: Guilford Press. 🔹 Dedicado à descrição clínica e estrutura do paciente borderline.

Lacan, J. (1955–56). O Seminário, Livro 3: As Psicoses. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. 🔹 Embora este livro fala sobre psicoses, Lacan propõe elementos de estrutura e foraclusão úteis para pensar o borderline como uma "posição de borda".

Green, A. (2005). El discurso vivo: Clínica psicoanalítica del borde. Buenos Aires: Amorrortu. 🔹 Obra que trabalha com a clínica dos estados-limite a partir da noção do narcisismo negativo.

Bergeret, J. (1980). La personalidad normal y patológica. Buenos Aires: Amorrortu. 🔹 Trata das distinções claras entre organizações neuróticas, psicóticas e borderline.

Dolto, F. (1992). Imagen inconsciente del cuerpo. Barcelona: Paidós. 🔹 A fragmentação do corpo e do eu, aspectos fundamentais para entender a experiência borderline.

Dor, J. (1991). Introducción a la lectura de Lacan: El inconsciente estructurado como un lenguaje. Buenos Aires: Paidós. 🔹 Texto lacaniano que ajuda a posicionar o borderline entre estruturas diversas.

Racamier, P.-C. (1970). Los esquizofrénicos. Buenos Aires: Paidós. 🔹 Fornece elementos importantes sobre estados-limite.

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Pessoa Ramos, F. (2016). Transtorno de personalidade borderline: entre a impulsividade e a angústia. São Paulo: Artesã. 🔹 Obra em Portugues que articula os aspectos psicodinâmicos com a prática clínica.

Herman, J. L. (1992). Trauma and Recovery: The Aftermath of Violence—from Domestic Abuse to Political Terror. New York: Basic Books. 🔹 Trata do vínculo entre trauma precoce e formação da personalidade borderline.

Palomera, V. (2008). Estructuras clínicas y diagnóstico diferencial entre neurosis y psicosis en la enseñanza de Lacan. Revista de Psicoanálisis de la Asociación Mundial de Psicoanálisis, Barcelona. 🔹 Artigo excelente para diferenciar clinicamente a posição borderline dentro da teoria lacaniana.

Domínguez, C. (2007). La personalidad borderline desde la perspectiva psicoanalítica lacaniana. Revista Acheronta, 42, Buenos Aires. 🔹 Artigo que posiciona a personalidade borderline a partir dos ensinamentos de Lacan.

Lacan, J. (1960). O Seminário, Livro 8: A Transferência. Rio de Janeiro: Zahar, 2002. 🔹 Destarte trabalha a transferência, inclui muitos conceitos úteis para pensar as dinâmicas cruzadas do borderline. Visite minha loja ou site: 

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Membro Supervisor do Conselho Nacional de Psicanálise desde 2018 — CNP 1199.

Membro do Conselho Brasileiro de Psicanálise desde 2020 — CBP 2022130. Dr. Honoris Causa em Psicanálise pela Christian Education University — Florida Department of Education — USA. Enrollment H715 — Register H0192.


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